segunda-feira, 21 de março de 2016

PERFEITO ESTRANHO 7º PARTE






Não voltou a ver Ana. Bela tornara-se a sua melhor amiga e confidente. Costumavam almoçar juntas, sempre que não almoçava com Carlo. Durante o almoço Cristy sentiu-se mal disposta, era incapaz de comer mais. Desculpou-se com Bela e subiu.
 Estava a chegar ao escritório principal quando ouviu vozes pela porta entreaberta.

- E tens a certeza que é teu?
- Ela diz que sim.
-Pede-lhe para fazer um exame. Mesmo sendo teu não precisas de casar, sempre podes pedir a custódia. Duvido que o juiz não fique do teu lado.
- Eu sei que seria fácil.
- Sabes bem do que eu me livrei à uns anos... se não fosse a minha irmã a esta hora estaria casado e pai de um filho que não era meu!
- Sim, eu lembro-me. Ainda estou em choque! Nunca pensei cair no golpe do baú.
- Meu amigo, sabes perfeitamente que as mulheres só querem uma coisa de homens como nós. a carteira!
Cristy sentiu-se ainda mais mal disposta. Pensava que ela estava com ele pelo dinheiro? Os colegas começaram a chegar, e ela não consegui ouvir mais nada.
A má disposição continuou por uns dias. Geralmente passava com o andar do dia e por isso resolveu não dar muita importância à situação. Um dia durante o almoço Bela perguntou-lhe se não seria melhor ir ao médico, a má disposição mantinha-se à algum tempo.
Carlo também parecia preocupado com ela.

- Tens de ir ao medico outra vez.
- Não é nada.
- Dizes tu.
- Deve de ser alguma virose
- Pode ser, como pode não ser. Promete que ao menos vais ligar.
- Prometo.

Carlo inclinou-se para lhe dar um beijo e sentiu o seu estômago revoltar-se. Sempre gostara do aftershave dele e agora dava-lhe vómitos? Tinha de ir mesmo ao medico,algo não estava bem.
Nessa tarde quando Carlo saiu ela aproveitou para falar com a sua medica de família.

- Desculpe estar a incomodar. Mas já começo a ficar assustada. Ando com vómitos à tantos dias!
- Cristy, não incomodas! Além dos vómitos, quais são os outros sintomas?
- Basicamente é só um enjoo leve, mas que aumenta com os cheiros e vai passando ao longo do dia.
- Os cheiros são muito fortes?
- Não, o engraçado é que eu gosto ou melhor gostava deles. Ah, e a fome tão depressa tenho uma fome voraz como fico sem apetite!

A médica começou a rir-se do outro lado da linha.

- Cristy,estás grávida.
- Mas como?
- Bem,geralmente são precisos um homem e uma mulher...
- Não brinque. Não posso estar...tomo a pílula.
- E não tomas-te outros medicamentos?
- Não. Espere tomei antibiótico mais ou menos há dois meses.
- Então está explicado. O antibiótico tirou o efeito. Olha, passa por cá que fazemos o teste para nos certificarmos.

