- Isso é para quê?! -
Caterine olhou para Jess que apontava para a camisola que ela metia dentro da sua mala.
- Depois do que aconteceu nunca mais vou ao centro comercial desprevenida!
- Achas que vão voltar a derramar cappuccino para cima de ti ?! - Jess conteve uma gargalhada.
- Podes ter a certeza que "ele" vai!
- Partes do princípio que o vais voltar a ver.
- Com a sorte que tenho...
- Mesmo que assim seja, não creio que o pobre seja assim tão azarado.
- Azarado!? A azarada sou eu! Acaso não percebeste que a única prejudicada sou eu?!
Caterine atirou com a agenda para dentro da mala e olhou fixamente para Jess. O sorriso desapareceu dando lugar a um rosto abatido.
- Tens razão. - Jess olhou para o computador - Os Roice já se decidiram?
- Vou encontrar-me com eles para que decidam se é salmão ou rosa velho.
- Detesto quando não se decidem.
- Não é todos os dias que nos casamos.
- Desculpa!? Não deves viver no mesmo planeta que eu! Se existe coisa neste país são casamentos! Com e sem amor!
- Ninguém casa sem amor!
- Não?! Tens de ser mais realista! O número de divórcios aumenta a cada ano que passa. - Jess voltou costas a Caterine - Não sei como tens paciência. Espero que não levem tanto tempo a escolher a ementa.
- Eu já estou por tudo. - Caterine agarrou a mala e abriu a porta. - Queres que regresse ao fim do dia?
- Não. - Jess olhou-a fugazmente - Queres ir jantar lá a casa?
- Claro! - Caterine abriu a porta do escritório - Espero conseguir avançar algo, esta demora dos Roice está a atrasar-nos imenso.
- O que vai fazer-nos trabalhar até tarde alguns dias. - Jess murmurava - Ás vezes pergunto-me porque juntei as duas empresas.
Caterine não respondeu, sabia que, além de não lhe ser dirigida, a pergunta era daquelas que todos fazem mesmo sabendo a resposta.
Mas neste caso ela sabia o porquê. Não que Jess lho tivesse confidenciado, mas quando entrou para a empresa o assunto era recente e as conversas sobre o motivo abundavam pelos corredores.
Lori, a companheira de Jess, sendo filha única, tivera uma severa depressão pois não aceitara a oposição da família ao seu relacionamento e consequentemente o afastamento. Durante dias não se falava de outra coisa, alguns diziam mesmo que Jess quisera ir falar com os pais de Lori mas que esta não o permitiu.
Os colegas mantinham-na ao corrente dos mexericos, muitos deles ela descartava no mesmo instante que os ouvia, mas aquele parecia-lhe ter algum fundamento.
A tristeza de Jess corroborava esse rumor, assim como a ausência de Lori.
Sentia uma certa melancolia ao recordar aquele tempo, um tempo em que tinha mais tempo livre e que não tinha tanta preocupação. Um tempo em que era mais uma funcionária e não sócia da próspera empresa.
Duas horas depois Caterine pedia um café no bar do hotel. Guardou os dossiers com as amostras e olhou novamente o relógio no pulso. Ainda tinha tempo para passar na pastelaria e comprar o bolo que segundo Jess, e ela concordava plenamente, era divinal.
Depois daquele dia cansativo mereciam algo especial. O encontro com os Roice não foi tão produtivo como ela queria, embora não ficasse escolhido o local, porque não gostaram do salão que ela tinha escolhido, acabou por conseguir que se decidissem quanto às cores para as toalhas e convencê-los a irem no dia seguinte escolher a ementa. Apenas esperava que se decidissem rápido ou Jess teria um ataque de nervos.
Anoitecia quando entrou na pastelaria onde era cliente habitual. O sr. Clap sorriu ao vê-la.
- Menina Caterine.
- Boa noite sr. Clap. Como está a esposa?
- Inchada...
- Tem de se cuidar. Ainda lhe faltam uns meses.
