domingo, 20 de março de 2016
PERFEITO ESTRANHO 6º PARTE
Cristy acordou cedo, Carlo ainda dormia. Tentou sair da cama sem fazer movimentos bruscos para não o acordar. Mas não conseguiu...
- Sei que te disse que podias fazer o que quisesses, mas não queres voltar para aqui? - Ia só tomar um duche... - Gosto da ideia...
E sem lhe dar tempo de reagir pegou-a ao colo e levou-a para a casa de banho
- Temos de pensar no meio ambiente e poupar água...
A boca dele, voltou a apoderar-se da dela antes de entrarem no chuveiro. Deu um gritinho quando a água gelada lhe caiu no corpo, grito esse que foi abafado pela boca dele. À medida que os seus corpos reagiam ao desejo que os tomava de assalto, a água que já estava quente, ia relaxando o corpo dela. Calor esse que só durou até que ele a levantou e a encostou à parede do chuveiro encaixando-se entre a suas pernas.
- A ideia não era poupar água?
Cristy sentiu-se com vontade de brincar com ele.
- Tens razão, fomos descuidados, para a próxima não demoramos tanto. Mas tenho uma ideia para remediar a situação. - Qual? - Podíamos passar os próximos dias sem sair da cama assim poupávamos água e electricidade. - Electricidade? - Com o ar condicionado. Aquecíamos-nos mutuamente.
Carlo voltou a beijá-la. Tentou dizer-lhe que precisava de estar sozinha para pensar em tudo. Mas os beijos dele, não a deixavam pensar com claridade. Cristy olhava a estrada, pensando em como ficariam as coisas entre eles quando chegassem à capital. Sabia que não era a primeira, e tão pouco seria a última secretária a dormir com o patrão. Mas este estilo de vida não era para ela! Nunca gostara de andar escondida nem queria andar na boca dos colegas. Mas também não queria deixar de ver Carlo...
- Em que pensas? - Nada. - Nada?! Consigo ver essas células aí dentro a trabalhar. Que se passa? - Estava a pensar no Napoleão. - E eu a pensar que estavas a engendrar um plano maquiavélico para te livrares de mim antes de chegarmos a casa.
Ela corou, seria possível que a conhece-se assim tão bem?
- É isso que te preocupa não é? O que fazer em frente aos colegas,o que dizer aos amigos... Já vou sabendo como funciona essa tua cabecinha. - E se for? - Se for, estás a preocupar-te sem razão. Ninguém tem nada que ver com o que fazemos. Somos dois adultos livres e não devemos explicações a ninguém. - É mais fácil falar que fazer. Não quero andar na boca de ninguém. - O que queres fazer? Deixamos de nos ver porque os demais podem falar? - Se tiver de ser...
Carlo encostou o carro e olhou-a nos olhos.
- Isso não tem a mínima lógica. Não vou abdicar de uma coisa que quero só para contentar os demais. - Não tem jeito nenhum dormir contigo e trabalhar para ti. - Então prometo que só trabalharás para mim.
Carlo estava mais perto e conseguia sentir o cheiro da loção da barba, um formigueiro começou a subir-lhe pelas pernas à medida que ele se aproximava mais dela.
- Só vou trabalhar?! - Hum,hum! Prometo que durante a noite vou manter-te acordada.
A boca de Carlo colou-se à dela, e depressa se esqueceu dos colegas e do que diriam. Essa noite passaram-na no apartamento dela. Quando acordou de madrugada, ficou por algum tempo observando Carlo dormir. Tinha um dormir tranquilo. Parecia que não o incomodava passar as noites com ela, como se aquilo fosse o mais natural do mundo. Mas ela sentia-se comprada. O facto de receber um ordenado acima da média, fazia-a sentir que lhe estava a pagar por outros serviços! Levantou-se e foi fazer café, pouco faltava para serem horas de se levantarem. A casa sem Napoleão estava tão vazia. Sentia falta dele, ver o seu lugar no sofá vazio fazia-a pensar em como a sua vida era vazia.
- Nunca irei acordar contigo na cama?
Carlo abraçou-a e deu-lhe um beijo no pescoço, o que desencadeou um descarga eléctrica por todo o seu corpo.