Cristy sentou-se pesadamente na cadeira. E se estava realmente grávida? Carlo achava que as mulheres são capazes de tudo, para caçar um marido rico. Não podia estar gravida! Estava a preocupar-se sem motivo.
Mas mesmo assim inventou uma desculpa, e saiu mais cedo. Passou na farmácia e comprou o teste para fazer em casa. O teste deu positivo, por estranho que parecesse ficou feliz e triste ao mesmo tempo. Um filho de Carlo... deitou-se acariciando a barriga enquanto lágrimas molhavam a almofada. Ficaria com aquele bebé.Desse por onde desse! Restava-lhe resolver a situação com Carlo. Não achava certo esconder-lhe o filho, mas não queria que ele ficasse com ela por isso. E depois restava a duvida, acreditaria ele que era dele? Não suportava pensar que desconfiava dela. Dormiu um pouco, acordou com o toque do telemovel. Era Carlo. Não queria falar com ele. Ainda não tinha resolvido o que dizer-lhe.
Debaixo do chuveiro sentiu-se mais animada. Iria contar-lhe. Não tinha o direito de esconder-lhe o filho. Arranjaria outro trabalho e da salinha de leitura faria o quarto do bebé. Ele podia vê-lo sempre que quisesse. Mas deixaria bem claro que não queria nada dele. Deitou-se satisfeita com a decisão tomada.
No dia seguinte acordou tarde, no telemóvel tinha chamadas e mensagens de Carlo. Decidiu ignorá-las. Tiraria o dia para procurar um obstetra, e pensar na melhor forma de lhe contar, sem que pensa-se que ela queria tirar proveito da situação.
Perto do fim do dia ligou para o escritório, e depois de garantir a Bela que estava tudo bem, deixou recado para Carlo passar em casa dela quando pudesse. Bela ainda lhe perguntou se não preferia falar com ele mas ela preferia assim.
Saiu para aproveitar o fim da tarde. Bebeu um chá numa esplanada ali perto. Na mesa ao lado uma mãe abanava um carrinho de bebé. Daqui a uns meses seria ela a passear o seu filho. Regressou a casa feliz. Tinha a sensação que Carlo compreenderia e tudo se resolveria pelo melhor.
Assim que virou a esquina para sua casa viu o carro dele. Não imaginara que viesse logo. Estava sentado nos degraus.

- Olá.
- Olá?! É só isso que tens a dizer? Não sabes ver as chamadas perdidas? Bolas Cristy!
- Desculpa, mas precisava de estar só! É melhor entrarmos.

Cristy começou a ficar nervosa, imaginar a conversa era uma coisa e dizer-lho era outra! Fingiu procurar algo numa gaveta sob o olhar preocupado dele.

- Podes dizer-me que se passa? Estás a deixar-me nervoso!
- Nem sei bem por onde começar...
- Pelo principio seria bom.

Respirou fundo antes de começar

- Em primeiro lugar, quero que saibas que, eu também fui apanhada de surpresa. Não estava à espera mas agora que é uma realidade não me imagino sem ele.
- De que raios estás tu a falar?
- Por favor, deixa-me terminar. Preciso que entendas que não foi planeado, não procurei nada disto.

Não te vou afastar, não tenho esse direito mas também não quero que te sintas obrigado a nada. Aliás, não quero nada de ti!

- Se estava perdido agora fiquei mais!
- Estou grávida!

Cristy soltou a frase como uma bomba. Carlo passou a mão pelos cabelos e respirou fundo. Estava nervoso ficou a olhá-la como se não a estivesse a ver.

- Como te disse, já resolvi. Quero este bebé! Não vou abdicar dele, ou dela, mas não quero nada de ti. Se quiseres assino um papel a dizer isso mesmo! Quando o quiseres ver, serás sempre bem vindo. Vou arranjar outro emprego e cuidar dele sozinha.
- Vais é arrumar as coisas que achares necessárias e vens imediatamente comigo.
- Nem penses!
- Não pensas-te por um segundo que ia voltar costas ao meu filho,pois não?!
- Nem te estou a pedir isso. Se quisesse podia ter escondido a gravidez ou dizer que não era teu.
- Vais arrumar as coisas ou vou eu?!
- Não quero sair daqui. Esta é a minha casa. E é aqui que quero e vou ficar.
- Não quero discutir e muito menos com uma grávida. Vais viver comigo e casaremos assim que tratar dos papéis.
- Casar?!
- Claro. Vou assumir as minhas responsabilidades.
- Não sou uma das tuas responsabilidades.
- A partir de agora és!
- Porque queres casar comigo?

Cristy olhou-o com os olhos rasos de lágrimas, se ele disse-se que a amava seria a pessoa mais feliz ao cimo da terra.

- Porque um filho meu não vai nascer fora do casamento. Temos de fazer o mais correto!
- Nem sonhes! Não me vou casar contigo.
- Podes apostar que vais. Isto se queres ver o teu filho crescer.
- Não serias capaz!
- Não me desafies, ou tratarei pessoalmente de me certificar que não o vês nunca mais.

