- Estou preocupada. - Valerie mexeu-se inquieta no sofá- A minha mãe não atende o telefone.
- Certamente anda distraída com a gata. Sabes como ela é com o bicho. E depois não vejo razão para essa preocupação, não deixámos o solar à tantos dias assim.
- Talvez tenhas razão. Simplesmente não consigo deixar de pensar que mudar-se a meio das limpezas foi uma decisão um tanto ou quanto repentina!
- Não sei porque dizes isso. - Steven dobrou o jornal e olhou para o telemóvel que deu sinal de mensagem - Ela nunca escondeu que não pensava regressar à quinta. Eu ofereci-me para a vender, visto não querer viver lá, mas recusou.
- Sabes como ela é. - Valerie fez um sorriso forçado ao recordar a conversa com a mãe, certamente a sua cabeça estava cheia de tudo o que aquela mudança implicava mas não queria abordar esse assunto com Steven - A quinta era do meu pai, acho que ela a quererá manter.
- Dado as perguntas que me fez não me parece. Só estou preocupado com a situação financeira dela, se não tiver cuidado vão aproveitar-se dela e irá perder muito dinheiro. A terra é boa e a área é enorme. Além disso tem um bom... - Steven calou-se quando chegou outra mensagem. - Desculpa. Tenho de ir.
- Será que me podes deixar na igreja?
Quando Steven parou frente da igreja ainda se perguntava porque a mãe não quisera regressar à quinta como ela pensara. Não gostava nada de a ter deixado sozinha no solar. Tim passava lá boa parte do dia mas o que a preocupava era a noite. Na próxima visita tinha de conversar com ela sobre a hipótese de arranjar uma companhia. Certamente a mãe tinha alguma amiga que gostasse de viver ali.
Ao entrar na igreja esse assunto foi colocado para segundo plano. Outro assunto mais delicado era a razão da sua ida ali. Durante os poucos dias que passaram desde que chegara do solar a imagem deles beijando-se invadia a sua mente e não lhe dava descanso. A sua ida ali residia na crença de que ao confessar o seu pecado a sensação de culpa iria desaparecer.
Ao entrar na igreja esse assunto foi colocado para segundo plano. Outro assunto mais delicado era a razão da sua ida ali. Durante os poucos dias que passaram desde que chegara do solar a imagem deles beijando-se invadia a sua mente e não lhe dava descanso. A sua ida ali residia na crença de que ao confessar o seu pecado a sensação de culpa iria desaparecer.
Durante a sua confissão parecia que ia desmaiar de tanta vergonha que sentia mas se o seu deslize chocou o padre, este não o demonstrou. Certamente, durante as muitas confissões que ouvia, ouviria coisas mais escabrosas que o que ela tinha feito.
Após ter aliviado a sua alma sentou-se no fundo da igreja e como sempre aguardou que o padre fosse ter com ela. Só esperava que a conversa não fosse sobre o seu deslize. Além de não ser próprio da parte dele, ela não pensava repetir. Se ao menos soubesse como aquele beijo acontecera!
Mas por muito que pensasse, e ela pensava muito nesse momento, não conseguia perceber quem beijou quem, nem quem deu o primeiro passo. A única coisa que ela tinha certeza era que, por mais agradável que tivesse sido aquele beijo, este lhe causava insónias! Deus! Como se arrependia de ter beijado Erick. Como podia ter sido tão infantil ao ponto de ceder ao impulso?! Mas se estava arrependida, se fora um simples impulso momentâneo, porque não conseguia esquecer aquele beijo, nem Erick?
Mas por muito que pensasse, e ela pensava muito nesse momento, não conseguia perceber quem beijou quem, nem quem deu o primeiro passo. A única coisa que ela tinha certeza era que, por mais agradável que tivesse sido aquele beijo, este lhe causava insónias! Deus! Como se arrependia de ter beijado Erick. Como podia ter sido tão infantil ao ponto de ceder ao impulso?! Mas se estava arrependida, se fora um simples impulso momentâneo, porque não conseguia esquecer aquele beijo, nem Erick?
- Ainda bem que pode esperar. - August sentou-se a seu lado - Peço desculpa pela demora.
- Não tem problema.
- Não a via à muito tempo. Temi o pior.
- Não estou a entender.
- Uma pessoa vê e ouve tanta coisa que fiquei preocupado com a sua ausência. Mas esqueça! - August segurou a mão dela - Vamos fazer um grupo de voluntários e pensei que poderia estar interessada.
- Não estou a entender.
- Uma pessoa vê e ouve tanta coisa que fiquei preocupado com a sua ausência. Mas esqueça! - August segurou a mão dela - Vamos fazer um grupo de voluntários e pensei que poderia estar interessada.
- Nunca fiz voluntariado mas antes de aceitar terei que falar com o meu marido.
- Compreendo.
Valerie olhou para ele, parecia desapontado com a resposta dela mas que esperava? Ele sabia bem que espécie de casamento ela tinha. Steven não gostaria que ela tomasse qualquer decisão sem o consentimento dele. E depois não gostara da forma como o padre August falara. Ficara com a sensação que as palavras dele tinham um duplo sentido e isso deixou-a apreensiva.
Despediu-se do padre August e dirigiu-se para a rua fria. Chamou um taxi e pensou ir para casa mas a meio do caminho decidiu ir ao centro comercial.