- A casa fica tão fazia sem ele. - Acredito, ele ocupava muito espaço. - Não digas isso. - Estava a brincar. Acredito que sintas saudades dele. Já falas-te com o teu amigo a ver se fica com ele? - Não, estava a pensar ir até lá. Se te der jeito eu tirar a tarde de amanhã. - Nunca me dá jeito afastar-me de ti. Mas se tem de ser. - Obrigada. Vou tomar duche. - Boa! - Mas vou sozinha. Temos de ir trabalhar. - Posso lavar-te as costas...
Cristy atirou-lhe um pano de cozinha e foi para a casa de banho. Amava-o. E gostava da companhia dele. Ele tinha razão, não tinham porque dar satisfações a ninguém. Iria aproveitar o tempo. O dia que ele se cansasse dela logo veria que fazer. Saiu do duche. Carlo tinha feito a cama e o cheiro a ovos mexidos e torradas enchia o apartamento.
- Sabes cozinhar? - Qual é o espanto? Estive muito tempo sozinho. Tive de aprender. Pensas que vivi sempre em hotéis? - Sinceramente pensei. - Pois enganaste. Com o tempo vais aprender a conhecer-me. Agora senta-te e come que vou tomar um duche. Ou preferes ajudar-me? - Acho melhor ires sozinho. Sempre posso ajudar-te mais tarde. - Vou cobrar-te isso.
Quando chegaram ao escritório Bela já estava a trabalhar. Cumprimentou-os sorrindo o que deixou Cristy desconfortável, sentia que ela sabia o que se passava entre eles. Mas acabou por relaxar durante a manhã. Carlo recebeu um telefonema à hora do almoço e teve de sair. Ela aproveitou para almoçar com Bela. Se ela sabia de algo não o comentou. Falaram sobre Napoleão. Bela também achava que o animal estava melhor ao ar livre. Entraram no elevador sob o olhar de Ana, estes dias não tivera tempo para a amiga.
- Tenho de conseguir sair com ela um dia destes. - Talvez devesses, ela anda meio estranha. No sábado de manhã gritou com o chefe de secção. - Esta rapariga não toma jeito. Ainda é despedida, tenho de avisar Carlo. - Como estão as coisas com vocês? - Não podiam estar... Como descobriste?
Cristy calou-se e corou. Bela sorriu.
- Não tens de te envergonhar. Eu já tinha reparado que havia algo entre vocês. A maneira como se olham. - Não digas nada, por favor! - Nem precisas pedir!
Saíram do elevador e como ainda não estava nenhum colega, sentaram-se na sala de convívio a beber o café enquanto terminavam a conversa.
- Eu sei. Desculpa. Mas ainda estou muito confusa com tudo isto. Já viste o que irão comentar por aqui?
- Não me parece que o Sr. Ferrara seja homem que se incomode com ninharias, e muito menoas com o que os demais pensam. - Mas incomodo-me eu! Lembras-te bem de como foi com o Sr Gomes. Foi um carga de trabalhos convence-los de que não havia nada! Se chegam a saber... quem é que os cala? - Algum dia terão de contar,ou vão andar às escondidas? - Ele vai cansar-se de mim antes. Vais ver. - Não sei não! - Escreve o que te digo.
Cristy tinha o olhar perdido no copo do café.
- Esse azedume todo ainda é por causa do Pedro? Por ter dito que eras frígida?
Nesse instante Carlo apareceu à porta da salinha.
- Bem me pareceu ouvir-vos. Preciso das duas. Assim que terminarem o café.
Saiu como chegou. No mais absoluto silêncio.
- Será que ouviu?
Cristy estava envergonhada. Se ele ouviu teria de lhe contar. Ela só queria esquecer e enterrar esse assunto de vez!
- Não me parece. Mas pelo sim pelo não, temos de lhe por um guizo.
As duas riram da ideia. Ela ainda estava a sorrir quando entrou no escritório.
- O almoço correu bem? - Sim. Amanhã sempre queres ir ver o Napoleão? - Se não te importares. - Estava a pensar em ir contigo. Isto se quiseres! - Podes ir?
