KÁKA E AS GOTAS MÁGICAS
O sol nascia no reino encantado da Gomilândia, a luz do sol recarregava as cores do arco-íris e aí, no fim do arco-íris bem juntinho à lagoa vivia Káka a guardiã. Káka já tinha vestida a sua farda amarela e esperava que Blue acabasse de comer para iniciarem a ronda.
Káka assobiou para chamar Zily a fada mais rápida do reino.
- Há novidades do barco?
- Tudo calmo chefe! Quer que chame as outras fadas e vá ver?- Zily tinha medo de estranhos, fossem grandes ou pequenos!
- Não. Avisa quando acordarem, não podem dormir sempre. Já chegaram há três dias e ainda não se deram a conhecer.
-Vou voando! - Zily além de rápida deixava um rasto de estrelinhas rosas brilhantes
Blue, como qualquer gato normal brincava com as borboletas que voavam em redor das suas cabeças.
- Sabes que nunca vais apanhar uma, não sabes?- Blue miou e desistiu da sua batalha diária.
- Káka,Káka!!!- alguém a chamava com uma voz muito fininha- Aqui em cima do carvalho.
Káka olhou e avistou Flora, a fada mais nova do reino. Ainda voava aos tropeções. Mas um dia seria tão veloz como Zily ou mais. Por agora era apenas uma fada desajeitada muito curiosa e esperta.
- Precisas de ajuda? -Káka estendeu a mão e ajudou-a a sentar-se no seu ombro
- Obrigada! Quero falar contigo. As gotas mágicas andam a desaparecer. Acho que as andam a roubar!
-Tens a certeza?! Não podes andar por aí a dizer isso sem teres a certeza!
- Claro que sim! -estava irritada por Káka desconfiar dela - Há dois sóis que contei as gotas do deposito e hoje estão as mesmas.
- As fadas vão todos os dias apanhar gotas mágicas.
- A fonte mágica só deixa levar uma a cada fada. O resto guarda para a festa. O deposito devia de estar quase cheio.
- Não!!! A festa não tarda. A Rainha não vai gostar nada. E a fonte pode perder os seus poderes se tiver de fazer gotas demais! Aposto que foram os humanos!
- Mas porquê?- Káka não via para que queriam os humanos as gotas mágicas. Davam a luz mais bonita que ela já viu em toda a vida mas não durava mais que um dia. E nas mãos dos humanos não faziam nada mais, se fossem seres mágicos...
- Porque eles são estranhos. Eles acham que eu não os vejo mas eles andam à noite pelo reino e regressam ao barco antes do nascer do sol. Estão sempre escondidos.
- Vou ver que posso fazer. Por agora não contes a mais ninguém.
Flora partiu aos tropeções pelo ar deixando um rasto intermitente de pó de estrelas. Káka fez o resto da ronda com Blue sem encontrarem nada de anormal.
Quando chegaram a casa Zily estava à espera mas não trazia novidades. Os humanos ainda dormiam! Káka achou aquilo muito estranho. E se Flora tivesse razão e eles andassem a roubar as gotas? Tinha de se preparar para vigiar o barco esta noite.
Essa tarde o seu jantar foi um grande dose de suco de água-mel com pó de estrela do mar que dividiu com Blue . Tinham de ficar acordados toda a noite e ela tinha a receita certa. Foi a rainha do gelo que lha deu para agradecer por ela ter salvo os peixes de ouro.
Káka escondeu-se nos arbustos à espera dos humanos.
Quando o luar bateu na lagoa o barco começou a ganhar vida. Seres minúsculos saiam em fila rumo à floresta. Eram estranhos, eram pouco maiores que as fadas! Ela já tinha visto humanos assim, mas foi à muito tempo...
Apanharam fruta e voltaram para o barco. Até aqui nada de mais! Um deles ficou para trás,era mais gordo que os outros. E este ela conhecia.
Káka saiu dos arbustos e chamou por ele.
- Tom! Tom! -Tom assustou-se e deixou cair a fruta. - Sou eu Káka.
Quando a viu respirou de alivio.