Steven não sabia a que horas regressaria e ela precisava arejar a cabeça, pensar um pouco nas últimas horas daquele dia. Ver as montras ia fazer-lhe bem. Mas apesar dos belos vestidos e das conversas ao seu redor não conseguia tirar da cabeça Erick e muito menos o beijo. Como fora idiota ao pensar que se fosse confessar o seu pequeno pecado iria conseguir esquecer! Tinha a sensação que falar no assunto avivara ainda mais esse momento. Precisava pensar noutra coisa... algo que não lhe colocasse o coração aos saltos. Obrigou-se a pensar em August e no seu convite mas foi por pouco tempo. O voluntariado depressa foi substituido por dúvidas relacionadas com a sua confissão. Apesar de ser padre e de ouvir muita coisa, o que pensaria realmente sobre a pequena indiscrição dela? Teria ficado com a ideia que era uma mulher leviana? Que costumava sair por aí beijando qualquer um que lhe desse um pouco de atenção? Arrependeu-se de ter ido á igreja. Porque não tinha colocado uma pedra sobre o assunto? Era o que deveria ter feito! Certamente não seria a primeira mulher a esconder algo do marido e muito menos seria a última. Fora apenas um beijo, nada demais. Mas se era assim porque dava por si a pensar constantemente em Erick e no beijo? Aquele beijo que a fazia sorrir e lhe estremecia o corpo só de recordar. O beijo que lhe dava sonhos agitados onde Erick a beijava uma e outra vez com fervor.
Despediu-se do padre August e dirigiu-se para a rua fria. Chamou um taxi e pensou ir para casa mas a meio do caminho decidiu ir ao centro comercial.
Steven não sabia a que horas regressaria e ela precisava arejar a cabeça, pensar um pouco nas últimas horas daquele dia. Ver as montras ia fazer-lhe bem. Mas apesar dos belos vestidos e das conversas ao seu redor não conseguia tirar da cabeça Erick e muito menos o beijo. Como fora idiota ao pensar que se fosse confessar o seu pequeno pecado iria conseguir esquecer! Tinha a sensação que falar no assunto avivara ainda mais esse momento. Precisava pensar noutra coisa... algo que não lhe colocasse o coração aos saltos. Obrigou-se a pensar em August e no seu convite mas foi por pouco tempo. O voluntariado depressa foi substituido por dúvidas relacionadas com a sua confissão. Apesar de ser padre e de ouvir muita coisa, o que pensaria realmente sobre a pequena indiscrição dela? Teria ficado com a ideia que era uma mulher leviana? Que costumava sair por aí beijando qualquer um que lhe desse um pouco de atenção? Arrependeu-se de ter ido á igreja. Porque não tinha colocado uma pedra sobre o assunto? Era o que deveria ter feito! Certamente não seria a primeira mulher a esconder algo do marido e muito menos seria a última. Fora apenas um beijo, nada demais. Mas se era assim porque dava por si a pensar constantemente em Erick e no beijo? Aquele beijo que a fazia sorrir e lhe estremecia o corpo só de recordar. O beijo que lhe dava sonhos agitados onde Erick a beijava uma e outra vez com fervor.
Um cão passou roçando as suas pernas tirando-a daqueles pensamentos. Envergonhou-se ao ver o sorriso maroto da velhota que olhava para ela mesmo a seu lado.
Pedindo desculpa afastou-se da montra o mais depressa que pode. Descia as escadas rolantes quando no outro lado um casal sorridente lhe chamou a atenção. Uma mulher, que ela tinha a sensação de ter visto em algum lugar, segurava o braço de Steven. Certamente era uma colega de trabalho. Naquele momento Steven beijou a mulher, ainda que brevemente, nos lábios e esta corou ligeiramente. Podia ser colega de trabalho mas, tendo em conta aquele beijo, não era apenas isso. Recordou a conversa da mãe sobre os motivos que levam um homem a mudar de comportamento e decidiu segui-los. Manteve-se a uma distância que lhe permitia observar mas não ouvir o que diziam. Os gestos que trocavam indicavam que eram mais que amigos. Não tinha muita experiência com homens, aliás tinha pouquíssima, mas tudo indicava que eram amantes! Observou-o como Steven colocava o braço em redor da cintura da outra mulher e nesse momento, se alguma dúvida ainda lhe restava, essa desvaneceu-se quando o viu beijar apaixonadamente a sua acompanhante ao mesmo tempo que as portas do elevador se fechavam. Aquele não era o Steven que ela conhecia. Aquele não era o seu marido!
Sentiu-se ainda mais idiota que ao pensar na confissão. Como fora inocente! Durante os últimos dias andava martirizando a sua cabeça por um simples beijo e ele tinha uma amante! A sua mãe tinha razão, outra mulher era a causa da mudança dele. Possivelmente estivera com aquela mulher enquanto ela estava no solar. Teria estado com ela no apartamento?! Teriam dormido na sua cama?! Por alguma razão isso não a incomodou. Se essa mulher era o motivo da indiferença dele durantes as últimas semanas só lhe podia estar agradecida. Afinal graças a essa desconhecida ela podia ter finalmente um pouco de tranquilidade.
Sentiu-se ainda mais idiota que ao pensar na confissão. Como fora inocente! Durante os últimos dias andava martirizando a sua cabeça por um simples beijo e ele tinha uma amante! A sua mãe tinha razão, outra mulher era a causa da mudança dele. Possivelmente estivera com aquela mulher enquanto ela estava no solar. Teria estado com ela no apartamento?! Teriam dormido na sua cama?! Por alguma razão isso não a incomodou. Se essa mulher era o motivo da indiferença dele durantes as últimas semanas só lhe podia estar agradecida. Afinal graças a essa desconhecida ela podia ter finalmente um pouco de tranquilidade.