- Eu bem lhe digo que descanse, mas sabe como é. Anda muito preocupada com os preparativos para o natal, e não sou eu que vou dizer a uma mulher grávida que pare! Muito menos à minha!
Caterine sorriu quando ele olhou na direcção da porta da cozinha. Estavam casados à mais de vinte anos e estavam à espera do quarto filho. Embora a gravidez estivesse a correr bem, a idade da esposa preocupava o sr. Clap.
- Mas também a compreendo... Os filhos estão a chegar e ela quer que esteja tudo perfeito.
- Nem poderia ser de outra forma.
- É verdade. - O sr. Clap esfregou as mãos no avental - Mas estou a atrasá-la. Vai ser o costume?
- Sabe que gosto de conversar consigo. - Caterine sorriu confirmando o que disse - Não, hoje queria o bolo de chocolate com frutos do bosque. Pode colocar numa caixa?
- Oh menina! Se eu soubesse... - O sr. Clap fez uma careta - Já não tenho.
- Mas não é o que está ali?! - Caterine apontou para o bolo.
- Sim, tem razão é. Mas ligaram à pouco a pedir que o guardasse. Devem de o vir buscar a qualquer momento.
- Que pena. Estava a contar com ele.
- Sinto muito...
- Não se preocupe. - Caterine tentou disfarçar a decepção - Levo o merengado de limão.
- Também é uma óptima escolha.
Caterine pagou e dirigiu-se ao carro visivelmente desiludida. Queria mesmo aquele bolo! O bolo de chocolate do sr. Clap era daqueles que conseguem animar a pessoa mais deprimida. E ela sabia que Jess precisava de se animar. Quando colocou a chave na ignição lembrou-se que dentro de dias Jess fazia anos. Seria o perfeito bolo de aniversário!
Saiu do carro e caminhou rapidamente na direcção da pastelaria decidida a encomendar o precioso bolo de chocolate.
Ao aproximar-se da pastelaria parou estática quando o viu através do vidro. Ali estava ele, o causador dos seus pequenos acidentes e dos seus ataques de nervos... E acabava de provocar mais um! Olhou atónita para o sr. Clap enquanto este colocava o "seu" bolo dentro de uma caixa para a entregar ao desconhecido!
Com o passo apressado, devido a uma pequena quantidade de raiva mal contida, regressou ao carro e conduziu furiosamente até ao apartamento de Jess.
- Mas que cara é essa?! - Jess desviou-se para ela entrar.
- Não vais acreditar!
- No quê?! - Lori juntou-se a elas.
- Que uma desgraça nunca vem só!
- Mas de que falas?! - Jess tirou-lhe a caixa da mão e dirigiu-se à sala.
- Queres um pouco de vinho branco?
Caterine olhou para a outra mulher. Estava muito magra, se bem que um pouco menos que da última vez que se viram. Recordou a situação delicada de Lori. Elas tinham problemas suficientes, não precisavam que ela as incomodasse com as suas pequenas ninharias.
- Desculpa Lori. - Caterine beijou a face de Lori - Como estás?
- Bem. - Lori cravou o olhar num ponto indefinido - Não me encontras com bom aspecto?
- Sim... Claro que sim! Acho que estás com muito boa cor.
- Não desvies a conversa. - Jess tinha regressado com um copo de vinho que lhe entregou. - Que aconteceu? Os Roice?!
- Não! Amanhã vão bem cedo para escolher a ementa.
- Óptimo. Mas, se não são os Roice...
- Não é nada. Esquece.
- Esquecer!? Nem penses. Estou em pulgas para saber o que levou a fada da paciência a ter um ataque de nervos.
- Não quero estragar a noite com...
- Podes ficar tranquila que não vai acontecer. - Jess insistiu - Agora conta que estamos curiosas.
- Foi aquele desconhecido...
- Ui... Um desconhecido?! - Lori sorriu - Conta... quero saber tudo.
- Não há muito a contar. - Caterine percebeu que não a iam deixar em paz sem contar os seus breves encontros acidentados.
