quinta-feira, 28 de abril de 2016

SEDE DE VINGANÇA 8ª PARTE




-Posso fazer-te companhia? - Assustou-se ao ouvir  Alex
- A casa é tua - continuou com os olhos no chão - Podes estar onde quiseres.
- Isso são saudades de casa ou tristeza por Mateus ter partido?
- E porque haveria de ter saudades do Mateus?!
- Passas-te a noite a falar com ele.
- Sei que deve ser difícil de acreditar devido às circunstâncias - Liz levantou-se e meteu as mãos nas ancas - Mas não faz parte dos meus serviços dormir com quem me contrata, nem com os seus familiares.  Se pensas-te que por ter falado com Mateus, e ter apreciado da sua companhia ia atirar-me para os braços...

Liz voltou-lhe as costas, não ia justificar-se perante ele. Se houvesse alguém que poderia exigir uma satisfação era Ariane, não ele. Entrou em casa vermelha de raiva, como podia pensar que ela estava interessada em Mateus quando tinha acabado de o beijar?! Que tipo de mulher pensava ele que era?! Passou a noite a falar com Mateus pois tirando Alex, era o único que falava inglês!

As lágrimas turvavam-lhe a vista e por isso quase chocou com Ariane que saía do quarto.
- Desculpe, não a vi. Está tudo bem?
- Isso pergunto eu...- Ariane estava intrigada com ela - Algum problema?
Liz ficou sem fala, não estava à espera de encontrar Ariane.
- Não. Estive no jardim e acho que fiquei com saudades de casa.
Nesse instante Alex apareceu no cimo das escadas. Ariane olhou o filho.
-  Pois. As saudades são complicadas. Bem, se está tudo bem vou voltar para a cama. Boa noite.
- Boa noite Ariane.
Liz entrou no seu quarto ignorando Alex. Tinha-a magoado. Pensar que ele a via como uma qualquer, que recebe beijos de um e minutos depois está nos braços de outro... Que ódio! Atirou-se para cima da cama.
Mas porque raio dava tanta importância ao que ele pensava dela? Ele que pensasse o que quisesse.
Despiu-se e meteu-se na cama. Mas teve alguma dificuldade em adormecer. Em consequência acordou de mau humor, pois dormiu pouco e sonhou com Alex. O que não ajudou.
Depois de tomar um duche foi ver se Ariane estava acordada.  Ariane estava no cadeirão junto à janela olhando lá para fora.
- Bom dia, a vista daqui é linda.
- Bom dia, dormiu... - Liz ficou sem fala quando olhou lá para fora. Dali via-se o banco onde esteve sentada com Alex ontem à noite. Sentiu a cara ficar quente. - Vou prepara o seu banho.

Respirou fundo quando entrou na casa de banho. E se Ariane tivesse visto algo? E se... Mas que idiota estava a ser. Não havia nada para ver. Afinal não se tinha passado nada! Nem se tinham tocado! Lavou a cara com água fria antes de ir chamar Ariane.
- Quando quiser está pronto.
- Sabes, estava a pensar em convidar o Mateus para te fazer companhia no baile.
Ariane continuava olhando o jardim.
- Baile?!- Liz estava perdida.
- No baile de beneficência. - Ariane abanou a cabeça - Esta rapariga. Não me digas que te esqueces-te?
- Não... Bem, um pouco. É depois de amanhã! - Faltava um dia, nunca mais pensara nisso. Quando não estava cuidando de Ariane, a sua cabeça teimava em estar ocupada com um determinado grego petulante! Afastou a imagem dele da sua mente - E acha que Mateus gostaria de me acompanhar?
- E porque não gostaria? Acho que se deram bem ontem, no jantar.- Ariane olhou para ela antes de entrar na casa de banho - Bem, vou aproveitar o banho para pensar como vou arranjar o cabelo.

Não viu Alex durante o dia todo. Ela bem que o procurava com os olhos sempre que ouvia um barulho qualquer.
Ariane falava do jantar como se ela não tivesse ido. Estava feliz com o reencontro da sua família. Este era o conceito de família que ela sempre imaginara. A dela era assim antes da sua mãe adoecer. Um ano até festejaram o aniversário da Pink. A gata que a sua irmã tinha encontrado na rua. Quando não havia motivo para festejar, arranjava-se. Um sorriso involuntário apareceu no seu rosto.

