Dobrei a extensa carta e coloquei-a no meio do livro favorito da minha filha, sabia que se não tivesse coragem de lha entregar, um dia ela iria lê-la. O alarme do telemovel interrompeu a minha tarefa. Estava na hora!
Liguei o computador e esperei. Era a altura mais importante do dia.
- Olá mãe.
- Olá filha.
A sua cara sorridente encheu o ecrã. Desde que começou a trabalhar em Londres que só nos vimos assim, via Internet. Mas desde que ela seja feliz, para mim está bom.
- Estás bem?! Parece que estives-te a chorar.
- Já estás com essas coisas. Se estivesses mais perto, talvez não tivesse tantas saudades.
- Oh mãe, já estou cá à mais de dois anos!
- Nunca me vou conformar em ter-te tão longe.
- Podias vir até cá. Assim sempre recarregavas baterias até ao verão.
- Sabes que detesto Londres. É fria e cinzenta.
- Lá isso é, mas é aqui que está a minha vida. Terás de te habituar e considerar mudar-te para cá.
- Para quê? Para ficar a olhar para as paredes enquanto vais trabalhar?
- Olha, vamos mudar de assunto, tenho uma surpresa, e não vais dizer que não. Sempre te ouvi dizer que se pudesses fazias isto e aquilo. E que se as coisas fossem diferentes... Bem, sei que adoras Itália, por isso prepara-te.
- Que queres dizer com isso?
- Ganhei um cruzeiro a Itália, por duas semanas, com tudo pago. Como não posso ir, vais tu! Só tens de levar dinheiro para algo que queiras comprar, coisa que aposto que vais encontrar. E não adianta desculpas, o bilhete vai a caminho. Partes este fim de semana.
- Não posso.
- Claro que podes, estás sozinha, nada te impede.
- Já não tenho idade para essas viagens.
- Não és propriamente uma velha. Vais fazer cinquenta este mês! Desde que o pai faleceu que não saia a lado nenhum, já está na hora de sair de casa.
- Sabes bem que perdi a vontade, que ...
- Sei que as coisas não foram fáceis, por isso tens de aproveitar a vida, e estamos a falar de Itália! O país do teu coração.
- Eu sei, mas preferia ir contigo numa outra altura.
- Vais, aproveitas, conheces gente nova, e entretanto vamos fazendo um pé de meia e para a próxima vamos só nós duas.
- E o teu marido?!
- Ele?! Ele não é o pai, sabes disso, não sabes?!
- E ainda bem.
- Está decidido, faz as malas e aproveita.
- A viagem é tua certamente podes ir noutra altura.
- Não posso guardar para depois, por isso vais.
- Mas...
- Mãe! Deixa de inventar desculpas. Vais e não se fala mais nisso.
- Mas tenho comprar o bilhete para apanhar o avião...
- Sossega, está tudo tratado. Quando receberes a carta tens tudo lá dentro, bem explicadinho como tu gostas.
- Obrigada filha.
- Não vais chorar pois não?!
- Não. - Mas estava quase, as lágrimas toldavam-me a vista - Queres que te traga alguma coisa em especial?
- O que quiseres, desde que não venhas com um namorado debaixo do braço!
- Sim, até porque estou na flor da juventude.
- És linda, quase cinquentona mas linda.
- O que se passa?! Estás sempre a olhar para a porta.
- Estão a chamar-me, tenho de ir.
- Antes de ires, como falamos nesses dias?
- Oh mãe! Levas o computador. Hoje em dia à internet em todo o lado. No barco não sei. Mas perguntas, é só introduzires a palavra e já está. Se precisares de ajuda aposto que um charmoso capitão estará disposto a ajudar-te.
- Deves de pensar que é o Love boat...
- Era uma série bem gira.
- Era sim...
- Tenho de ir, beijinhos mãe.
- Beijinhos filha. Obrigada.
- Adoro-te.
- E eu a ti.
