O ar dentro do carro, estava pesado devido ao silêncio imposto por ele, a única coisa que se ouvia era o choro ocasional da menina.
Mellisa tentou concentrar-se na paisagem, mas não conseguia abstrair-se totalmente e respirou fundo quando se ouviu um novo soluço abafado.
Voltou a olhar para ele, parecia alheio ao sofrimento da pequena, como se as lágrimas de menina lhe fossem indiferentes, e naquele momento, sentiu uma certa antipatia por ele! Ele não tinha o direito de obrigar a criança a esconder a tristeza que sentia! Principalmente porque ele não escondia o furioso que estava! Olhou para a pequena, esta tentava alcançar um peluche enquanto as lágrimas caíam silenciosamente.
- Não chores linda. - Mellisa não se conteve. - Queres o peluche?
A pequena apenas acenou afirmativamente e abraçou o boneco rapidamente quando ela lho deu.
- O que deves dizer?
Mellisa olhou para ele, pensou que ele estava alheio ao que o rodeava, mas tinha-se enganado.
- Não se preocupe. Ela está triste, é mais que compreensível.
- Isso não é motivo!
Olhou para ele quando sentiu que o carro parava e viu-o voltar-se para a menina, olhando-a fixamente enquanto a pobre soluçava. Sentiu pena da pequena, como podia ser tão cruel?!
- É apenas uma criança, tente...
- Diana!
Aquele nome obrigou Mellisa a olhar detalhadamente para ele e depois para a menina. Diana... Aquela era a menina que ela ia cuidar?! Tinha de ser, não podia ser coincidência!
Sendo assim onde estava a mãe, a madame?! E quem era aquele homem que a menina abraçava com carinho procurando protecção, mas ao mesmo tempo lhe inspirava medo?! Certamente a mãe não sabia que ele tratava a menina assim! Tinha a certeza disso, a madame não permitiria tal coisa! As dúvidas começaram a aumentar na sua mente.
- Obrigada.
A voz da pequena, trémula pelo choro, não passava de um murmúrio. O seu coração encolheu-se ao olhar para os olhos dela. Estava tão vulnerável... Que tinha acontecido para ela estar assim!? Ela teria medo dele?!
- De nada linda. - Mellisa sorriu-lhe ligeiramente.
- Gostavas de almoçar na praia?
Mellisa olhou para ele, a sua fisionomia tinha-se alterado por completo. Naquele momento, ele tinha retirado os óculos e sorria para a menina esperando uma resposta. Ao ver o sorriso dele, o seu coração derreteu. O sorriso chegava ao olhar dele, o que originava uma nova tonalidade. Naquele instante o castanho mel adquiria uma tonalidade mais escura e os olhos ficaram mais brilhantes. Ele parecia genuinamente preocupado com Diana. Por alguns minutos pensou que debaixo daquela raiva existia um sentimento melhor.
- E você?
- Eu?! - Mellisa olhou para ele surpreendida.
- Sim. Gostaria de almoçar na praia?
- Não sei... Não chegaremos tarde?
- Onde?!
- Ainda não falei...
- Depois. - Disse ignorando o comentário dela - Agora vamos almoçar.
Mellisa seguiu-os de perto sem saber que pensar. Ele era prepotente e parecia não gostar que ela fizesse perguntas e evitava responder. Mas ela precisava saber o que esperavam dela!
Tinha ido para cuidar de Diana e a menina estava ali. Ela tinha pensado que a madame estivesse presente, pelo menos no dia da sua chegada, para lhe dizer se havia algo que ela devia ou não fazer! Não estava à espera de ser recebida por um homem irritado e uma menina que chorava copiosamente! Onde estaria a madame?! Porque não estava no aeroporto como lhe dissera?! Essas perguntas tinham de ser respondidas sem falta. Gostasse ele ou não de...
- Parece-lhe bem?!
- Desculpe. Não percebi.
- Não! Você não ouviu, é diferente!