Ele riu-se. Saiu para dar instruções a Bela e voltou com uns papeis. Ás vezes esquecia-se que ele era o patrão!
- Preciso que envies um email. E me procures o contrato de arrendamento da galeria em Faro. Durante o resto da tarde não tiveram mais tempo livre. Estava quase na hora de Bela sair quando ela bateu à porta.
- Peço desculpa Sr. Ferrara. Está aqui um jovem para falar com a Cristy. - Para mim? Importas-te?
Cristy estava curiosa, nunca recebera ninguém no trabalho!
- Oi, desculpa aparecer assim! - Meus Deus! Que fazes aqui.
Cristy abraçou Victor. Começou a chorar sem mais.
- Desculpa. Ando de lágrima fácil! Estás lindo!
Cristy admirava novo look do amigo,deixara crescer o cabelo, dava-lhe um ar rebelde.
- Gostas? - Adoro.
A porta do escritório bateu com força. Cristy olhou para Bela que sorria.
- Mas diz-me que estás aqui a fazer? - No sábado fazemos anos de casados. Queria fazer uma festa na quinta. - Outra? - Amiga, não há festa melhor que a que celebra o amor! Posso contar contigo? - Acho que sim. Depois confirmo. Eu queria ir lá amanhã para falar com vocês. - Que se passa? Estás doente? - Não, é o Napoleão. Não posso continuar a confiná-lo ao meu cubículo. Preciso de lhe arranjar um lar. - Arranjar?! Amiga porque não disseste logo? Ficamos com ele. - A serio? Obrigada... obrigada
Cristy estava beijando o amigo quando Carlo apareceu à porta do escritório.
- Demoras? - Desculpa, vou já!
Victor tinha a cara cheia de batom.
- Ai desculpa, estás todo marcado. A respeito da festa,posso levar uma pessoa? - As que quiseres.
Victor desceu com Bela que também estava de saída. Carlo estava de mau humor e ela não percebia porquê!
- Já não precisamos de ir ver o Napoleão. - Não? Tem algo que ver com o teu amigo?
Cristy não teve tempo de responder, Carlo apoderou-se da sua boca e começou a beijá-la com tanta força que lhe fez sangue no canto do lábio.
- Pára. Mas que raio se passa contigo?
Ele estava horrorizado,podia vê-lo no seu olhar.
- Desculpa! Desculpa... Não sei que me deu... não queria. - Pois eu se muito bem! Vocês acham que por levarem uma mulher para a cama já são donos dela! Pois fica sabendo que não vais mandar na minha vida, nem decidir que amigos tenho ou o que visto! Cometi esse erro uma vez, mas aprendi a lição. Não permitirei que me magoem outra vez!
Saiu batendo a porta! Ele tinha ciumes dela! Mas ela sabia bem demais que os ciumes não querem dizer necessariamente amor. Muitas vezes é uma questão de poder, de posse! Mas ela não pertencia a ninguém! Começou a chorar e umas pingas de sangue sujaram-lhe a camisa. Estava nervosa demais e o sangue não parava. Limpou o sangue com um lenço de papel. Raios! Nunca tinha acontecido algo semelhante com ela. Não sabia que pensar daquela atitude dele. Ela também tinha sentido ciúmes quando o viu com Andrea! E ele tinha pedido desculpa, parecia realmente arrependido. Deveria voltar para trás?! Ou ir para casa e por fim a esta loucura?! Seria fácil, agora que estava magoada com ele. Mas seria capaz de lhe resistir amanhã e nos dias seguintes sem enlouquecer?! Sabia bem que não, amava-o e trabalhar dia a dia com ele seria uma tortura. Carlo estava de costas voltadas para a porta olhando a rua. A sua postura era a de um homem derrotado.
- Carlo?! - Nunca fiz nada parecido! Se pudesse voltar atrás no tempo, acredita que o faria! Espero que ao menos acredites nisso.
Cristy colocou a mão sobre o ombro dele. Como ele não se voltava colocou-se à sua frente e beijou-o. Aninhou-se nos seus braços e deixou que o desejo fizesse o resto. Entregou-se de corpo e alma a esse beijo. Queria que ele sentisse o que ela não tinha coragem de lhe dizer.
