domingo, 27 de agosto de 2017

APÓS O ENTARDECER 3ª PARTE




Enquanto Diana se deliciava com um enorme gelado de chocolate, eles bebiam café na esplanada em frente à praia. Apesar de o dia estar a terminar o ar continuava quente. Mellisa observou as pessoas que passavam descontraídas, percebia que eram turistas pois os idiomas misturavam-se.

- Pai...Tedy quer ir à água.
- Tedy ou tu?

Mellisa sorriu para a menina, que lhe devolveu um sorriso triunfante, depois de conseguir arrastar o pai em direcção à praia. A cumplicidade deles era evidente, e ao vê-los caminhar lado a lado sentiu novamente a dor da solidão...
Diana era uma menina feliz e no futuro teria imensas recordações. Naquele instante percebeu que a presença dela não era necessária. Tinha de falar com o sr. Wild, não fazia sentido continuar ali se a mãe de Diana não estava.

- Sr. Wild. - Mellisa chamou-o quando a menina se afastou um pouco - Estive a pensar, não faz o menor sentido que permaneça aqui.
- Porque...!?
- A sua esposa não está, logo o motivo da minha presença não existe.

Mellisa olhou para ele esperando que dissesse algo, mas ele parou e olhou o mar. Manteve-se assim uns minutos, depois olhou para ela e sorriu.

- Está profundamente enganada. A sua estadia é necessária e continua a ter o mesmo propósito, cuidar de Diana. Principalmente porque, ainda que ocasionalmente, terei de me ausentar por umas horas ou talvez um dia, durante esse tempo preciso de alguém que cuide de Diana. Mas compreendo se preferir partir.

Mellisa olhou para ele por uns instantes. Que devia fazer!? Sentia-se perdida, nunca tinha cuidado de crianças. Era suposto ela andar atrás deles até que lhe pedissem para fazer algo?! Ou devia ir para uma pousada até que a madame voltasse? O que podia demorar, pois segundo o sr. Wild, não sabia quando voltaria! Mas, não saber quando voltava não era o mesmo que não voltar. E quando a madame regressasse ia perceber que ela não tinha cumprido o acordo, e não ia ficar satisfeita. Possivelmente iria pedir satisfações a Faty. E isso não seria justo para com a amiga. Tinha de ficar! Afinal a menina estava ali.

- Se precisa de mim vou ficar.
- Agradeço imenso. E quero...

Diana apareceu naquele momento com Tedy molhado. Olhou para o pai e depois para Mellisa, a julgar a força que fazia nos maxilares, as lágrimas não tardariam.

- Pai... - Diana sussurrava - Tedy caiu e molhou-se.
- Caiu...

Mellisa olhou para ele e percebeu que fazia um esforço por controlar o riso. Olhou novamente para Diana, a pequena tinha os olhos húmidos, assim como o pai ela também fazia um esforço, mas para não chorar. Sentiu pena da menina, Tedy era o seu boneco preferido, o seu companheiro. E naquele momento estava encharcado.

- Mell!? - Diana voltou-se para ela - Achas que se vai estragar!?

Mell!? Ela tinha-lhe dado um diminutivo! Sentiu o coração ficar pequeno ao ver o olhar triste da menina. Esforçou-se por se controlar, caso contrário seriam duas a chorar.

- Penso que não. - Ela apanhou Tedy com cuidado- Se o secarmos bem, fica como novo.
- Tens a certeza!?
- Claro!

O pequeno percurso até ao bungalow foi feito ao som da voz de Diana pedindo que se apressassem. Pouco depois, e com todo o cuidado, Diana colocou Tedy numa toalha e sentou-se no colo do pai, onde adormeceu a ver televisão enquanto ela pensava porque Diana lhe tinha chamado Mell.
Geralmente, chamar uma pessoa por um diminutivo, significava proximidade, carinho... Mas Diana conhecia-a à apenas umas horas! Não podia gostar dela tão rapidamente. Se bem que ela já gostava da menina. Mas o mais provável era a menina sentir a falta da mãe.