O telemóvel dela tocou terminando as suas divagações. Olhou para o número. Não conhecia. Talvez do telemarketing. Atendia sempre pois tinha uma certa pena das pessoas que tinham que fazer aquele tipo de trabalho.
- Sim?
- Que bom que atendeu menina. - A voz de Maria do outro lado da linha parecia nervosa. - A sua mãe pediu para não lhe dizer nada mas a menina precisa de vir.
- Aconteceu alguma coisa?
- A sua mãezinha caiu e partiu um pé. Não é nada de grave mas sabe como ela é teimosa. Por enquanto ainda está no hospital mas eu já não tenho idade para cuidar dela e a minha nora ainda não foi dispensada do serviço. Se ao menos o patrão dela fosse mais compreensivo.
- Não se preocupe. - Valerie olhou o relógio, ainda tinha tempo de apanhar o último comboio - Vou só fazer uma mala e estarei aí o mais breve possível. Obrigada por tudo.
Institivamente marcou o número de Steven. Dois toques do outro lado foram suficientes para achar a situação caricata. Ia desligar mas decidiu deixar tocar. Queria ver se, mesmo com a amante ao lado, ele ia atender. Enquanto o som de chamada se ouvia ia pensando no que lhe dizer de modo a não revelar o que descobrira ao mesmo tempo que o convencia a deixá-la ir. Mas porque raio estava a ligar de modo a obter aprovação para ir ver a sua mãe que estava no hospital? Tinha que tomar as rédeas da sua própria vida!
Sentindo uma leveza estranha saiu do centro comercial e chamou um táxi. Mentalmente foi fazendo a lista do que iria levar e o que escreveria no bilhete que deixaria a Steven.
Sabia estar a fazer o correto mas mesmo assim não conseguia deixar de pensar na reação de Steven perante a sua inesperada partida. Mas que lhe importava o que ele pensava ou sentia? Ele agora tinha outros interesses que não ela. Apesar de ter isso em mente não conseguia evitar sentir-se apreensiva.
Olhou para as luzes do centro da cidade à medida que se afastava, sentia-se sufocar só de pensar em Steven. Ele já teria regressado ao apartamento? Já teria lido o pequeno bilhete que lhe deixara? Fora bastante parca nas palavras mas não lhe ocorrera nada mais. Escrevera num simples post-it: "A minha mãe está no hospital. Regressarei assim que puder"
Olhou para as luzes do centro da cidade à medida que se afastava, sentia-se sufocar só de pensar em Steven. Ele já teria regressado ao apartamento? Já teria lido o pequeno bilhete que lhe deixara? Fora bastante parca nas palavras mas não lhe ocorrera nada mais. Escrevera num simples post-it: "A minha mãe está no hospital. Regressarei assim que puder"
Simples e conciso. Apenas o essencial. Ele não agia sempre assim?! Informando-a ou dando ordens, e não pedindo opinião? Caso fosse necessário ela tinha uma atenuante, naquele momento tinha mais em que pensar do que no que Steven pensava, gostava ou podia querer. Não a podia criticar por isso, a sua mãe precisava dela. Obrigou-se a pensar noutras coisas enquanto esperava que o comboio iniciasse viagem. Aqueles momentos de espera eram uma agonia. E se, apesar de ter uma amante, ele chegasse á estação e a impedisse de ir? Teria forças para lhe fazer frente? Teria coragem de lhe dizer tudo o que realmente pensava? Que ele não tinha o direito de lhe ordenar nada pois ele quebrara os sagrados votos do matrimónio e como tal ela não lhe devia nada? Porque era assim! Apesar da forma como a tratava ela mantivera-se fiel. Ou não?! Negou-se a pensar em Erick e concentrou-se nas pessoas que saíam da estação.
Finalmente o comboio iniciou a viagem e ela pode respirar de alívio. Possivelmente Steven ainda estaria com a sua nova companheira. Companheira parecia-lhe melhor que amante. Era mais delicado! Naquele momento percebeu porque em certas noites, apesar de chegar tardíssimo, na manhã seguinte estava de bom humor. Talvez essa fosse uma dessas noites e só visse o bilhete quando percebesse que ela não estava em casa.
Possivelmente a sua companheira iria exigir a atenção dele por mais algum tempo. A sua companheira... Aquela frase soava-lhe estranha mas ao mesmo tempo era como um bálsamo. Ainda não decidira o que ia fazer com aquela informação. Quando a sua mãe soubesse... Oh Deus! Como era egoísta! Ali estava ela a pensar em trivialidades enquanto a sua mãe estava cheia de dores numa cama de hospital.
Possivelmente a sua companheira iria exigir a atenção dele por mais algum tempo. A sua companheira... Aquela frase soava-lhe estranha mas ao mesmo tempo era como um bálsamo. Ainda não decidira o que ia fazer com aquela informação. Quando a sua mãe soubesse... Oh Deus! Como era egoísta! Ali estava ela a pensar em trivialidades enquanto a sua mãe estava cheia de dores numa cama de hospital.
Fechou os olhos e deixou-se embalar pelo vaivém da carruagem. Quando abriu os olhos faltava pouco para a sua paragem. Procurou o telemóvel na mala e ligou a Tim. Não o queria incomodar mas, tirando Erick, não conhecia mais ninguém que a pudesse levar ao solar àquela hora.
- Desculpe este incômodo tardio. Mas não tinha mais ninguém a quem recorrer.