Cristy olhou para ele incrédula. Ele era um monstro e ela não tinha percebido! Entrou no quarto e chorou enquanto arrumava umas quantas coisas num saco. Não levaria muita coisa. De qualquer da maneiras em muito pouco tempo teria de comprar roupas novas.

- Não tenho o dia todo.

A cabeça de Carlo assomou na entrada do quarto.

- Odeio-te!
- Óptimo.

Tirou-lhe a mala da mão e esperou por ela lá fora. Uma vez dentro do carro não disseram uma palavra.

As coisas não tinham corrido como ela tinha imaginado. A vontade de chorar apoderou-se dela e não foi capaz de se controlar.

- Isso pode fazer mal ao bebé.
- A culpa é tua! Estava feliz até tu chegares.Tinha tudo resolvido.
- Não! Tinhas feito planos dos quais eu não fazia parte.
- Claro que fazias! Não ouviste quando disse que não te iria afastar?
- E o que chamas a ver o meu filho entre almoços e jantares? Ou só aos fins de semana?

Cristy mordeu o lábio! Não tinha visto a situação por aquela perspectiva.

- Quero ver o meu filho crescer e estar presente todos os dias. E se para isso for preciso prender-te dentro de casa acredita que o farei!
- Ou seja vais aprisionar-me!
- Vou tratar-te como mereças. Tudo depende de como tu enfrentes a situação.
- Resumindo, se obedecer às tuas ordens tudo bem, se não serei castigada.
- Se queres ver as coisas assim.
- Odeio-te!
- Já tinhas dito.
O apartamento que outrora lhe pareceu lindo agora era a sua masmorra. Sentou-se no sofá, tentando perceber o que tinha originado aquela animosidade repentina. Não conseguia perceber.

- Queres escolher o quarto onde vais dormir?
- Pensei daqui para a frente tu é que decidias!
- Cristy. Por favor. Vamos tentar levar uma convivência sociável pelo bem estar do nosso filho!
- Um pouco tarde, não?!
- Queres escolher ou escolho eu?
- Pensei que me ias obrigar a dormir contigo
- Depois de casarmos podes ter a certeza que sim!

Cristy tinha dito aquilo para o picar mas não esperava uma resposta tão sincera da parte dele.

- Bem, vamos lá escolher a masmorra!
Carlo deixou-a a sós enquanto arrumava as poucas coisas que trouxera. Acariciou a barriga. A sua vida tinha mudado em questão de segundos.

- Parece-me que o teu pai vai cuidar de nós, quer queiramos quer não!

Não queria descer, mas estava com fome. Teria de o enfrentar mais cedo ou mais tarde! Carlo estava ao telefone. Ela não percebia com quem falava. Resolveu ir fazer algo para comer. No frigorífico havia bacon e ovos. Podia fazer uma esparguete à carbonara, isto se encontra-se a esparguete! Não foi difícil. Colocou os tachos ao lume e começou a cortar o bacon.

- Eu ia fazer o jantar.
- Isso quer dizer que além de prisioneira também não posso fazer nada?
- Não digas isso. Podes fazer o que quiseres.
- Inclusive ir-me embora?
- Não comeces! É melhor fazer-mos tréguas. Ou vamos passar o tempo todo a discutir?
- Se me deixares ir embora, sem ameaças sobre tirar-me o...
- Chega Cristy! Bolas! Será melhor para todos que percebas que vais ficar aqui.
- Sim senhor! - Não ganhava nada a discutir com ele. Nunca iria vencer,o ambiente seria horroroso e pior de tudo, tanta discussão faria mal ao bebé. - Tens razão. não adianta tentar evitar o inevitável.
- Vais ver que as coisas não são tão más como parecem.
- Se tu o dizes.

Jantaram e mantiveram uma conversa cordial sem discussões. Viram televisão antes de irem para a cama. Mas desta vez cada um dormiu em seu quarto. Cristy queria dormir nos seus braços como até à poucos dias. Mas as coisas tinham mudado. Ele ameaçara tirar-lhe o filho, o seu filho! Adormeceu tarde e a noite foi agitada. Levantou-se decidida a ir trabalhar. Não iria ficar em casa o dia todo! Desceu com essa intenção.