Quando se deitou ainda pensava nisso e nessa noite Mellisa sonhou com a sua mãe.
No sonho ela era criança e passeava ao lado da mãe até que esta começava a afastar-se sem que ela a conseguisse alcançar. Acordava sobressaltada e quando conseguia adormecer novamente, voltava a sonhar com a mãe, embora os sonhos fossem diferentes, em todos eles a mãe desaparecia sem que ela o pudesse evitar.

Devido aos sonhos recorrentes acordou cedo. Sentou-se na cama até que o sol começou a iluminar o quarto. Abriu a janela e inspirou o ar fresco do mar tentando afastar aqueles pensamentos.

Mas a alegria contagiante de Diana, durante o pequeno almoço, não foi suficiente para a ajudar a afastar aquele sentimento. E com o passar do dia, percebeu que não era tão simples quanto ela pensava.

A meio da manhã deu por si a pensar no dia que perguntou ao tio porque não vivia com os pais, como as outras crianças.
Este abraçara-a e dissera que era melhor esquecer. Que estava com a sua família e isso era o importante.
Mas para ela era importante entender o motivo. Talvez assim deixa-se de sentir aquele vazio dentro do peito. Um enorme vazio e um álbum com algumas fotografias, era tudo o que restava dos poucos anos que viveu com os pais.

- Mell!? Queres vir ?

Diana olhava para ela sorrindo. Respirou fundo e forçou um sorriso.

- Onde?
- Passear.
- Se o teu pai não se importa preferia ficar.
- Estás doente?


Mellisa voltou-se ao ouvir a voz dele e o seu coração começou a bater agitado.
Ele vestia umas calças de ganga azuis que revelavam as pernas fortes. A t-shirt cinza, que se agarrava ao peito como uma segunda pele delineando cada músculo, deixou-a sem fôlego.
Como era possível ser tão sensual com uma roupa tão simples?! Desejou comprovar se o peito dele era tão forte como aparentava... Se o cabelo dele era tão sedoso... Desviou o olhar envergonhada ao tomar consciência que estava a admirar um homem casado.

- É apenas dor de cabeça.
-Tomaste algo?
- Sim.

Mellisa começou a apanhar as bonecas enquanto pensava que ele tinha abolido toda a formalidade na forma como a tratava.

- Diana, podes apanhar o teu chapéu e trazer o de Mellisa?
- Boa! Mell vai!

Mellisa olhou para a menina que desaparecia a correr em direcção ao quarto. Apertou a boneca na mão e evitou olhá-lo.

- Eu preferia ficar. Isto se o sr. Wild não tiver...
- Joshua. - Ele interrompeu-a - Era sobre isso que queria falar contigo.
- Mas eu nunca tratei...
- Estamos de férias. E não és minha empregada. Penso que podemos esquecer as formalidades.
- A sua esposa...
- Toma!

Diana tinha regressado com os dois chapéus e olhava para ela sorrindo. Como negar algo a um doce de menina como ela!?

- Obrigada linda.
- O pai vai levar-nos a ver os golfinhos.
- Sério!?
- Sabes que os golfinhos são mama...mama...
- Mamíferos. - Joshua foi em auxílio da filha. - São mamíferos.
- Isso. São isso.
- Não sabia...


Com Diana explicando a vida dos golfinhos, dirigiram-se até à baía. Depois de verem os golfinhos, passearam pela vila. Quando quis comprar um livro, Mellisa percebeu que o facto de ter levado o cartão de crédito não servia de muito. Na maior parte dos comércios apenas aceitavam dinheiro.
Não podia esquecer isso numa próxima visita ao Brasil. Isto se voltasse!

A meio da tarde Joshua deixou-as na praia. Mellisa tirou os calções e a t-shirt a Diana e depois de lhe colocar o protetor despiu o seu vestido. Com a promessa de fazerem um castelo de areia, convenceu Diana a ficar na toalha durante a hora de maior calor.