Nessa noite dormiram em casa dele, Cristy abriu os olhos e espreguiçou-se na cama. Carlo sorria para ela.
- Finalmente acordas depois de mim. - Não te habitues. Gosto de me levantar cedo. - Eu também. Embora neste preciso momento prefira ficar aqui.
O telefone de casa tocou, ele desculpou-se e atendeu. Falava em italiano, possivelmente era Andrea. Levantou-se e tentou encontrar a sua roupa,depois lembrou-se que a tinha deixado na sala junto com a dele antes de subirem. Procurou algo para vestir,encontrou a gaveta das camisas dele, vestiu uma. Desceu e foi fazer o pequeno almoço. Há uns dias que acordava cheia de fome. Estava a fazer panquecas quando ele a abraçou.
- Gosto de te ver com a minha camisa. Nem imaginas há quanto tempo te imagino aqui,assim! - Não me pareceu correto andar nua pela casa. - Eu não me importo. Se não tivesse de ir ao escritório, hoje ficávamos aqui a aproveitar o dia. - Alguém tem de trabalhar, mas se quiseres posso ir sozinha. - Acho melhor ir contigo, sem ti aqui não tenho motivos para ficar.
Tomaram duche juntos, desta vez não fizeram amor mas as mãos dele sobre a sua pele deixaram-na de rastos. No escritório ainda estava tudo calmo, poucos tinham chegado. Durante o dia dedicavam-se ao trabalho, Bela já tinha comentado que faziam uma dupla imparável! Os colegas começavam a habituar-se a que eles viessem juntos e as conversas eram cada vez mais escassas, mas ela já nem se preocupava com isso. A meio da semana Cristy sentia-se muito abatida, com mal estar generalizado e com dores de cabeça, e isso não passou despercebido a Carlo.
- Estás bem? - Sim. É só uma dor de cabeça.
Carlo colocou a mão na sua cara estava quentíssima.
- Estás a ferver. Mas porque não disseste? - Não é nada. - Não te quero aqui assim.
Carlo insistiu para que fosse ao médico e mandou Bela acompanhá-la não fosse ela negar-se. Estava com faringite, a medica receitou-lhe antibiótico e recomendou-lhe repouso. Ou seja, não podia ir trabalhar! Depois de comprarem os medicamentos, Bela deixou-a na cama e voltou para a empresa. Ao contrário do que ela estava à espera Carlo chegou ao fim da tarde. Deu-se a conhecer à vizinha, e pediu-lhe que cuida-se dela durante o dia, de noite era ele quem cuidava dela. Passou as noites sentado numa cadeira junto à cama sempre alerta até que a febre cedeu. No quinto dia ela insistia em ir trabalhar. Carlo concordou com a condição, que ao mínimo sinal de cansaço voltava para casa. mas tal não aconteceu e pode voltar ao ritmo normal de trabalho. O sábado chegou rápido e com ele a festa de Vítor. Ainda não tinha dito a Carlo de quem era a festa. Desde aquele dia nunca mais falaram, sobre Vítor. Ela queria ver a reacção dele ao vê-los! Sentia que tinha um certo poder sobre ele, pelo menos a nível sexual, e gostava do sentimento.
- Não pensas dizer-me de quem é a festa? Vais manter-me na ignorância até ao último minuto!? - Já te disse que é uma festa de anos e de casados. - Desisto de tentar saber...Que outras coisas escondes de mim? - Nada de relevante. Vira aqui. - Isto é propriedade privada. - Eu sei. Vai até ao fim da estrada. - Aquele ali não é o Napoleão? - É.
Carlo estacionou junto a um Rover à entrada, Napoleão correu para eles. Vítor e André apareceram à porta juntamente com D. Maria.
- Chegaram cedo.
Cristy abraçou os amigos perante o olhar de espanto de Carlo.
- Carlo, apresento-te o Vítor e o André. Os meus melhores amigos. André é filho da D. Maria. E o Vítor é o seu namorado.
- Melhores e únicos. Prazer em conhecer.
Vítor estendeu a mão a Carlo, seguindo-se André. E um beijo repenicado da D. Maria.