- Não te quero a trabalhar nesse estado!
- Que estado?! Estou grávida não inválida! Há imensas mulheres a trabalhar no meu estado.
- Mas nenhuma delas espera o meu filho! Ficas aqui e pronto!
- E que faço durante o dia todo? Olho para as paredes?
- Podes fazer o que quiseres, dá uma novo ar à casa. Sei lá. Olha, aprende a bordar.
- Não podes estar a falar a serio!
- Estou pois.
- Boa! Vou morrer de aborrecimento.
- Tens muitos livros na biblioteca.
- Tens uma biblioteca?
- Claro! Não a viste? Claro que não. Quando cá estiveste não foi para ler.

Se ele pensava que se ia envergonhar por estar a referir-se às vezes em que fizeram amor estava muito enganado!

- Já que tenho o dia todo para não fazer nada,vou partir à aventura e descobrir onde é a biblioteca!
- Tenho de ir. Agora promete-me que não vais subir em cima de nada.
- E se subir?
- Se subires podes magoar-te, e como me odeias, não vais querer que fique por perto. Portanto serei obrigado a arranjar alguém para cuidar de ti. Por isso, se não queres incluir mais pessoas nesta comédia, sugiro que te comportes.

O coração dela encolheu-se. Se ele soubesse como o amava!

- Prometo.
- Muito bem.

Carlo deu-lhe um beijo na testa, ela sentiu a pele ferver naquele local. Como queria que ele a beija-se!
Já que teria de ficar em casa tentaria ocupar o tempo. Resolveu fazer algo de útil. Fez um pastelão de carne. Ligou para a florista e pediu flores variadas. Procurou a sua estação favorita na radio, quando Carlo entrou em casa à hora do almoço, ela cantarolava November rain, enquanto batia um bolo de chocolate.
- Esperamos visitas?
- Bolas! Que susto! Importas-te de fazer barulho quando estás a chegar?
- Não pensei que precisasse avisar. Isto tudo é para quê?
- Para nada! Não disseste que podia fazer o que quisesse? Pois, estou aborrecida! Que fazes aqui?
- Moro aqui. Acaso estás esquecida?
- Sabes bem que não era isso que queria dizer.
- Vinha buscar-te para almoçar-mos, mas agora com estas coisas todas, não sei se será boa ideia.
- Não pensei que viesses a casa.
- Já tinha percebido. Precisamos de falar. Marquei consulta com um amigo meu para amanhã pela manhã.
- Eu tenho consulta marcada.
- Desmarcas. Este meu amigo é especialista.
-Como o senhor deseje. Pensei que não querias que os teus amigos soubessem que vais ser pai.
- E porque razão o iria esconder ?
- Então não te importas que saibam que andámos juntos?!

Acentuou o andámos para que ela própria se mentaliza-se que a relação pertencia passado.

- Tu é que não querias que soubessem! Mas isso agora não interessa. Temos de cuidar desse pequeno. E isso passa por controlar-mos estes nossos "choques"para bem dele ou dela.
- Tens razão. Não adianta discutir. Queres almoçar?
- Sim. Mas eu trato do resto.

Almoçaram sem discutir. Carlo passou o resto da tarde em casa fechado no escritório. Enquanto ela se dedicou a ler um livro que à muito queria ler e nunca conseguira. Devia de se ter deixado dormir, pois acordou com uma manta sobre as pernas e já era de noite. Pensou no que ele disse sobre a convivência, e percebeu que ele tinha razão, tinham de tratar de se dar bem, tanto stress não fazia bem ao bebé. Tentaria levar as coisas o melhor que podia. Aceitaria o que não podia mudar. Pelo menos por agora. A voz de Carlo soava na cozinha. Pelo menos parecia que não estava zangado. Foi até lá.

- Devias de me ter acordado.
- Precisavas de descansar. Telefonei para o banco, amanhã vamos lá para te darem um cartão para comprares o que precisares.
- Não...
- Sei que não queres nada meu. Isso ficou assente! Mas não é para ti, é para que compres o necessário para o meu filho.
- E para que quero um cartão se não vou sair de casa?
- Podes sair quando quiseres. Desde que saibas que tens de voltar.
- Tenho hora de regresso?