- Podemos ir agora!?
- Sim.
- Quero um castelo com muros altos. E com janelas e uma ponte.
- E um fosso.
- Um quê!?
- Um fosso, todos os castelos têm um.
- Então também quero!


Enquanto Diana corria com o balde cheio de água, Mellisa olhou o castelo que estava quase destruído. Tinham-no reconstruído, mas ele não resistiu ao fosso que Diana e outra menina insistiam em encher.
A menina tinha chegado com a mãe pouco depois delas. A mulher era Belga, mas falava um pouco de inglês o que facilitou a comunicação. Quando o marido desta apareceu, Mellisa conhecia todos os gostos da nova amiga de Diana.
Observar a forma como a mulher cuidava da filha voltou a recordar-lhe a sua e principalmente a de Diana.
Não conseguia entender como podia deixar a filha assim! O que seria tão importante que a levava a deixar a pequena!?

Não conseguiu afastar esse pensamento durante o jantar nem quando foi ajudar Diana a deitar-se.

- Faltam dois dias.

Diana estendeu os dedos para ela, como se ela não soubesse contar.

- Para quê!?
- Para os meus anos. Faço quatro.

Mellisa sentiu um aperto no coração, como podia aquela mãe partir sem data de regresso, quando a filha estava prestes a completar mais um ano?!  Mas Diana não parecia incomodada com a ausência, talvez fosse normal ausentar-se ou talvez regressasse a tempo do aniversário. Ainda faltavam dois dias...

- Nesse caso temos de fazer algo especial.
- O pai vai comprar bolo de chocolate.
- Hum... Parece delicioso.
- Quero um bem grande. Achas que o pai deixa?!
- Não vejo porque não. Amanhã falamos com ele, agora vamos dormir. Até amanhã linda.
- Até amanhã Mell.

Mellisa fechou a porta e dirigiu-se à sala para arrumar o livro e os lápis que Diana estivera a usar. Mas Joshua já o tinha feito. Ao vê-la abriu a porta que dava para a varanda.

- Queria falar contigo uns minutos. Podemos falar lá fora?

Ela anuiu em silêncio. Enquanto atravessava a sala pensou que ele devia de querer falar-lhe sobre o aniversário da filha.  Quando passou por ele, ele sorriu e esperou que ela saísse.
Uma vez lá fora, Joshua, ficou a olhar a lua e ela observou como o luar recortava o corpo dele. A silhueta recortada pelo luar recordou-lhe os postais que os namorados escreviam. Era digno de ser pintado. Não se recordava de ver um homem tão lindo, como ele lhe parecia naquele momento.
Mellisa mexeu-se e fez barulho, o que levou Joshua a voltar-se.
Quando ele a fixou ela sentiu as faces ficarem quentes.  Envergonhando-se agradeceu o facto de não haver muita luz!
Acabara de pensar que ele era lindo! Ele era casado! E além disso, não podia esquecer que ele não era o seu tipo de homem. Ela ainda aguardava o homem loiro, de olhos azuis por quem se iria apaixonar e que a levaria ao altar. Esse sim seria o seu amor...


- Ainda pensas no facto de Bianca não estar presente?
- Bianca!? - Ela olhou-o com o sobrolho franzido, pensou que ele queria falar de Diana.
- Sim. Era na madame Bianca que pensavas à pouco?
- À pouco?!
- Notei que algo te preocupou durante toda a tarde, e mesmo durante o jantar. Suspeito que Bianca seja a razão.
- Desculpe, não queria dar a entender... - Mellisa desviou o olhar - Não pretendia intrometer-me. Não é da minha conta...
- Bianca não é minha esposa.

Mellisa olhou para ele sem saber que dizer. Não era esposa!? Algo não estava certo! Faty tinha dito que ia cuidar de uma menina para os pais estarem a sós.
Seria possível que aquela Diana, não fosse a Diana que supostamente iria cuidar!?

- Desculpe... Não percebi!
- É muito simples, Bianca não é minha esposa.
- Mas Faty disse...
- Faty!? Sim, já me recordo. Era ela que devia cuidar de Diana.
- Sim. - Respirou fundo, afinal não houvera engano.
- Penso que saber isso te vá trazer mais tranquilidade.
- Tranquilidade!?