- São essas coisas que merecem ser recordadas.- Ariane, tirou-a da sua divagação - Nunca te tinha visto sorrir assim.
- Estava a pensar na minha família. - Liz não viu motivo para mentir. - Fazíamos festas por tudo e por nada.
- Deves de ter muitas saudades deles.
- Sim. - Era verdade. Tinha muitas saudades - Mas a vida é mesmo assim, temos de seguir em frente.
- Não tens mais ninguém? - Liz abanou a cabeça negando. - Nem um namorado?
- Tive um, mas acabou há muito.
- Sinto muito. - Ariane estava realmente com pena dela
- Não devia. Acabou porque não era amor. Pelo menos era o que dizia a minha mãe. - Pela primeira vez não sentiu mágoa, ao recordar as coisas que a mãe lhe dizia. - Ele não suportava que eu passa-se tanto tempo fora de casa.
- Deve de ser complicado aceitar algo assim. Mas se não te fazia feliz, fizeste bem.

Alex apareceu quando estavam na sala a tomar o café depois do jantar. Ela ainda o viu antes de desaparecer escadas acima. E só o voltou a ver na tarde seguinte. E novamente de fugida, sempre falando ao telemóvel.
- Este baile dá sempre tanto trabalho...

Liz ajudou a Ariane a vestir o vestido e deixou-a com o cabeleireiro. Ainda queria dar um duche antes de se vestir e o tempo era escasso.
Uma hora depois era ela que estava nas mãos do cabeleireiro. Ariane tinha descido com a menina da manicura e deixara-a entregue às mãos experientes de Jack.
Quando Jack terminou nem ela se reconhecia. Era queria apanhar o cabelo mas ele insistira em deixá-lo solto. Nunca levou tanto puxão na sua vida mas o resultado merecia cada um! O seu cabelo sedoso caía ondulando sobre os ombros nus. Sentia-se uma estrela de cinema.
Desceu as escadas de braço dado com Jack, ele insistira nisso.
- Será a mulher mais bela da festa. - Jack estava orgulhoso do seu trabalho - Começo a por em duvida as minhas preferências sexuais!
- Não é para tanto! - Liz riu-se - Mas agradeço.
Ariane foi a primeira a vê-la.
- Estás linda. Não achas Alexandros? - Alex ignorou-a e Ariane levantou-se - Mateus vai ficar encantado.
- Obrigada. É tudo mérito das mãos maravilhosas de Jack.
- Vamos embora? - Alex parecia estar de mau humor.

Ariane aproveitou a viagem para confidenciar a Liz que este baile era especial,  Alex tinha convidado a família.
 O edifício era cercado por um jardim. A meio do jardim, uma fonte com a estátua de uma mulher que segurava um jarro do qual brotava a água que enchia a fonte iluminada em várias cores.
 A porta principal tinha escadas de mármore em ambos os lados que davam para a mesma.
Mal entrou viu-se num salão em tons bege onde vários lustres iluminavam o amplo espaço.
As pessoas voltavam-se para cumprimentar Ariane e Alex à medida que iam entrando no salão. Percebeu que se gerava alguma curiosidade por parte dos convidados. Gostava de saber o que Alex dizia sobre ela. Ariane apenas sorria. Pouco depois Alex desapareceu entre os convidados.

Ela sentou-se com Ariane num canto do salão, e deliciou-se com a decoração. Avistou Mateus que chegava com Kátia. Ariane também os viu.
- Quando Mateus chegar aqui podes deixar-me com a minha prima, e aproveitar a noite.
- Claro que não. - Embora gostasse de aproveitar para ver com calma todo o edifício não queria que Alex a acusa-se de abandonar a sua mãe.
- Vais sim. És jovem, bonita. Aproveita a vida. - Ariane agarrou-lhe a mão - Não quero discussões. Esta é a tua noite de folga...bem, pelo menos enquanto durar o baile. - Ariane sorriu para ela
- Está bem. mas se precisar...
- Eu sei. Aqui está o cavaleiro andante. - Ariane deu o rosto para que Mateus a beija-se - Deixem-nos e vão divertir-se.