- A nossa Caterine conheceu um desconhecido que consegue levá-la a ser uma das coisas que ela mais abomina. Uma pessoa sem consideração pelos sentimentos dos demais.
- Não exageres!
- Exagero?! Não me parece. Nunca perdeste a paciência com ninguém, independentemente do muito que possas sair prejudicada estás sempre disponível para ajudar, fazes questão de visitar o lar de idosos pelo menos duas vezes por ano... queres que continue?!
- Não! - Ela suspirou resignada - Bem, a primeira vez ele...
Caterine contou os seus encontros com o desconhecido e quando terminou Jess escondia um sorriso por detrás do copo enquanto Lori olhava para ela com os olhos brilhantes.
- Alto, corpo bem delineado, olhos cinzentos... Parece-me, ainda que não seja uma esperta na matéria, um belo exemplar.
- Pensei o mesmo. - Jess soltou uma gargalhada ao ver Caterine ficar vermelha.
- Belo exemplar... sim! Dizem isso porque não foram vocês o alvo de tanta desgraça.
- Vais dizer que não o achas giro?!
- Nem reparei!
- Deus do céu! - Jess olhou-a muito séria - És nova, bonita, inteligente e solteira. Que mal há em admitires que o achas atraente?
- Nenhum! Desde que assim fosse. Mas nem reparei se...
- Não?! -Lori interrompeu-a - Não acredito! Estás à quanto tempo sozinha?! Dois, três anos?! Desde que o... Como era mesmo o nome?!
- Barry. Chama-se Barry.
- Isso. As coisas não funcionaram é certo, mas isso não é motivo para nunca mais saíres com ninguém.
- Se não o faço é porque não tenho tempo.
- Ei! - Jess olhou para ela por cima do copo - Não vais dizer que a culpa é minha!
- Claro que não! Apenas... - Caterine suspirou - Olhem, chega de falar de uma pessoa que nem conhecemos. Vamos jantar?! Vocês não sei, mas eu estou com fome.
- Tens razão. - Jess levantou-se - Vamos comer.
- Acho que tens medo! - Lori falou baixinho - Posso dizer uma coisa? Depois não voltamos ao assunto.
- Sim, claro que sim.
- Acho que esse desconhecido te irrita porque sentes algo por ele. Se pensares bem, ele não teve culpa dos acontecimentos e sempre pediu desculpa. Tendo em conta o teu passado, talvez essa animosidade seja apenas a forma de te protegeres. Ninguém gosta de sofrer.
- Não, ninguém gosta. - Jess olhou-a - Eu apenas quero acrescentar que se sentes algo por ele, e não fazes nada a respeito, estás a ser idiota.
- Idiota?! - Caterine olhou para as duas e sorriu - Se não fosse porque sei que o dizes com boa intenção ficaria muito magoada.
Olharam-se mutuamente e começaram a rir enquanto se dirigiam para a mesa.
Era muito tarde quando se despediu de Jess e Lori. Depois daquela conversa não se fizeram mais menções ao desconhecido de olhos cor de trovoada. Mas naquele momento, na solidão da noite, eles estavam bem presentes no seu pensamento. Ela tinha de concordar que tinham um brilho cativante, misterioso. Se ele não fosse tão desastrado talvez... Mas que estava a pensar?!
A culpa era de Lori e de Jess!
Caterine bebia o chá enquanto olhava o céu de Londres. Este continuava como nos últimos dias, carregado de nuvens. Os ramos das árvores oscilavam com o vento e ainda pingavam algumas gotas da chuva da noite anterior. O som do relógio de cucu, que pertencera à sua mãe, anunciava as sete horas. Sorrindo vestiu o casaco e agarrou a sua pasta, esperava-a um dia de trabalho intenso.
Enquanto conduzia reviu mentalmente a sua agenda. Falar com os Roice, procurar salões, falar com a florista, comprar... O telemóvel interrompeu os seus pensamentos.