Joshua olhou para ela uns instantes e esboçou um sorriso.

- Por alguma estranha razão, fiquei com a sensação que desaprovas o facto de ela não estar presente.
- Se ficou com essa ideia, peço desculpas. Não tenho o que desaprovar.
- Tentas esconder sempre o que sentes?
- Não escondo nada. Apenas tento não me imiscuir no que não me diz respeito.
- Diana gosta de ti.
- Não se gosta de uma pessoa apenas em algumas horas. Ela apenas sente a falta da mãe.
- Talvez.

Mellisa olhou para ele quando ele voltou a ficar de costas para ela. Parecia cansado... Ou triste?! Talvez ele também sentisse falta de Bianca. Sendo esposa ou não, tinham Diana em comum. Algo devia sentir por ela.

- Se não precisa mais de mim vou dormir. Boa noite .
- Que descanses Mell.

Ao ouvir o nome parou a olhar para ele. Continuava de costas para ela, e como se pensasse estar sozinho colocou as mãos na grade e inclinou a cabeça para baixo. Podia jurar que o ouviu suspirar. Negando-se a pensar no motivo que o levara a adoptar o nome que a menina lhe tinha dado ou em qualquer outra coisa, dirigiu-se para o seu quarto. Qualquer preocupação que ele tivesse, ela não devia de se intrometer, sabia bem que o seu coração iria preocupar-se com o que não lhe dizia respeito.



Diana corria pela praia enquanto ela caminhava à beira mar, deixando a água bater nos seus pés. A menina olhava para trás e acenava sorrindo, ela sorria e olhava para a areia onde dois pares de pés deixavam rasto. Olhou para as mãos sorrindo, alguém tinha os dedos entrelaçados nos dela... estava feliz. Sorriu para o seu companheiro, Rick devolveu-lhe o sorriso e beijou-lhe o rosto. Rick levantou uma mão e acariciou o rosto dela, ao sentir a mão dele fechou os olhos. Ele tinha as mãos ásperas devido ao trabalho, mas não se importava, ela amava-o. Sentiu a boca dele descer sobre a dela, e entregou-se ao beijo. Mas algo estava diferente... As mãos dele estavam mais suaves, abriu os olhos e na sua frente não estava Rick mas Joshua! Sentiu o ar fugir-lhe dos pulmões, havia água por todo o lado... ela tentou nadar mas não conseguia mexer os braços. Algo a apertava...

- Mell?! Mell?!

Alguém a chamava, podia ouvir o seu nome. Era Diana! Deixara-a para trás! Não podia... Sentiu o coração apertar e depois sentiu algo salgado na sua boca. Água... mas estava quente... estava a afogar-se...

- Mell!!

Sentiu um aperto no braço e abriu os olhos. Diana estava na cama dela e apertava-lhe o braço. Ao ver a menina recordou onde estava e olhou para a janela, o sol brilhava em toda a sua plenitude. Tivera um sonho. Felizmente fora um sonho!

- Bom dia linda. - Ela sorriu à menina.
- Estavas a chorar?

Mellisa levou a mão ao rosto e sentiu a humidade das lágrimas.

- Não, foi apenas um sonho. O teu pai já acordou?
- O pai está ao telefone. Tenho fome.
- Oh linda! Desculpa. Vou vestir-me e já vou ter contigo.
- Eu espero. Posso escolher a tua roupa?
- Sim.

Mellisa entrou no duche a sorrir, a julgar pelos vestidos que Diana vestia às bonecas, ela vestiria algo ás flores, talvez o top azul de lírios brancos ou o vestido preto com flores vermelhas. Mas quando saiu enrolada numa toalha, ficou surpreendida com a escolha que a menina tinha feito. Diana tinha escolhido uns calções pretos de linho e um top branco com um laço preto no ombro.

- Pode ser este? Gosto dele.
- Eu também.