- É um gosto poder ajudar. - Tim agarrou a pequena mala dela - E conhecendo a minha mãe, ela não me ia perdoar se a fizesse ir sozinha para o solar. Aqui para nós, acho que ainda a menina não tinha feito a mala já ela me estava a ligar para ficar atento ao telefone.
- Devia ter calculado que assim seria.
- Nem seria a minha mãe se assim não fosse. - Tim abriu a porta do carro para ela entrar - Chegamos num instante. Aposto que deve estar cheia de frio e fome.
- Estou mais preocupada com a minha mãe.
- Acredito mas neste momento não pode ir ao hospital. Amanhã bem cedo vou levá-la lá.
- Obrigada.
- Acredito mas neste momento não pode ir ao hospital. Amanhã bem cedo vou levá-la lá.
- Obrigada.
A conversa com Tim ajudou-a a pensar noutras coisas que não na sua mãe e, já que igual um fantasma que aparecia inesperadamente, em Erick.
A noite foi agitada e povoada de sonhos estranhos. Quedas por parte da sua mãe, agressões verbais de Steven após a apanhar em flagrante com Erick e sonhos eróticos que ora acabavam em extasse ora acabavam com Erick a rir dela pela sua inexperiência, foram a causa do seu mau humor ao nascer o dia.
A noite foi agitada e povoada de sonhos estranhos. Quedas por parte da sua mãe, agressões verbais de Steven após a apanhar em flagrante com Erick e sonhos eróticos que ora acabavam em extasse ora acabavam com Erick a rir dela pela sua inexperiência, foram a causa do seu mau humor ao nascer o dia.
Como prometera Tim chegou pouco depois para a levar ao hospital e quando ele a deixou à porta do enorme edifico sorria. Finalmente, ainda que por pouco tempo, conseguiu pensar em algo que não em Erick.
Ainda sorria quando chegou ao piso onde estava a sua mãe e quase teve um ataque cardíaco quando na sua frente apareceu Erick. Por instantes ficou estática olhando-o. Vestia umas calças de ganga escuras e uma camisola branca de gola alta e na mão pendia um casaco. Era uma indumentária muito diferente da roupa desportiva que geralmente usava sempre que o via. Não estava à espera de vê-lo ali e muito menos esperava que umas simples calças de ganga fizessem surgir na sua mente uma imagem tão sensual que levava o seu corpo a reagir perante tal visão.
Ainda sorria quando chegou ao piso onde estava a sua mãe e quase teve um ataque cardíaco quando na sua frente apareceu Erick. Por instantes ficou estática olhando-o. Vestia umas calças de ganga escuras e uma camisola branca de gola alta e na mão pendia um casaco. Era uma indumentária muito diferente da roupa desportiva que geralmente usava sempre que o via. Não estava à espera de vê-lo ali e muito menos esperava que umas simples calças de ganga fizessem surgir na sua mente uma imagem tão sensual que levava o seu corpo a reagir perante tal visão.
- Valerie! Está tudo bem?
- Sim. Não. - Sentiu as suas faces enrubescerem - Desculpa. A minha mãe caiu.
- Espero que nada grave.
- Ao que parece partiu um pé.
- Parece?!
- Foi o que me disse a d. Maria. Cheguei ontem à noite e ainda não consegui falar com os médicos.
- Estou a ver. - Erick olhou em redor - Estás sozinha?
- Sim. Steven ficou em casa.
- Não te quis acompanhar?!
- Sim. Não. - Sentiu as suas faces enrubescerem - Desculpa. A minha mãe caiu.
- Espero que nada grave.
- Ao que parece partiu um pé.
- Parece?!
- Foi o que me disse a d. Maria. Cheguei ontem à noite e ainda não consegui falar com os médicos.
- Estou a ver. - Erick olhou em redor - Estás sozinha?
- Sim. Steven ficou em casa.
- Não te quis acompanhar?!
- Não tive tempo de lhe dizer. - Valerie mexeu na mala institivamente - De qualquer forma achei melhor vir o mais rápido possível.
- Dadas as circunstâncias é compreensível.
Valerie olhou por cima do ombro dele quando percebeu movimentos ali perto, uma enfermeira chegava ao balcão. Sorriu para ele em jeito de desculpa e dirigiu-se para o balcão, precisava perceber o estado da sua mãe.
Segundo a enfermeira era necessário operar assim que fosse possível mas a sua mãe estava relutante em fazer o pós operatório no hospital pois supostamente era-lhe completamente impossível. Conhecendo a sua mãe, e a aversão desta aos hospitais, sabia que ela iria arranjar uma desculpa. Mas até a pessoa mais teimosa teria que compreender que naquela situação não havia como escapar àquela situação.
- Ouvi dizer que mal sejas operada queres regressar a casa.
- Valerie! Oh filha! - As lágrimas começaram a cair nos lençóis brancos - Vieste...
- Claro que vim! - Valerie agarrou a mão da mãe enquanto esta olhava para a entrada do quarto - Podes ficar tranquila, ficarei contigo durante o tempo que for preciso.
- E Steven?!
- Deixei-lhe um bilhete. Mas isso agora não importa. Que ideia é essa de ires para casa?
- Não posso ficar aqui. Não agora.
- Porque não? Acaso tens alguém escondido no solar?!
- Não digas parvoíces! Trash não pode ficar sozinha. Não neste momento.
- Não acredito no que ouço! Tens noção que estás a falar de uma gata?
- Claro que sim! Não estou senil! Mas não posso permitir que...