- Sim?!
- Caterine. - Jess fez-se ouvir no outro lado - Estás longe do centro?
- Não. Que se passa?
- Ligaram do banco mas estava no duche. Podes passar por lá e ver que se passa?
- Claro.
- Obrigada.
Minutos depois estacionava junto ao banco. O director tinha uma proposta de crédito, segundo ele fantástica, que podia ajudar na expansão da empresa. Pelo menos com um desafogo maior. Mas ela não achava os benefícios tão vantajosos como ele tinha ilustrado. Sabia que, por muito amigos que os directores se mostrassem, apenas lhes interessava as margens de lucro, nada mais que isso. Mas mesmo assim prometera falar com Jess e depois ligar a dar uma resposta.
Caterine estava tão absorta nos seus pensamentos que se assustou quando um carro apitou. Olhou em redor.
Conduzira sem tomar atenção e naquele momento encontrava-se parada no meio da estrada. Do lugar onde estava conseguia ver o Big Ben. Aquele era um dos seus lugares preferidos. Como se o próprio sino chama-se por ela, estacionou o carro e juntou-se a um grupo de turistas que ouviam o guia turístico atentamente.
-Estamos perante um dos mais importantes monumentos. O famoso Big Ben! Muitas pessoas acham que o Big Ben é a torre do relógio mas na verdade o Big Ben é o sino. Este foi instalado no Palácio de Westminster durante a gestão de Sir Benjamin Hall, ministro de Obras Públicas da Inglaterra, em 1859. - O guia apontou para o cimo da torre - Apesar do termo também ser usado para se referir à torre do relógio onde o sino está localizado, a estrutura é oficialmente conhecida como a Elizabeth Tower, rebatizada para comemorar o Jubileu de Diamante da Rainha Isabel II do Reino Unido (antes de ser rebatizada em 2012, a torre era conhecida simplesmente como "Clock Tower"). A edificação possui o segundo maior relógio de quatro faces do mundo, foi construída em estilo neogótico e tem 96 metros de altura. A torre foi concluída em 1858 e tornou-se um dos símbolos mais importantes do Reino Unido, sendo frequentemente retratada em filmes ambientados em Londres. Numa cerimónia, aos pés da torre, a 12 de Setembro de 2012, o nome da torre e do relógio passou a ser Elizabeth Tower, em homenagem à rainha Elizabeth II pelos sue 60 anos de reinado. O Big Ben...
Repentinamente sentiu um corpo embater nas suas costas e a voz do guia foi substituída por uma outra recentemente familiar para ela.
- Peço desculpa, não...
- Eu sei! Você não pretendia.
- Você?!
- Assim parece. - Caterine olhou para ele e sentiu a irritação crescer perante o olhar perscrutante dele - Com licença.
Na tentativa de sair dali desviou-se mas a rapidez fez com que deixa-se cair a sua mala. Caterine baixou-se para a apanhar ao mesmo tempo que ele e as cabeças acabaram por bater uma na outra.
- Bolas! Pode parar sossegado?! - Caterine esfregava a zona da pancada -Até parece que tem gosto em irritar os demais!
- Acaso insinua que o fiz propositadamente?!
- Não foi isso que disse!
- Mas está implícito.
- Não coloque palavras na minha boca!
- Já percebi que pode duvidar das intenções dos demais mas não gosta quando lhe retribuem a gentileza.
Caterine encarou-o furiosa. Quem se julgava aquele homem?! Com uma cidade tão grande porque tinha de ir aos mesmos locais que ela?!
- Sempre achei Londres enorme mas ultimamente não me parece assim tanto!
- Esse ódio todo é-me direccionado?!
- Ódio?! Não! - Caterine horrorizou-se com a ideia. Nunca odiara ninguém! Recordou a conversa de Jess e teve de concordar que aquele tipo de reacções não pareciam coisa dela. Tinha de provar que Jess estava enganada - Claro que não!
- Não...
- Porque o faria?! Não tenho motivos para isso.