O olhar dele mostrava que estava irritado com ela. Olhou desconcertada para ele, como podia mudar de humor com tamanha facilidade?! Quando entraram na areia, ele agarrou Diana ao colo e começou a caminhar sem esperar por ela. Aquele homem achava-se no direito de se irritar com todo o mundo, o mundo é que não se podia irritar com ele!
- Sr. Wild agradeço imenso a sua disponibilidade, mas se tem coisas mais interessantes que...
- Vamos passar a tarde aqui. - Joshua olhou para ela e esperou que chegasse junto deles - Diana gosta de brincar na areia. Algo contra?
- Não. - Mellisa encarou-o, tinha adoptado novamente a atitude rude, mas se ele achava que ela se ia intimidar estava enganado. - Desde que Diana goste concordo plenamente.
- Óptimo!
Quando voltou a parar estavam num restaurante. Um homem forte dirigiu-se a eles sorrindo e falando num português, que ela percebia parcialmente, levou-os até uma mesa. Entre sorrisos deixou-os a sós depois de dar o cardápio a Joshua.
Diana balançava as pequenas pernas na cadeira descontraidamente, como se aquela não fosse a primeira vez que iam ali. Olhou para ele, parecia mais relaxado. Apenas o olhar sem brilho lhe assegurava que não tinha imaginado a fúria nos olhos dele. Ele tinha uns olhos lindos, mas naquele momento recordavam-lhe uma noite de...
- Espero que goste de peixe.
- Sim, obrigada.
- É a primeira vez que vem ao Brasil?
- Sim.
- E trabalha com crianças à muito tempo?
- É apenas um trabalho de Verão. - Mellisa evitou responder.
- Percebo...
Mas ela não percebia, ele voltara a mudar de humor. Agia como um anfitrião, tentando manter uma conversa cordial. O que tinha mudado desde à pouco?! Seria porque estavam num local público?! Não! O aeroporto também o era! Talvez porque estava num local conhecido.
- Tem filhos?
- Não.
- Mas gosta de crianças.
- Sim.
- E consegue manter uma conversa normal!?
- Claro que consigo! - Mellisa olhou ofendida.
- Então não gosta de falar comigo.
- Sim! Não!...Não é isso... Eu...
- Não precisa dizer nada mais.
A aparente educação fora quebrada por aquele comentário. O olhar dele recaiu sobre a pequena que brincava com o copo de sumo.
- Desculpe. Não era minha intenção...
- O que sabe sobre a ilha?
- Pouco. - Mellisa olhou para ele tentando perceber o estado de animo dele - Apenas o que li. Tem várias praias, todas elas lindíssimas. A Baía de Sancho, a Baía dos Porcos, bem ao lado do Morro dos Dois Irmãos, a praia Sueste e a praia do leão.
- Sabia que as primeiras praias que nomeou são consideradas as mais calmas devido às águas do litoral e chamam-lhes as praias do Mar de dentro?! Enquanto as restantes são denominadas de praias do Mar de fora pois estão voltadas para África.
- Não sabia.
- Quer que lhe fale um pouco sobre a ilha?
- Se não se incomodar...
- Devido a um registo, realizado numa expedição exploratória comandada por Gonçalo Coelho, a ilha foi doada pela coroa, em 1504, ao português Fernão de Loronha, que tinha financiado a iniciativa. Estava criada, então, a primeira capitania hereditária do país, que nunca chegou a ser ocupada pelo donatário. - Ele sorriu ao ver a expressão dela - Mas o arquipélago esteve abandonado mais de duzentos anos e chegou a ser rebaptizado. Primeiro de Pavónia. Isto durante a invasão holandesa, no século XVII. Depois, de Ile Delphine, por causa dos imensos golfinhos ali encontrados, no século XVIII, quando passou a fazer parte da rota de grandes navegações francesas. A ilha voltou a ser chamada pelo seu nome original quando foi incorporada pela Capitania de Pernambuco, em 1737, que construiu dez fortes de defesa.
- Como consegue saber isso tudo?!
- Curiosidade apenas.
- Nunca imaginei que uma ilha pudesse esconder tanta história.