A conversa estava a desviar-se das boas intenções dela. Não conseguia falar com ele sem discutirem
.
- Desculpa. Isto está a dar comigo em doida! Por favor,quero voltar para casa.
- Estás em casa.

Ele falava calmamente.

- Tenho de aceitar não é?
- Quanto mais depressa melhor. Tens fome?
- Não.

Ele tirou do forno uma travessa com bacalhau com natas e sentou-se à mesa. Cristy estava cheia de fome mas não queria comer com ele. O cheiro do bacalhau entranhava-se pelos seus sentidos, fazendo com que sentisse ainda mais fome.

- De certeza que não queres? Isto está bom, nunca pensei que ficasse tão bom.
- Fizeste tu?
- Humhum!
- Não deve de ficar tão bom como o meu.
- Acho que até ficou melhor.
- Quem te ensinou?
- Tu. Vi como o fizeste em tua casa.

A recordação daquela noite trouxe a Cristy uma sensação de conforto e aconchego.

- Venceste. Vou provar.
- Senta-te.

Carlo deu-lhe um prato de bacalhau que ela devorou em pouco tempo.

- Está muito bom mesmo.
- Já vi que sim.
- Na tua terra natal não comem bacalhau?
- Temos outras tradições mas aqui come-se muito bem.

Conversaram durante um bom bocado, Cristy deixou-se levar pela familiaridade e em pouco tempo falava da sua infância. E ficou fascinada com as coisas que ele contava da sua terra natal. Devia de ser lindo morar lá!
Passava da meia noite quando se deitaram, novamente Carlo despediu-se dela com um beijo na testa.
Acordou com Carlo sentado na cama.
- Deixaste-te dormir. Temos consulta. Vai tomar um duche que vou tratar do pequeno almoço.
- Carlo?
- Sim?
- Nada não. Esquece.

Cristy queria dizer-lhe que sonhara com ele que sentia falta do calor do seu corpo no dela, do sabor dos seus beijos. Que tinha saudades dele. Tomou um duche rápido e desceu. Carlo leu o jornal enquanto ela comeu.

- Estou pronta. Desculpa ter adormecido
- É normal as grávidas dormirem mais que o habitual.
- Como sabes?
- Pesquisei.

Ajudou-a a entrar no carro e ela riu-se.

- Qual é a piada?
- Tu!
- Eu?!
- Sim. Estou gravida, mas consigo entrar no carro sozinha.
- Mais uma declaração de independência?
- Não. Foi um simples comentário. Desisti de discutir contigo.
- Alegra-me sabe-lo.

O Dr. pediu a Cristy que se deita-se na maca e levanta-se a blusa. As imagens começaram a aparecer no pequeno ecrã. Aquele ser minúsculo era o seu filho. Quando deu por si estava agarrada à mão de Carlo. E ele não evitara o contacto! Como podia amar tanto um ser que ainda não conhecia? Amava Carlo mas não era nada comparado com aquele amor.

- Está gravida de sete semanas. Para o mês que vem já se consegue ouvir o coração a bater.
- Está tudo bem? É saudável?
- Sim, está. Ainda é muito cedo para se ter certezas mas se cuidar de si vai correr tudo bem.

Carlo olhava o ecrã sem largar a mão dela.

- Que cuidados devemos ter?
- Se por cuidados queres dizer se podem ter relações...

Carlo interrompeu o amigo bruscamente.

- Quero é saber se ela pode fazer de tudo ou se há alguma coisa que não pode.

O Dr. soltou uma gargalhada o que incomodou Carlo.

- Meu amigo, a tua mulher está gravida, não é de porcelana. Pode fazer a vida normal. Tem de ter certos cuidados, mas com a alimentação. Reduzir o café, não fumar, fazer exercício físico moderado, a caminhada seria o ideal.
Cristy não se incomodou com o facto, de ele ter dito que era mulher de Carlo. Ela até gostara da ideia.
Despediram-se do amigo dele e foram almoçar junto à praia.

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