Fiquei sentada a olhar o ecrã por uns minutos, a minha filha era a única coisa que me fazia seguir em frente. A vida a dois com o pai dela foi complicada, entre amantes e saídas com os amigos, pouco tempo passava em casa. Muitas vezes adormeci a chorar, não por me importar com o facto de ele passar as noites com as amantes, foi coisa que não me incomodou, quando não se ama de verdade certas coisas não têm importância, chorava porque destruí a minha vida à muito tempo. Por várias vezes pensei em deixá-lo, mas que faria?! Sem família, sem casa própria e sem emprego fixo, não restava grande alternativa. Só depois da minha filha nascer, comecei a sorrir para a vida, por ela suportei as amantes, as discussões nos dias em que bebia demais. Não foi fácil, mas aprendi a "desligar" e era um preço muito pequeno a pagar pela segurança que proporcionava. Se fosse nos dias de hoje, não hesitava, hoje uma mulher trabalha tanto ou mais que um homem e ainda cuida da casa e dos filhos, pode perfeitamente viver sem um homem. Na minha juventude uma mulher sem marido era mal vista, e o emprego de uma mulher não era levado a sério. Os tempos mudaram entretanto, mas naquele tempo as coisas eram complicadas, Que mais podia fazer!? Apenas sabia cuidar de crianças. Com os infantários, as amas estavam a ser cada vez menos requisitadas. E onde podiam dar-me alguma segurança em termos de contratos, exigiam que se tivesse certificados, coisa que não tinha. Não podia sair de casa sem ter a segurança de que, não ia faltar comida na mesa, nem um tecto, não por mim, mas por ela.
Abanei a cabeça tentando afastar aqueles pensamentos, ia a Itália. Pelo menos ia realizar um sonho, e graças à minha filha. Tirei a mala de viagem do armário. Assim como eu, estava velha. Não podia ir a Itália com uma mala velha. Saí e fui comprar uma nova, não é todos os dias que se realiza um sonho.
De volta a casa, a chuva começou a cair, molhando o saco de papel. Andei o mais depressa que consegui, e consegui chegar a casa sem me molhar muito, não que isso tivesse importância, adoro andar à chuva.
Coloquei a mala em cima da cama e comecei a arrumar a roupa que queria levar, lembrei-me de uma outra vez em que fiz a mala, e as lágrimas começaram a cair sem que as conseguisse controlar.
- Não! Pára!
Gritei para mim mesma, tinha passado demasiado tempo, não podia deixar que me afecta-se. Limpei as lágrimas e continuei a fazer a mala. Não se ama uma pessoa tanto tempo. Era apenas a ideia de ir a Itália que me deixava assim, nostálgica. No fundo da gaveta, encontrei um diário que a minha filha me tinha oferecido, quando ela soube que o pai tinha amantes.
- Porque precisas de desabafar com alguém. - Dissera naquele dia, quando mo deu, nunca o usei. As coisas não desaparecem ou mudam, só porque as colocamos num papel. E era um diário demasiado bonito para estragar com coisas tristes. Mas podia aproveitar para lhe dar um uso mais feliz. Ia fazer um diário da viagem, com os lugares que iria visitar, as pessoas que ia conhecer. E ia começar agora...
Dia 1 - Comprei uma mala nova, não se pode ir realizar um sonho com uma mala em mau estado. Já está quase pronta, falta colocar o computador para poder falar com a minha filha.
No dia seguinte fui ao banco informar-me de como podia pagar as coisas sem levar muito dinheiro. "Um visa, é a maneira mais prática de ter dinheiro fora do país. E se o perder pode telefonar a cancelar e ser-lhe à enviado um outro! E pode levantar dinheiro em qualquer multibanco num outro país!" Explicou-me a menina do balcão, como se eu fosse muito burra! Não me era desconhecido o facto de existir o visa, apenas não me lembrei!
Fui aos correios avisar da minha ausência por duas semanas. Aí ninguém me tratou como uma burra! Ás vezes tenho vontade de dizer a esta juventude que um dia também serão velhos e que outros jovens estarão no lugar deles! Mas penso melhor e calo-me. A sabedoria dos anos fala mais alto.
Dia 2- Tudo tratado e esperando o correio com o bilhete.
Fui tomar café ao centro comercial e vi um vestido lindo, preto comprido, sem mangas e com decote em v, entrei com a ideia de apenas ver de perto, mas acabei por sair com ele num saco!
Dia 3- Fiz uma loucura, comprei um vestido, só espero que os cruzeiros sejam como nos filmes e tenha ocasião de o usar!
Dia 4- Hoje não fiz nada, apenas esperei o carteiro. Mas não chegou nada. Confesso que estou a ficar ansiosa demais.
Dia 5- Chegou! O bilhete chegou! Acho que foi o papel mais lindo que eu vi na vida! Já estava a ficar desesperada, amanhã é o grande dia!