- Mas desengane-se se pensa que termina aqui, esta é a parte favorita de Diana. - Ele olhou para a menina que sorria abertamente - Depois disso a ilha passou a ser utilizada como presídio onde estavam presos condenados a longas penas. A distância da costa, a cessão do território para a União Federal e o uso histórico da ilha como detenção comum, acabou por fazer com que Fernando de Noronha voltasse a ser um presídio, em 1938, destinado a presos políticos, que viram, quatro anos depois, o local tornar-se base de apoio durante a II Guerra Mundial. Somente após a Constituição de 88, o arquipélago foi reintegrado, como Distrito Estadual, a Pernambuco e passou a ser considerado Área de Protecção Ambiental.
- Era aqui que deixavam os homens maus!
Mellisa olhou para a pequena Diana que se incluía na conversa, falando com veemência, como se a criança ali fosse ela.
- E assim eram castigados. - Joshua olhou para a pequena e sorriu.
- Pai. Posso comer gelado?
- Depois.
Pai?! Aquela simples palavra disparou os alarmes na cabeça dela e olhou para a menina atentamente. Ele era pai da menina?! O marido da madame?! O conde, visconde ou outro titulo qualquer?! Diana tinha-lhe carinho, mas ao mesmo tempo tinha um certo temor, ou seria respeito?! Sentimentos que uma criança nutria pelo seu progenitor! Porque não tinha pensado nisso?! Porque deveria?! Nada na menina lhe indicava que era filha dele. Era loira e ele tinha o cabelo negro como a noite, o dele era liso e forte enquanto o dela era fino e ondulado. Os olhos dela eram verdes, os dele castanhos mel... Como podia ser filha dele?!
- Desculpe... não sabia. Pensei que...
- Que...?!
- Não sei. - Mellisa não sabia que dizer - Imaginei que a madame...
- Já lhe pedi que não use esse termo!
- Desculpe.
- Eu é que peço desculpas. - Ele olhou para a filha e depois para o homem que se aproximava - Aqui está o nosso almoço.Almoçaram num silêncio quase total, apenas uma ou outra frase isolada, da parte de Diana, dava ao almoço um ar mais descontraído. Quando terminaram a refeição ele deu a mão à pequena e colocou a mão nas costas dela para lhe ceder passagem, ao sentir o toque da mão dele teve a mesma sensação que quando as mãos se tocaram no aeroporto. Sentindo um nó no estômago obrigou-se a não fugir ao toque que a queimava como fogo.
Respirou fundo quando ele retirou a mão e se afastou um pouco. Observou como ele retirava o vestido a Diana e a deixava apenas com um fato de banho rosa.
- Não está muito calor? - Mellisa arrependeu-se de ter falado, afinal era pai da menina. - Desculpe, não pretendia dizer-lhe o que...
- Ela gosta de sentir a água nas pernas. E o sol está a descer.
- Devo-lhe um pedido de desculpas. Não percebi que era... - Mellisa olhou para a pequena esperando encontrar algo adequado a dizer.
- Esqueça, a culpa não é inteiramente sua, eu parti do princípio que sabia quem era. - Ele estendeu a mão para o mar em direcção a Diana - Vamos?!
- Onde!?
- Não queria conversar?
Mellisa acenou com a cabeça e caminhou ao lado dele. Mas contrariamente ao que ela esperava, ele não dizia nada, apenas caminhava na areia. Ela olhou para Diana, corria para a água e fugia desta depois. Parecia feliz, como se tivesse esquecido que a mãe não estava ali.
- Peço desculpa, mas esta situação é novidade para mim. - Ela mantinha o olhar no mar - Se houve alguma alteração, não me causa problema algum regressar.
- No mínimo não seria justo para si. Principalmente depois da viagem que fez, e tem de pensar que os voos na ilha apenas se fazem duas vezes por dia. E nesta altura do ano estão lotados.