Mateus cumprimentou-a com um beijo nos lábios. E arrastou-a para o meio do salão onde algumas pessoas já dançavam. Não conseguiu evitar compara os lábios frios dele com o calor dos beijos de Alex. Sorriu-lhe, não tinha o direito de estragar-lhe a festa, era apenas um inocente beijo.
Depois de dançarem, Liz disse que queria descansar um pouco e foram sentar-se junto a Ariane.
Falavam de futilidades quando Liz reparou que Ariane parou de conversar com a prima, seguiu o olhar dela. Alex estava com uma mulher loira, alta muito elegante. O tipo de mulher que aparece nas capas das revistas.
Ariane, agarrou a mão dela e olhou-a por uns momentos. Depois soltou a mão dela e voltou à conversa com a prima, como se nunca a tivesse interrompido.
- Está tudo bem? - Liz estava preocupada com a atitude de Ariane.
- Mateus, vais permitir que uma mulher linda fique aqui sentada?
- Oh prima. Por quem sois! Dá-me o prazer desta dança?- Mateus estendeu a mão em direcção de Ariane e esta soltou uma gargalhada.
- Não sejas pateta. Vamos desapareçam. - Ariane voltou à conversa com Kátia.

 A imagem de Alex com aquela mulher martelava dentro da sua cabeça. Pareciam muito íntimos, sentiu um aperto tão grande que sentiu vontade de chorar. Quando terminou a música pediu a Mateus para a levar até ao jardim se tal fosse possível, precisava de sair dali.

- Está muito calor lá dentro.- Liz tentava iniciar uma conversa fútil.
- Não mais do que aquele que sinto quando estou contigo. - Mateus inclinou-se para a beijar. Desta vez Liz desviou-se.
- Desculpa. Não era minha intenção dar-te a ideia de que estou interessada em ti.
- Já imaginava. Estão todas caídas por ele. A vocês não lhes incomoda o facto de ser filho de um ladrão. Aos vossos olhos até fica mais atraente. - Mateus estava magoado e por isso dizia coisas sem sentido.
- Não te estou a perceber.  Peço desculpa se de alguma forma...

Mateus deixou-a sozinha. Ela não sabia que pensar. Não conseguia perceber o que tinha feito para ele pensar que estava interessada nele. Apenas conversaram. E aquele beijo?! Devia de lhe ter dito logo que não queria que a beija-se?! Teria ele interpretado o pedido dela de sair do salão como um convite?! Ela apenas queria se afastar de Alex... Não queria vê-lo com aquela mulher. Pensar que ele estava a beijá-la, a acariciá-la...

Um casal fez barulho ali ao lado e Liz regressou para dentro. Quando estava a chegar perto de Ariane um homem puxou-a e levou-a naquilo que parecia ser uma espécie de conga. Por uns instantes deixou de pensar em Mateus e em Alex. A musica não precisava de tradução e ela integrou-se no grupo.
O homem que a tinha puxado deu-lhe um beijo na mão e fez uma vénia antes de a agarrar pela cintura e iniciar nova dança. Desta vez algo mais calmo.
Liz pensava numa forma de agradecer ao homem e dizer que queria descansar assim que a dança termina-se. Mas isso parecia missão impossível, uma dança sucedia outra e ele não a soltava. Agora estavam constantemente a trocar de parceiro, numa dessas trocas deu por si nos braços de Alex.
- Precisas que te salve?- Ele parecia divertido com tudo aquilo - Basta dizeres.
- Acho que por hoje já chega de dança. - Liz procurou a mulher que ainda à pouco o acompanhava.
- Procuras alguém? -  Sentiu os músculos dele ficarem tensos.
- A tua mãe. - Liz mentiu deliberadamente.

A musica mudou para um ritmo mais lento e Alex puxou-a para junto dele.
- Não me vais deixar aqui sozinho pois não?!

Liz não respondeu, encostou-se a ele e deixou-se envolver pela música. Ali nos braços dele percebeu o que ele significava para ela. Estava este tempo todo diante dos seus olhos, e ela não via, ou tinha medo de ver! Estava apaixonada por ele!

Já era madrugada quando as pessoas começaram a abandonar o local, e estava na hora do regresso a casa.

- Mais um ano. - Ariane estava cansada mas feliz.
- Adorei mas estou esgotada.  Acho que vou ter bolhas nos pés por dois anos, no mínimo! A sua prima gostou? - ela queria saber se Mateus ficou ofendido.
- Sim, mas teve de sair cedo. Mateus não se sentiu bem. Ele não te disse?
- Não.- Liz não lhe queria dizer que a culpa era dela - Agora vamos dormir, precisa de descansar.
Ajudou-a a tirar a roupa e a desfazer o penteado. Deu-lhe a medicação e apagou a luz.
- Boa noite.
- Boa noite Ariane.

Descalçou os sapatos, os seus pés agradeceram a liberdade. Entrou no quarto e antes de tirar a roupa apreciou o seu aspecto mais uma vez.
Um barulho chamou-lhe a atenção. Algo caiu. Ariane!
Correu para o quarto de Ariane, mas esta dormia. Estaria a imaginar coisas?!
Encontrou Alex no corredor. Afinal não estava louca!
- Ariane dorme. - Disse sem mais. - O que foi este barulho?
- Não sei. Fica no teu quarto. Vou ver lá em baixo.
- Nem penses! Não vou ficar aqui!