Naquele momento a sua mãe começou a chorar copiosamente, ao ver as lágrimas da mãe ela tomou consciência da importância que aquele animal tinha.
- Se o problema é esse podes descansar. Eu cuido dela.
- A sério?
- Claro! - Tentando animar a mãe levantou-se e colocou a mão no peito em ar solene - Eu, Valerie Dow, prometo cuidar, amar e proporcionar...
- Tu não existes.
- Olha... eu que pensava existir.
- És tão pateta quanto o teu pai.
- As coisas que me diz. - Valerie apertou a mão à mãe e manteve um ar mais sério - Vais ver que não tarda estás de regresso ao solar e aos teus pequenos monstrinhos.
- Vou fingir que não ouvi isso.
Valerie não teve tempo de responder pois um médico entrara no quarto naquele momento.
- Bom dia doutor. A a minha filha, Valerie.
- Ouvi dizer que mal sejas operada queres regressar a casa.
- Valerie! Oh filha! - As lágrimas começaram a cair nos lençóis brancos - Vieste...
- Claro que vim! - Valerie agarrou a mão da mãe enquanto esta olhava para a entrada do quarto - Podes ficar tranquila, ficarei contigo durante o tempo que for preciso.
- E Steven?!
- Deixei-lhe um bilhete. Mas isso agora não importa. Que ideia é essa de ires para casa?
- Não posso ficar aqui. Não agora.
- Porque não? Acaso tens alguém escondido no solar?!
- Não digas parvoíces! Trash não pode ficar sozinha. Não neste momento.
- Não acredito no que ouço! Tens noção que estás a falar de uma gata?
- Claro que sim! Não estou senil! Mas não posso permitir que...
Naquele momento a sua mãe começou a chorar copiosamente, ao ver as lágrimas da mãe ela tomou consciência da importância que aquele animal tinha.
- Se o problema é esse podes descansar. Eu cuido dela.
- A sério?
- Claro! - Tentando animar a mãe levantou-se e colocou a mão no peito em ar solene - Eu, Valerie Dow, prometo cuidar, amar e proporcionar...
- Tu não existes.
- Olha... eu que pensava existir.
- És tão pateta quanto o teu pai.
- As coisas que me diz. - Valerie apertou a mão à mãe e manteve um ar mais sério - Vais ver que não tarda estás de regresso ao solar e aos teus pequenos monstrinhos.
- Vou fingir que não ouvi isso.
Valerie não teve tempo de responder pois um médico entrara no quarto naquele momento.
- Bom dia doutor. A a minha filha, Valerie.
- Bom dia. Finalmente está bem disposta. - O médico manteve o olhar na pasta que trazia - Se soubesse que a presença da sua filha lhe daria tão bom humor já a teria chamado à mais tempo.
- Você nem sabia que tinha uma filha!
- Porque será?! - O médico piscou o olho a Valerie antes de voltar a olhar para a sua pasta - Já pensou no que lhe disse?
- Você nem sabia que tinha uma filha!
- Porque será?! - O médico piscou o olho a Valerie antes de voltar a olhar para a sua pasta - Já pensou no que lhe disse?
- Sim. Não me agrada mas se tenho que ficar por uns dias que seja.
- Muito bem. Dúvidas?!
Pedindo desculpa Valerie deixou a mãe tirar qualquer dúvida que tivesse com o médico e foi esperar no corredor. Olhou em redor procurando uma máquina para tirar um café mas não viu nenhuma, achou estranho pois geralmente existem máquinas daquelas por todos os pisos. Ao dirigir-se ao balcão para perguntar onde podia beber um café viu Erick sentado numa cadeira. Estava de olhos fechados com a cabeça apoiada na parede. Pareceu-lhe cansado. Uma pergunta surgiu na sua mente. O que estava a fazer ali? Teria algum familiar no hospital! Acaso era enfermeiro ou mesmo médico!? Isso explicava o seu ar cansado e abatido. Talvez tivesse saído do turno da noite. Nesse caso porque teria ficado? Seria por ela? O seu coração bateu apressado perante a ideia.
- Erick?! - Valerie tocou no seu ombro levemente.
- Desculpa. - Erick passou a mão pelo cabelo - Não pensei que estivesse tão cansado.
- Porque não foste para casa?
- Não me pareceu correto deixar-te sozinha.
- Agradeço mas não quero ser a causa de negligência da tua parte.
- Negligência?! Acho que não chegaremos a tanto. - Erick sorriu e agarrou o casaco que tinha deixado na cadeira - Café?
- Sim.
Caminharam em silêncio pelos corredores do hospital até que chegaram ao bar onde se misturaram com os restantes médicos e utentes do espaço.
- Conseguiste falar com o médico?
- Sim. Vai ser operada esta tarde.
- Vai correr tudo bem. O hospital tem bons profissionais.
- Conhecimento de causa?
- Antes de vir para cá fiz pesquisa e segundo as estatísticas é um dos melhores da região.
- Acho que nunca me passaria pela cabeça ter em conta a qualidade da rede de saúde ao mudar de casa.
- Pois eu acho que é uma das principais prioridades.
- Uma... e quais se seguem?
- Segurança, boa vizinhança, bom clima...
- Clima?! Ainda não vi sol por dois dias seguidos.
- Fala a mulher que gosta de andar à chuva.