Mellisa olhou para ele. O olhar dele permanecia perdido na filha que corria ao longo da praia. Depois olhou para ela fixamente. Mellisa percebeu que estava novamente furioso, teria ele percebido que mentia?! Bem, não mentia realmente. Afinal nunca se vira naquela situação. Que faria Faty no lugar dela?! Conhecendo a amiga como conhecia, não faria nada. Se ali estivesse, Faty pensaria em desfrutar daquele clima fantástico. Com isso em mente encarou-o e manteve o olhar dele até que ele relaxou e sorriu ligeiramente.
- A sua esposa vai regressar?
- Acho que podemos renegociar o seu contrato.
- Eu não tenho contrato! - Mellisa olhou-o sem entender porque motivo ele tinha ignorado a pergunta.
- Ainda que verbal é um contrato. E eu gosto de honrar os que faço.
- Mas não falei consigo e se as circunstâncias mudaram...
- Quando isso acontece tentamos encontrar solução.
Mellisa abriu a boca para lhe responder, mas ele já se afastava na direcção da filha. Quando chegou junto deles, ele já tinha vestido a menina que sorria segurando a mão do pai. O seu coração deu um salto ao notar como o olhar dele se enchia de ternura ao olhar a filha.
Não voltaram a falar e durante a viagem ela pensou em tudo o que acontecera desde que chegara ao Brasil.
Ele aparecera furioso e ficava ainda mais quando ela dizia "madame", a pequena Diana chorava pela ausência da mãe. O mais provável era terem discutido. O que não deixava de ser irónico. Tinham-na contratado para conseguirem ter algum tempo a sós e afinal acabaram cada um para seu lado!
Mellisa ainda divagava nos seus pensamentos quando ele parou o carro junto a um bungalow. Saiu do carro e observou com atenção o edifício, as paredes brancas contrastavam com o verde das árvores e o colorido das flores que o rodeavam.
Quando voltou a olhar para ele, ele subia os poucos degraus com a mala dela numa mão e a menina caminhava a seu lado segurando a outra.
A frescura da habitação era um bálsamo depois do calor que se fazia sentir na rua.
Ele colocou a menina num cadeirão e ligou a televisão antes de olhar para ela.
- Vou mostrar-lhe o seu quarto. Deve querer descansar.
Mellisa seguiu-o pelo corredor decorado com quadros alusivos à lha.
- Agradeço imenso mas preferia falar.
- É sempre assim?
- Assim como?!
- Apressada.
- Apenas pretendo saber o que esperam de mim.
- Que cuide de Diana. - Joshua deixou a mala dela em cima da cama - Espero que goste do quarto.
Mellisa seguiu-o com o olhar quando ele abandonou o quarto. Olhou para o que seria o seu quarto por umas semanas. A cama ampla ocupava o centro da divisão, uma mesinha do lado direito desta, servia de suporte ao candeeiro. Uma das paredes tinha uma janela de correr que era ao mesmo tempo uma porta, que dava acesso ao exterior. Na parede oposta, uma cómoda de madeira branca com um espelho enorme.
Uma porta entreaberta chamou a sua atenção, era a casa de banho. As loiças eram simples e brancas, assim como as toalhas. Mellisa adorou os sabonetes em forma de estrelas do mar e conchas.
Depois de arrumar a sua pouca roupa, foi procurar a menina. Esta brincava com o seu peluche enquanto na televisão passava um filme infantil.
- Ele tem nome?
- Tedy.
- É um nome bonito. Foste tu que escolheste?
A pequena apenas acenou com a cabeça.
- Eu também tive um. Chamava-se Pong. - Mellisa sentou-se junto a ela. - É cinzento.
- Que lhe aconteceu?
- Ainda está lá em casa.
- Porque não o trouxeste?!
Mellisa sorriu perante a pergunta da menina.
- Ele não gosta muito de viajar.
- Eu nunca deixo o Tedy.
- Acho lindamente.
- Queres ver o meu quarto?
- Claro!
Mellisa seguiu Diana até uma porta depois do seu quarto. Neste, uma cama mais pequena estava encostada a uma parede e um roupeiro ocupava a parede oposta. Ao contrário do quarto dela, as janelas eram pequenas e tinha uma carpete no centro.
