domingo, 27 de outubro de 2013

Inesperada reviravolta




  Rui dormia, ela não conseguia.
 A imagem de Luis deitado a seu lado não lhe saía da cabeça. Tinha-o deixado há 4 horas e já tinha saudades do seu toque, de sentir as suas mãos acariciando o seu corpo sedento de carinho.

Não tivera intenção de trair o marido mas a vida a dois não estava fácil. Parecia ter-se tornado invisível para o marido. Já não a procurava mais, nem para um rápido beijo de despedida, não havia mais palavras de carinho, nem uma simples saída a dois para um café.
Talvez por isso permitira a Luis entrar na sua vida.
    Recordava bem a primeira vez que reparara nele, não, ele é que falara com ela.
Estava em frente ao computador sem ver sequer o ecrã quando ele foi deixar uns papeis e reparou nos seus olhos tristes cheios de lágrimas.
   A principio ficara relutante em sair com ele, mas precisava de falar com alguém e como dizia a sua mãe, um café não tira pedaço a ninguém.
   No fim do dia foram tomar café, entre lágrimas  desabafou tudo o que lhe ia na alma. Muitos cafés se seguiram, o marido não notava que chegava cada vez mais tarde e ela não achou necessário justificar o atraso. Afinal era só um café, e durante muito tempo não passou disso mesmo, um café entre dois bons amigos.  Mas numa tarde de Novembro tudo mudou.
   Chovia torrencialmente quando saíram  da pastelaria, correram até ao carro, rindo da chuva como duas crianças.
Respiravam apressadamente quando entraram no carro, Luis retirou uma madeixa de cabelo da cara dela, nesse instante mil e uma emoções explodiram dentro dela. Sentiu algo que julgava ter morrido há muito. Olhou-o com olhos suplicantes e ao mesmo tempo envergonhados. O primeiro beijo foi envergonhado, até mesmo meio desajeitado, mas os seguintes foram bem apaixonados, Luis com mãos firmes desabotoou-lhe a camisa acariciando um seio, ela gemeu de prazer e pouco a pouco foram livrando-se das roupas e entre caricias e beijos fizeram amor ali mesmo no carro como dois adolescentes, indiferentes a se eram vistos ou não.
  Não sabia o que dizer, nem o que pensar. Estava confusa, nunca pensara ser capaz de fazer algo assim. Neste preciso momento não tinha a certeza do que queria fazer dali para a frente. Só tinha certeza de uma coisa, sentia-se viva, sentia-se mulher novamente.

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