Os dois riram e continuaram a falar do que achavam prioritário numa mudança até que Valerie voltou para junto da mãe. Mas poucos minutos depois a sua mãe era levada para fazer exames e ela foi informada que talvez fosse melhor regressar a casa. A operação, apesar de simples, ia demorar um pouco e o mais provável era a sua mãe só regressar do recobro ao fim da tarde. Embora relutante acabou por deixar o hospital e saiu andando pelas ruas desconhecidas. No seu intimo tinha um certo receio por aquela operação, a sua mãe já tinha uma certa idade e apesar de ser apenas um pé às vezes as situações não tinham o desfecho esperado. Não sabia à quanto tempo andava pelas ruas mas a julgar pela dor que sentia nos pés deveria ser à imenso tempo. Quem a manda sair percorrendo as ruas de salto alto? O previsto era estar sentada numa cadeira do hospital e não fazendo caminhadas.
Olhou em redor procurando um lugar para descansar e ligar a Tim. Era consciente que o deveria ter feito mal saiu do hospital mas algo a levou a caminhar pelas ruas. Procurava se acalmar ou no seu subconsciente achava que iria encontrar Erick ao virar uma esquina qualquer?! Ela sabia a resposta àquela pergunta, tinha de admitir que olhava atentamente para todos os lados na esperança de o ver. Saber que Steven tinha uma amante deixava-a de coração mais leve ao pensar em Erick, era como se a traição do marido lhe desse o direito de procurar uma companhia que lhe dava alguma tranquilidade e ao mesmo tempo fazia o seu coração disparar. Ela merecia um pouco de alegria na sua vida! Steven não tinha o direito de lhe negar isso. Não neste momento!
As cores do por do sol pintavam o céu acinzentado quando ela fechou mais uma revista. Perdera o conto às revista que folheara, aos programas que tentara ver. A cada cinco minutos olhava nervosa para o telemóvel mas isso não fazia com que este tocasse. Apesar de saber que a operação da mãe era rotineira não conseguia deixar de estar preocupada. Naquele momento nem a possibilidade de ver Erick no dia seguinte lhe mudava o pensamento. A mãe teria dado corretamente o nome da medicação que fazia? A mãe tinha alergia a alguma coisa? Não sabia mas e se era a alguma das imensas coisas que usam no bloco...
- Muito bem. Dúvidas?!
Pedindo desculpa Valerie deixou a mãe tirar qualquer dúvida que tivesse com o médico e foi esperar no corredor. Olhou em redor procurando uma máquina para tirar um café mas não viu nenhuma, achou estranho pois geralmente existem máquinas daquelas por todos os pisos. Ao dirigir-se ao balcão para perguntar onde podia beber um café viu Erick sentado numa cadeira. Estava de olhos fechados com a cabeça apoiada na parede. Pareceu-lhe cansado. Uma pergunta surgiu na sua mente. O que estava a fazer ali? Teria algum familiar no hospital! Acaso era enfermeiro ou mesmo médico!? Isso explicava o seu ar cansado e abatido. Talvez tivesse saído do turno da noite. Nesse caso porque teria ficado? Seria por ela? O seu coração bateu apressado perante a ideia.
- Erick?! - Valerie tocou no seu ombro levemente.
- Desculpa. - Erick passou a mão pelo cabelo - Não pensei que estivesse tão cansado.
- Porque não foste para casa?
- Não me pareceu correto deixar-te sozinha.
- Agradeço mas não quero ser a causa de negligência da tua parte.
- Negligência?! Acho que não chegaremos a tanto. - Erick sorriu e agarrou o casaco que tinha deixado na cadeira - Café?
- Sim.
Caminharam em silêncio pelos corredores do hospital até que chegaram ao bar onde se misturaram com os restantes médicos e utentes do espaço.
- Conseguiste falar com o médico?
- Sim. Vai ser operada esta tarde.
- Vai correr tudo bem. O hospital tem bons profissionais.
- Conhecimento de causa?
- Antes de vir para cá fiz pesquisa e segundo as estatísticas é um dos melhores da região.
- Acho que nunca me passaria pela cabeça ter em conta a qualidade da rede de saúde ao mudar de casa.
- Pois eu acho que é uma das principais prioridades.
- Uma... e quais se seguem?
- Segurança, boa vizinhança, bom clima...
- Clima?! Ainda não vi sol por dois dias seguidos.
- Fala a mulher que gosta de andar à chuva.
Os dois riram e continuaram a falar do que achavam prioritário numa mudança até que Valerie voltou para junto da mãe. Mas poucos minutos depois a sua mãe era levada para fazer exames e ela foi informada que talvez fosse melhor regressar a casa. A operação, apesar de simples, ia demorar um pouco e o mais provável era a sua mãe só regressar do recobro ao fim da tarde. Embora relutante acabou por deixar o hospital e saiu andando pelas ruas desconhecidas. No seu intimo tinha um certo receio por aquela operação, a sua mãe já tinha uma certa idade e apesar de ser apenas um pé às vezes as situações não tinham o desfecho esperado. Não sabia à quanto tempo andava pelas ruas mas a julgar pela dor que sentia nos pés deveria ser à imenso tempo. Quem a manda sair percorrendo as ruas de salto alto? O previsto era estar sentada numa cadeira do hospital e não fazendo caminhadas.