Diana seguiu-lhe os passos enquanto escolhia a roupa interior, depois esperou pacientemente enquanto ela se vestiu na casa de banho. Depois de escovar o cabelo e de o apanhar com um elástico juntou-se à menina.

- Vamos tomar o pequeno almoço ou já não tens fome?
- Tenho sim.
- Então vamos?

Diana colocava as chávenas na mesa enquanto ela cortava o bolo e fazia café. Deu à menina um copo de leite e uma torrada e serviu-se de café. Quando ele se juntou a elas, Mellisa arrumava a cozinha.

- Diana podes ir para a sala?
- Sim pai.

Ao ouvir o tom triste da menina voltou-se. Ele parecia mais cansado que na noite anterior.

- Esta tarde vou sair. Não sei se consigo regressar ainda esta noite.
- Mas vai estar cá no dia seguinte!
- Sim. - Ele bebeu o café de uma só vez. - Os avós de Diana querem vê-la.

 Mellisa olhou para ele, porque lhe dizia aquilo?! Os avós da menina tinham tanto direito de estar com Diana como ele. O facto de Bianca estar ausente não era impedimento a que a menina estivesse com os avós.

- Ela faz anos, é normal que queiram estar com ela. Quando ela souber vai...
- Não! Não comentes com Diana. - Ele levantou-se - Quando regressar eu mesmo lhe digo.
- Então não entendo. Se não quer que lhe diga porque me disse?
- Porque preciso da tua ajuda.
- Da minha ajuda?!
- Sim. Os avós de Diana são espanhóis, não entendem inglês por isso não te vão perguntar nada. Mas quero que saibam que Diana está bem cuidada. E que é amada. Apenas pretendo que cuides dela como o fizeste até aqui, e quando me aproximar de ti não te afastes. Faça eu o que fizer.
- Como assim?!
- Não precisas de te preocupar. Quando me aproximar de ti falarei em inglês para que entendas.
- Então explique melhor, porque ainda não entendi.
- É complicado. - Ele olhou-a nos olhos - Gostas de Diana?
- Sim.
- Então, apenas precisas de saber que é para bem dela.
- Isso não é suficiente. Sei que é sua filha, e que sou apenas uma estranha que está de passagem, mas tenho a sensação que me está a usar.
- Não tinha porque falar contigo. Podia deixar-te na ignorância, mas preferi pedir a tua colaboração porque se os avós...

Joshua calou-se e foi até à janela, como se pensasse no que dizer. Ela fixou o olhar na mesa e pensou no que ele tinha dito. Ela tinha de admitir, ele não precisava de lhe dizer nada. Estava ali como empregada dele. Se os avós de Diana não sabiam inglês e ela não sabia espanhol, ele podia dizer o que bem entendesse. Pedira a ajuda dela por uma questão de educação.
E não pedira nada demais. Apenas pretendia que continuasse a cuidar da menina e que não se afastasse dele no caso de ele se aproximar.
Quando o ouviu respirar fundo levantou a vista e encarou-o. Ele olhava para ela com uma expressão insondável.

- Tem razão, não tem que justificar as suas acções. Fui contratada para cuidar de Diana e é isso que farei. Se puder ajudar em mais alguma coisa...
- Quer dizer que posso contar com a tua ajuda?
- Sim, penso que sim.
- Obrigada.


Joshua abandonou a cozinha e ela ficou a olhar a porta por onde ele saíra. As perguntas começaram a formar-se na sua cabeça. Que razão haveria por detrás daquele estranho pedido de ajuda? Porque lhe pedira que não se afastasse dele?!  E porquê tanto mistério em relação à chegada dos avós de Diana?!  A menina não gostava dos avós?! Não podia ser isso. Diana era amorosa com toda a gente, isso ela tinha percebido nas poucas horas que passara com a menina. Talvez fosse uma surpresa. A menina estava a fazer anos e se os avós eram espanhóis, certamente não estavam com a neta tanto como queriam. Seria uma boa surpresa de aniversário.

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