- Nesse caso deixe-me convidá-la para um café.
- Não posso. - Caterine olhou para o relógio.
- Não pode ou não quer?
Caterine fixou as rugas que se formaram na testa do desconhecido quando ele fez uma careta.
- Não posso mesmo. Aliás, estou atrasada para um encontro.
- Marido ciumento?!
Ele sorriu e Caterine teve de reconhecer que os olhos dele ganhavam um brilho especial quando sorria.
- ... A 15 de fevereiro de 1952... - O guia regressava seguido dos inúmeros turistas - tocou 56 vezes. todos os minutos durante o funeral do rei Jorge VI, falecido com 56 anos de idade. A 27 de Julho de 2012 tocou durante 3 minutos (das 8h12 às 8h15) para anunciar a abertura dos Jogos olímpicos 2012. Essa foi a primeira vez que o sino tocou, fora de sua programação normal, desde o funeral do Rei Jorge VI, em 1952.
- Seja como for é apenas um café. - Ele insistia.
Caterine olhou para a mão que ele tinha segurado entre as dele. O toque era firme e quente. Ela retirou a mão quando percebeu que aquele calor a reconfortava.
- Vai achar interessante a história do Big Ben.
- Mais que um café?!
- Muito mais.
Caterine sorriu e começou a afastar-se. Enquanto caminhava em direcção ao seu carro ainda ouviu o guia.
- ... Até outubro de 2011, a torre havia se inclinado 0,26 graus para noroeste, resultando em um desvio de cerca de meio metro entre a base e o ponto mais alto da estrutura, considerando-se a sua altura de 96 metros. Mas segundo as autoridades britânicas, este fato não chega a ser alarmante, já que seriam necessários cerca de 10 mil anos para que a estrutura chegue a uma inclinação crítica, como ocorreu com a Torre de Pisa em 1990, que chegou a uma inclinação máxima de 5,5 graus, antes do início da sua restauração.
Caterine juntou-se novamente ao trânsito londrino enquanto pensava no novo encontro com o desconhecido. Desta vez, apesar do incidente, ele tinha-a convidado para um café. O rosto dele mostrava que ele não confiara totalmente no que lhe dissera, mas estava a ser sincera, não podia de todo! Ela nem devia de ter parado ali a ouvir um relato que conhecia de tal forma que podia substituir o guia turístico sem qualquer problema.
Quando chegou ao escritório Jess estava reunida com os Roice e ela não pode falar sobre a questão do banco. Nem o conseguiu fazer durante toda a manhã devido à sua apertada agenda.
Sentia-se cansada quando deu por terminado o dia de trabalho. Ainda precisava de fazer umas coisas na empresa mas isso, embora continuasse a trabalhar, permitia-lhe descansar as pernas pois não implicava andar de um lado para o outro.
Ao fim da tarde a chuva anunciou novamente a sua chegada e ela sorriu. Seria maravilhoso se a neve decidisse fazer uma visita. Para ela, Natal sem neve era o mesmo que natal sem família. E nos últimos anos, não tivera nenhuma das duas coisas. Desde que a sua mãe falecera que passava os natais na mais profunda solidão. Mesmo quando ia jantar com Jess, a ceia terminava cedo e regressava a casa antes da meia noite. Não havia nada mais triste que passar a noite de Natal sozinha. Ao pensar na noite de natal recordou o desconhecido. Ele teria família ou, assim como ela, também estava só?
Sempre o viu sozinho, o mais provável era não ter ninguém. Não! Ele tinha alguém. Afinal comprara o bolo de chocolate. Uma pessoa não compra um bolo daqueles se está sozinha. Muito menos um homem!
Sozinho ou acompanhado ela não tinha nada com isso! Se sentia que devia preocupar-se com alguém que está sozinho durante o natal, sempre podia telefonar a Barry. Ou até convidá-lo para jantar. Ele sim estava só! Era convencido, petulante e a pessoa mais interesseira que tinha conhecido, mas estava só!
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