Olhou em redor procurando um lugar para descansar e ligar a Tim. Era consciente que o deveria ter feito mal saiu do hospital mas algo a levou a caminhar pelas ruas. Procurava se acalmar ou no seu subconsciente achava que iria encontrar Erick ao virar uma esquina qualquer?! Ela sabia a resposta àquela pergunta, tinha de admitir que olhava atentamente para todos os lados na esperança de o ver. Saber que Steven tinha uma amante deixava-a de coração mais leve ao pensar em Erick, era como se a traição do marido lhe desse o direito de procurar uma companhia que lhe dava alguma tranquilidade e ao mesmo tempo fazia o seu coração disparar. Ela merecia um pouco de alegria na sua vida! Steven não tinha o direito de lhe negar isso. Não neste momento!
As cores do por do sol pintavam o céu acinzentado quando ela fechou mais uma revista. Perdera o conto às revista que folheara, aos programas que tentara ver. A cada cinco minutos olhava nervosa para o telemóvel mas isso não fazia com que este tocasse. Apesar de saber que a operação da mãe era rotineira não conseguia deixar de estar preocupada. Naquele momento nem a possibilidade de ver Erick no dia seguinte lhe mudava o pensamento. A mãe teria dado corretamente o nome da medicação que fazia? A mãe tinha alergia a alguma coisa? Não sabia mas e se era a alguma das imensas coisas que usam no bloco...
- Basta! - Valerie gritou para consigo mesma enquanto se levantava decidida - Tudo irá correr bem.
Decidida a afastar aqueles pensamentos subiu até ao quarto onde calçou uns ténis e vestiu um fato de treino. O ar fresco iria acalmar a sua mente e o exercício dar-lhe o cansaço necessário para uma boa noite de sono.
Decidida a afastar aqueles pensamentos subiu até ao quarto onde calçou uns ténis e vestiu um fato de treino. O ar fresco iria acalmar a sua mente e o exercício dar-lhe o cansaço necessário para uma boa noite de sono.
Inicialmente caminhou sem pressa, depois começou a correr até à vila. Trajeto que fez em sentido contrário pouco tempo depois. Sorriu ao sentir como o seu corpo dava sinais de cansaço. Decididamente fora uma boa ideia, não que o exercício tivesse o efeito que ela pretendia pois a operação insistia em ocupar a sua mente mas, julgando o suor que lhe colava a t-shirt ao corpo, ao menos castigava o corpo pelos pensamentos mais pessimistas.
Avistava a casa do lago quando o seu coração parou ao ver um vulto sentado no banco que ela considerava seu. Só podia ser Steven. Tinha a certeza que assim que desse pela sua ausência precisava de apenas algumas horas para resolver algo que estivesse pendente e iria buscá-la. Respirou fundo. Não tinha pensado no que lhe ia dizer quando ele chegasse. Além do mais não estava com disposição para discutir e muito menos revelar o que descobrira à poucas horas atrás. Resignando-se acelerou o passo mas ao perceber que era Erick sentiu-se gelar.
- Não é boa ideia saíres a esta hora e muito menos sozinha.
- Boa tarde para ti também. - Valerie aproximou-se dele e percebeu que o olhar dele parecia nervoso, quase triste.
- Desculpa. Fiquei nervoso quando o jardineiro disse que tinhas ido correr.
- Desculpa. Fiquei nervoso quando o jardineiro disse que tinhas ido correr.
- O jardineiro?! - Valerie esfregou os braços que começavam a esfriar pela paragem. - Estiveste com Tim.- Valerie estremeceu - É melhor entrar, está a ficar mais fresco.
- Tens razão. É melhor regressar a casa. Desculpa ter aparecido assim. Vemo-nos amanhã?
- Sim.
- Ótimo.
Erick começou a caminhar pelo carreiro de terra batida e ela dirigiu-se ao portão. Mas ao colocar a mão no portão olhou para trás.
- Erick! - Valerie sentia o coração bater apressado ao dizer o seu nome. - Sei que não estou apresentável e no mínimo preciso de um banho mas se não te importares de esperar posso oferecer um café.
- Tens razão. É melhor regressar a casa. Desculpa ter aparecido assim. Vemo-nos amanhã?
- Sim.
- Ótimo.
Erick começou a caminhar pelo carreiro de terra batida e ela dirigiu-se ao portão. Mas ao colocar a mão no portão olhou para trás.
- Erick! - Valerie sentia o coração bater apressado ao dizer o seu nome. - Sei que não estou apresentável e no mínimo preciso de um banho mas se não te importares de esperar posso oferecer um café.
- De certeza?
- A menos que tenhas outros planos.
- Não gosto de fazer planos. A vida é melhor quando somos surpreendidos.
- Nisso tens razão. -A imagem de Steven com outra mulher surgiu na sua mente - Não poderia estar mais de acordo.
- Já soubeste notícias da tua mãe?
- Não e não imaginas como isso me está a enervar. Não sei porque demoram tanto.
- Apesar de simples estas operações demoram sempre. E são procedimentos muito delicados. Imagino que não queiras a tua mãe com um pé torto.
- Não, isso não. - Valerie olhou-o agradecida, ele como médico, ou enfermeiro, sabia melhor que ela.
- Não e não imaginas como isso me está a enervar. Não sei porque demoram tanto.
- Apesar de simples estas operações demoram sempre. E são procedimentos muito delicados. Imagino que não queiras a tua mãe com um pé torto.
- Não, isso não. - Valerie olhou-o agradecida, ele como médico, ou enfermeiro, sabia melhor que ela.
- Não tarda está aqui a chamar por ti pedindo isto e aquilo.
- Antes disso ainda irá fazer a vida negra às enfermeiras durante o pós operatório.
- Antes disso ainda irá fazer a vida negra às enfermeiras durante o pós operatório.
- Não acredito que ela seja assim tão difícil.