- Káka. Não sabia que agora estavas aqui.
- Vim o ano passado, isto aqui é muito calmo.- Tom e os amigos eram uns seres mágicos que tinham dado os poderes para poderem andar pelo mundo sempre em viagem. Káka gostava de falar com Tom, ele tinha muitas historias para contar. Falaram toda a noite das viagens dele e Káka contou-lhe do desaparecimento das gotas mágicas. Tom prometeu que ia ajudar. Káka disse-lhe que agora ele e os seus amigos já não precisavam de se esconder. Afinal estavam entre seres especiais como eles.
Os seus amigos foram muito bem recebidos no reino. Depressa fizeram amigos entre as fadas e os duendes.
Tom acompanhava Káka e Blue nas suas rondas de vigia pelas manhãs. De noite vigiavam a fonte mágica.
Nessa noite ao chegarem à fonte ela já ressonava, quanto mais alto era mais gotas ela produzia. Pouco tempo depois Tom viu um duende que se esgueirava por entre as flores e fez sinal a Káka. Mas ela não quis que ele o apanha-se. Queria ver para que queria ele as gotas mágicas. Blue com as suas patas fofas seria o espia e depois voltava para lhes indicar o caminho.
Quando chegaram ao local onde o duende escondia as gotas. Káka ficou muito triste. Ele metia as gotas em frascos e fechava-as. Já tinha 8 gotas! Andava de um lado para o outro abanando os frascos pois as gotas estavam a perder o brilho. Tinham de as tirar dali se não elas iam perder toda a magia e por cada gota perdida a fonte tinha menos um dia de vida.
Káka mandou Blue apanhar o duende enquanto ela e Tom levavam as gotas de volta para a fonte.
Blue apanhou o duende de surpresa. Nem teve tempo de fugir, e se eles são traquinas!
Káka pediu ao duende que lhe conta-se para que queria as gotas e porque não as tinha pedido em vez de as levar sem pedir.
Ele contou que se chamava Ponk e que já tinha pedido as gotas mas a fonte disse que eram para a festa da primavera. Depois, depois disso ela dava-lhe. Ponk começou a chorar. Ele não podia esperar, a sua mãe fazia anos para a semana e ele queria que a mãe tivesse a festa mais bonita de todo o reino.
- Eu não sabia que elas morriam... desculpa. Eu pensei que elas durassem para todo o sempre.
- A tua mãe se soubesse ficava muito triste.
Ponk recomeçou a chorar...
- Pronto. não chores mais. Se prometeres não mexeres no que não é teu ajudamos-te. -Ponk acenou com a cabeça - Blue vai acompanhar-te a casa e amanhã vais ter comigo para ajudares nos preparativos da festa. A tua mãe não gostava de fazer a festa dela juntamente com a festa da primavera?
- Mas é a festa da Rainha...
-Eu falo com ela.- Ponk fungou, limpou as últimas lágrimas com a costa da mão e foi com Blue.
Káka e Tom despediram-se e foram descansar. No dia seguinte tinham muito trabalho pela frente.
A rainha concordou em fazer a festa de aniversário da mãe de Ponk juntamente com a festa da Primavera,ela adorava fazer feliz os habitantes do reino. A fonte mágica fizera as gotas mais brilhantes de sempre.
O sol estava quase a esconder-se quando as últimas decorações foram penduradas. A lagoa estava linda, iluminada pelas gotas mágicas. O sol finalmente escondeu-se atrás do vale e começou a festa. Todos os habitantes festejavam a chegada a Primavera. A rainha chegava à lagoa para abrir a festa com a dança das flores mas este ano trazia uns convidados especiais. A mãe de Ponk que teria a melhor festa de aniversário da sua vida. E Ponk, que tinha um sorriso de orelha a orelha.
Káka estava muito feliz, com a ajuda dos amigos Blue e Tom tinham salvo as gotas mágicas e ajudaram Ponk a fazer a festa para a mãe. Agora todos podiam festejar.
A noite já ia alta mas a musica essa estava longe de se acabar pois no mundo mágico as festas começam mas nunca se sabe quando terminam.
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