- Olha. - Diana estendia-lhe uma boneca de cabelos loiros - Esta é Lisa, e esta é Maria. É espanhola.
- Oh! Nunca fui a Espanha.
- Eu também não. O pai foi.
Diana sentou-se no chão e bateu com a mão na carpete a jeito de convite. Mellisa juntou-se a ela e pouco depois estavam a vestir Maria e Lisa para passear.
- Não gosto desse.
- Não?! É giro. - Mellisa olhou para a boneca com o vestido azul ás bolinhas.
- Este é mais bonito, tem flores. Eu gosto de flores.
- Tens razão, é o ideal para passearmos.
- Se oferecer um gelado também posso ir?!
- Um grande! - Diana levantou-se ao ouvir a voz do pai.
- O maior que conseguires comer.
Mellisa olhou para ele, tinha tomado banho e parecia mais relaxado, como se a água tivesse levado parte da sua irritação. Diana riu alto e deu-lhe uma boneca.
- Levas Lisa ?! Eu vou apanhar o Tedy.
- Claro.
Mellisa levantou-se e quando o seu olhar encontrou o dele, notou que a alegria tinha sido substituída por uma sombra.
- Onde é o passeio?
- Lá fora.
- Não se fazem passeios dentro de casa. - Ele levantou a sobrancelha ao ouvi-la.
- Ficava surpreendido com a imaginação das crianças.
Mellisa passou por ele e juntou-se a Diana que esperava pacientemente nas escadas. Esta quando os viu levantou-se e desceu os degraus a correr em direcção à vegetação que envolvia a casa.
As conversas de Diana com as suas bonecas eram fluentes, e ao contrário dela, Joshua era incluído nas mesmas. Mellisa admirou-se com o vocabulário que a menina usava. Talvez Diana estivesse em algum colégio privado durante o tempo escolar. As pessoas abastadas tendem a colocar os filhos em colégios para se poderem divertir.
Pouco depois o telemóvel dele tocou e afastou-se delas. Mellisa seguiu-o com o olhar por uns instantes e depois concentrou-se em Diana até que esta olhou para onde estava o pai e ela olhou também. De onde estava apenas o via gesticular mas mesmo aquela distância a irritação era visível.
- Não tens de ter medo.
- Medo?! - Ela olhou a pequena - Tu tens medo?
- Eu não. Mas o pai grita muito...
- Sim?!
- Humhum...
A pequena encolheu os ombros e recomeçou a brincar com as bonecas, como se ela não estivesse ali. Mellisa voltou a olhar para ele, naquele momento atirou uma coisa à água e depois passou a mão pelo cabelo.
O que seria que o incomodava tanto?!
Apenas o conhecia à algumas horas mas já sentia compaixão dele. Era muito triste toda aquela situação. Ele tinha programado aqueles dias com a esposa e acabou por ficar sozinho com a filha. Filha que ele adorava, isso era evidente. Mas a mãe... Que mãe deixa uma filha sozinha?! Estava com o pai, mas ninguém substitui uma mãe!
Olhou a menina, podia imaginar o que ela sentia. Assim como Diana, ela também fora privada da sua mãe. Mas a mãe dela não tivera escolha... Não a deixara de livre vontade, não lhe perguntaram se preferia viver... Sempre sentira a falta da mãe, a falta de uma amiga com quem conversar sobre os seus sonhos. Tivera a tia mas...
- Prontas para comer um gelado?!
- SIM!
Mellisa não respondeu, apenas sorriu à menina quando esta olhou para ela. Ao ver o rosto sorridente da menina pensou no injusta que era a vida. A sua mãe não tivera oportunidade de estar com ela, de a ver crescer. Ao passo que a madame podia estar com a filha e abdicava desse privilégio de livre vontade.
Sentindo os olhos húmidos pelas lágrimas seguiu-os com as bonecas nos braços. Naquele momento sentiu saudades de Rick. O seu ex-namorado...
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