- Dizes isso porque não a conheces.- Valerie abriu a porta da cozinha e acendeu a luz - E depois de aparecer Trash é que ela ficou irritadiça e teimosa.
-Trash?!
- Já vais entender.
Valerie atravessou a cozinha e dirigiu-se à sala sem dizer mais nada mas consciente que ele a seguia e achou um certa piada à situação. Pareciam duas crianças numa caça ao tesouro. Acendeu a luz do pequeno candeeiro que estava junto ao sofá e olhou em redor. Ali estava ela, bem aconchegada no seu cesto junto à lareira.
- Aqui está ela. Sua majestade Trash.
- Uma gata?! - Erick aproximou-se do animal e para sua surpresa este deixou-se acariciar. Ao ver a mão dele percorrer o lombo de Trash perguntou-se como seria sentir aquela caricia na sua pele nua. Trash levantou a cabeça na direção dela e miou como se conseguisse ler os seus pensamentos. Sentiu-se nua perante o olhar de Trash o que a fez retroceder como se tivesse sido apanhada a espiar. Retrocedeu tão abruptamente que tropeçou na mesa onde estava o candeeiro atirando-a ao chão assustando o animal.
- Uma gata?! - Erick aproximou-se do animal e para sua surpresa este deixou-se acariciar. Ao ver a mão dele percorrer o lombo de Trash perguntou-se como seria sentir aquela caricia na sua pele nua. Trash levantou a cabeça na direção dela e miou como se conseguisse ler os seus pensamentos. Sentiu-se nua perante o olhar de Trash o que a fez retroceder como se tivesse sido apanhada a espiar. Retrocedeu tão abruptamente que tropeçou na mesa onde estava o candeeiro atirando-a ao chão assustando o animal.
- Bolas! - Valerie seguiu a fuga de Trash com o olhar - A porta da cozinha!
- Ela não iria sair com este frio.
- Ela vivia na rua. - Valerie sentiu um nó formar-se na sua garganta, não sabia porquê mas estava a ponto de começar a chorar - Uma noite fria não a assusta.
- Valerie! - Erick agarrou-a pelos ombros - Calma. Tudo se resolve
- A minha mãe...
- Ela não iria sair com este frio.
- Ela vivia na rua. - Valerie sentiu um nó formar-se na sua garganta, não sabia porquê mas estava a ponto de começar a chorar - Uma noite fria não a assusta.
- Valerie! - Erick agarrou-a pelos ombros - Calma. Tudo se resolve
- A minha mãe...
Não teve tempo de terminar a frase pois viu-se envolta nos braços dele. A respiração entrecortada e agitada pelas lágrimas começou a ficar mais compassada. Fechou os olhos e rendeu-se ao calor reconfortante que o corpo dele emanava. Mas a calma que ele lhe transmitia deu lugar a uma sensação nova para ela. Não sabia se era devido ao cheiro dele se ao calor do corpo dele mas desejou poder ficar ali para sempre.
Sentindo o coração na garganta afastou a cabeça do peito dele e olhou-o. O olhar dele encontrou-se com o dela e depois o olhar procurou os seus lábios. Involuntariamente ela passou a língua pelos mesmos e no segundo seguinte as duas bocas tocavam-se. Primeiro a medo depois avidamente, como se toda a vida estivessem esperando por aquele momento. Um gemido saiu da boca dela e Erick apertou o corpo contra o seu fazendo-a gemer novamente. De repente sentiu um ar fresco entrar nas suas costas, ar esse que foi substituido pelo calor da mão dele. As suas costas arquearam sem que ela o procurasse e um novo gemido foi ouvido. Sentiu os lábios de Erick descer pelo seu pescoço e podia jurar que o ouvira sussurrar o nome dela ao mesmo tempo que chegava ao seu peito que se mostrava pronto para ele. Toda ela estava pronta para ele. De repente Erick parou e afastou-se. Olhou-o atônita sem entender o motivo da reação mas bastou olhar mais atentamente para perceber que ele estava tão frustrado como ela.
Sentindo o coração na garganta afastou a cabeça do peito dele e olhou-o. O olhar dele encontrou-se com o dela e depois o olhar procurou os seus lábios. Involuntariamente ela passou a língua pelos mesmos e no segundo seguinte as duas bocas tocavam-se. Primeiro a medo depois avidamente, como se toda a vida estivessem esperando por aquele momento. Um gemido saiu da boca dela e Erick apertou o corpo contra o seu fazendo-a gemer novamente. De repente sentiu um ar fresco entrar nas suas costas, ar esse que foi substituido pelo calor da mão dele. As suas costas arquearam sem que ela o procurasse e um novo gemido foi ouvido. Sentiu os lábios de Erick descer pelo seu pescoço e podia jurar que o ouvira sussurrar o nome dela ao mesmo tempo que chegava ao seu peito que se mostrava pronto para ele. Toda ela estava pronta para ele. De repente Erick parou e afastou-se. Olhou-o atônita sem entender o motivo da reação mas bastou olhar mais atentamente para perceber que ele estava tão frustrado como ela.
- O telemóvel. - Erick passou a mão pelo cabelo nervosamente. - Pode ser do hospital.
Sem hesitar agarrou o telemóvel. Era do hospital. A operação correra bem e dentro de pouco tempo a sua mãe iria subir para o quarto. Não demorou mais que dois minutos ao telemóvel com a enfermeira mas quando desligou Erick já tinha saído da sala. Correu para a cozinha na esperança de o encontrar mas na cozinha apenas Trash esperava por ela.