- O prazer é meu. - Já era tempo desta menina viver a vida. Suponho que você seja o responsável. - André! - D. Maria repreendeu o filho -São coisas que não te dizem respeito. - Oh mãe. Não é segredo nenhum que ela vive como uma freira. - Desculpe o meu filho, ele ainda pensa que ela é a menina de tranças, que corria chorando pelos corredores lá de casa. - E não é?!
Cristy deu-lhe uma cotovelada.
- Já cresci. Caso não tenhas reparado. - Carlo, temos muito que conversar. - Nem sonhes! Olha que vou fazer um inferno do teu fim de semana. - Ainda tens cola escondida na mala?!
Todos riram do comentário. Há muito tempo atrás ela colara-lhe o cabelo porque ele não soube guardar um segredo! D. Maria convidou-os a entrar. A casa tinha a lareira acesa o que dava um ar acolhedor à sala.
- Podias ter-me dito que o teu amigo era gay. - Pense que tinhas percebido quando fomos ao norte. - Sim. Mas nunca os vi! Podias ter dito que era o Vítor quando ele esteve no escritório.
O olhar dele ficou sombrio, lembrando aquele dia desagradável. Ela agarrou-lhe a mão e puxou-o para a sala onde estavam os demais. Não queria dar importância ao assunto. Durante o fim de semana Carlo andou aos segredos com André pela quinta, o que deixou Cristy preocupada. André era um bom amigo, mas às vezes tratava-a como uma criança. Ele é que lhe tinha dado o ombro para chorar, quando as coisas correram mal. Foi na sua casa que ela ficou até arranjar casa própria. Ninguém melhor que ele, conhecia todas as lágrimas que chorou. D. Maria estava feliz por ela, achava que Carlo era um perfeito cavalheiro. Na hora da despedida, prometeram voltar assim que tivessem um fim de semana livre. Durante a viagem Ana telefonou, precisava de falar com ela. Ficou intrigada com a conversa dela.
- Podes deixar-me em casa? - Se quiseres. Algum problema? - Nada de mais. A Ana quer falar comigo. Espero que não me venha com a conversa do emprego. - Isso foi uma coisa que não percebi. Porque não a escolheste? - É boa rapariga mas muito instável. Gosto dela, é minha amiga desde os tempos de escola mas não confio nela em certas coisas. - Percebo. Vemos-nos amanhã.
Cristy arrumou a mala e ligou para a Ana, combinaram no Café do centro comercial. Quando Ana apareceu Cristy já tinha bebido 2 chás e estava a pontos de se ir embora.
- Que se passa? Parecias preocupada ao telefone. - Estou grávida. - Como grávida?! Mas tu não tomas a pílula? E se bem me lembro não querias filhos. - Claro que tomo. Mas já disse ao Paulo que estou grávida. - E estás de quanto tempo? - Não estou, mas preciso que digas que estou caso ele vá falar contigo - Não estou a perceber nada. Porque raio irá falar comigo? - Eu disse-lhe que tinha ido contigo ao medico. - Porque fizeste uma coisa dessas? - Porque estou farta desta vida de pobre, já está na hora de ter uma vida melhor. Não achas? - Mas assim? Mentindo?! Não contes comigo para isso. - Ora. Não te faças de sonsa. Todos sabemos que andas a dormir com o chefe. Agora vens a armar-te em santa ?! Andas a dormir com ele porque o amas?! Nem tu acredita nisso!! Se calhar não fazes o mesmo quando perceberes que ele já está farto de ti? - Claro que não! Nunca. Não seria capaz duma coisa dessas. - Até parece que te estou a pedir para matar alguém. Só quero que me ajudes a ficar com o homem que amo. - Se o amasses não lhe mentias. Estás a encurrala-lo. E não sou igual a ti. Nunca faria algo assim ao Carlo. - És mais parecida comigo do que pensas. - Desculpa mas não posso.
Cristy deixou o centro comercial e chamou um táxi. Foi para casa pensando na amiga. Se as coisas chegassem a esse ponto, seria ela capaz de mentir para ficar com Carlo depois de ele se fartar dela? Amava-o. Disso tinha a certeza. Mas que coisas estaria disposta a fazer por amor?!
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