Alex olhou para ela, mas se tinha ideia de dizer algo desistiu. Um novo barulho ouviu-se.
 Desceram as escadas e foram percorrendo as divisões, fechando portas e verificando janelas.
Alex estava a verificar a janela da cozinha quando se ouviu mais uma coisa a cair, desta vez no escritório.  Liz não pensou duas vezes e foi até lá. E teria entrado se Alex não a puxa-se pelo braço. Entraram os dois no escritório mas estava vazio!
- Que coisa estranha! - Alex verificou as janelas. - Se estivesse sozinho diria que estava a ficar louco.
- Pensei o mesmo. O barulho vinha daqui, tenho a certeza. - Liz sentou-se na poltrona, não queria  acreditar no que via - Podes sentar-te aqui? Mas sem fazer barulho por favor.
 Alex olhou-a intrigado, mas fez o que ela pediu.
- Estou aqui sentado e não fiz barulho. Mas tirando a vista magnifica não vejo nada de mais.
Liz corou ao ver que ele estava a referir-se aos seus seios. Não pensara na altura dele.
- Baixa a cabeça um pouco.
- Se isto é... - Alex calou-se ao ver um par de olhos brilhantes - Um gato! Um simples gato.
- É preciso ter cuidado, pode arranhar. É melhor abrir a...
- Vai agora arranhar. Ao tamanho que têm, acho que apanhou um susto maior que nós!

Alex tentou agarrar o gato mas este saltou-lhe para cima e arranhou-lhe o braço antes de sair do escritório pela porta que ela abriu.
- Vai ver para onde foi.
Liz fez o que lhe pediu, ainda foi a tempo de o ver sair pela janela da sala de jantar que ficara um pouco aberta. Fechou-a antes de ir ver o braço dele.
- Doí-te muito? -Liz lutou contra a vontade de se rir. Gregos ou não, os homens são todos uns meninos mimados. Não aguentam uma dorzinha.
- Estás a achar piada a isto? -Alex estava com cara de poucos amigos.
- Eu?! Não!- Mas começou a rir- Deixa ver isso.
- Não é nada demais.
- Deixa ver. Não sejas teimoso. - Liz observou o braço, o arranhão era grande. Apanhava o braço direito desde o pulso até quase ao cotovelo - Estava a treinar para a saída da pista! Vou apanhar algo para desinfectar.
- Deixa, eu faço isso.
- Com a outra mão? Não me parece que fique bem desinfectada.
Liz voltou em questão de minutos. Limpou a ferida e desinfectou-a.
- Acho melhor colocar aí uma ligadura.
- Nem que tivesse partido o braço!
- Por causa do sangue.- Liz começou a colocar a ligadura apesar dos protestos dele. -Amanhã tiro-a.
- Isso quer dizer que vais cuidar de mim?!
- Quer dizer que vou tirar-te a ligadura antes que a tua mãe acorde. Agora, vamos para a cama.
- Vamos?! Parece-me boa ideia.

E sem lhe dar tempo de reagir tomou de assalto a boca dela. Liz viu-se empurrada contra a secretária. A boca dele brincava com a sua, descendo pelo pescoço dela levando-a  a soltar gemidos de prazer. Alex levantou-a e sentou-a na secretária.
- Quero-te. - Liz nem queria acreditar, ela tinha dito aquilo!? - Alex..

O que ela ia dizer foi abafado pelo beijo ávido dele. Liz meteu as mãos dentro da camisa dele, queria sentir a pele dele. Voltou a suspirar, desejava-o!
Alex, subiu-lhe o vestido como pode e tirou-lhe as cuecas. Liz estremeceu de antecipação. Sentiu-o entrar dentro dela, pujante, quente, mas um calor que acalmava o fogo que ela tinha dentro de si a cada movimento. Alex segurou-lhe o cabelo e puxou-lhe a cabeça ligeiramente para trás. Ela pode ver nos olhos negros dele todo o desejo que ele sentia. Os corpos unidos mas separados ao mesmo tempo pela roupa moviam-se na mais perfeita sintonia. Parecia-lhe que ia explodir de satisfação quando ele a penetrou mais profundamente, Liz mordeu o lábio e fechou mais as pernas o que levou Alex a atingir o clímax ao mesmo tempo que ela.

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