Dia 6- Acordei cedo, tinha medo de perder o comboio. A viagem até ao cais foi a viagem mais esperada e mais demorada que fiz. Não vejo a hora de subir para o barco.
Dia 7- Aqui estou, em pleno alto mar, pelo segundo dia. Contrário ao que pensava não enjoei. Já conheci uma senhora mais velha que eu, já é a terceira vez que vai a Itália de barco!
Dia 8- O capitão é um amor de pessoa, mas acho que me está a namoriscar! Não gosto da maneira como me olha! Mas sabe bem, ver que apesar da idade, ainda desperto algum tipo de sentimento nos homens!
Dia 9 - Amanhã fazemos a primeira paragem, já em terras italianas. O meu estômago anda numa agitação danada. Vou pisar chão italiano pela primeira vez. E segundo a minha nova amiga, vamos passar dois dias em terra. Se quiser posso ficar num hotel mas se o fizer convém avisar no navio.
Dia 10 - Vamos descer, regressarei com coisas novas para contar.
Os meus olhos percorriam a vila como se tivesse descoberto o lugar mais lindo ao cimo da terra. Apesar do frio, o sol brilhava no horizonte, e ao longe via-se o cais. O nosso guia ia descrevendo a localidade, uma pequena aldeia piscatória, a economia baseava-se praticamente na pesca e no turismo. Hoje era dia de mercado, o guia disse que podíamos passear à vontade pela praça, deu um bilhete a cada um, onde tinha um nome anotado. Era o local de encontro, se alguém se perde-se, ou deixa-se passar a hora, devia de ir ter ao barco. A minha companhia desapareceu por entre as bancas do mercado. ao longe o capitão acenou-me. Fingi não ver, mas ele depressa me alcançou.
- Olá. Permita-me, não é bom andar sozinha, pode perder-se ou ser assaltada.
E enfiou a minha mão no braço dele. Pensei retirá-la, mas seria de muita má educação.
- Obrigada, mas não me vou perder. E tenho pouco que roubar.
- Isso depende do ponto de vista. Aposto que qualquer italiano não hesitaria em roubar esse olhar.
Aquele comentário acabou com a minha alegria. O meu olhar, assim como o meu coração tinha sido roubado por um italiano à muito tempo.
- Ora, capitão! Isso é conversa para jovens. Não para mulheres feitas como eu.
- Os italianos não olham à idade quando se trata de uma mulher bonita.
- Agradeço os elogios, mas não procuro um romance, seja ele fugaz ou duradouro. Se lhe dei a entender que pretendia algo mais, desculpe.
- Agora desarmou-me! Não estava à espera que me dispensa-se, e muito menos tão depressa. A maioria das mulheres que vêem nestes cruzeiros procura uma aventura, algo para recordar...
- Desculpe, se não sou como a maioria. Se quiser uma amiga para conversar, dançar ou jantar estou disponível. Mas nada mais além disso.
- Ainda apaixonada?
- Alguns sentimentos não morrem, apenas adormecem.
- Nesse caso, peço desculpa. Interpretei mal a sua amabilidade. Não me leve a mal, nunca faria nada contra os seus desejos.
- Acredito que sim. Podemos deixar este assunto?
- Claro, desde que me perdoe a inconveniência.
- Já está esquecida. Diga-me uma coisa, como posso ir até à praia?
- Vou levá-la até lá.
- Obrigada.
O capitão deixou-me na praia, o sol quente batia sobre a minha pele, mas aquela paisagem fez-me arrepiar, Luca tinha razão, a costa era linda, o mar ali tinha algo de mágico. Fundia-se com o céu, dando a entender serem um só. Descalcei-me e andei pela areia molhada. Os pescadores sorriam ao ver-me passar e eu devolvia o sorriso, sentei-me numa rocha a vê-los trabalhar. Um velho pescador aproximou-se com um copo de um liquido amarelado, estendeu-mo e sorria. Coloquei os óculos de sol na cabeça e sorri para ele. Uma mulher, também de idade avançada, sorria um pouco mais adiante e fazia-me sinal para que bebe-se. Cheirei o copo, cheirava-me a limão e a uma coisa que não consegui identificar. Beberiquei um pouco, Luca tinha-me falado de hospitalidade dos pescadores, seria uma ofensa recusar aquilo, fosse lá o que fosse! Sabia bem, era doce, uma espécie de licor! À muito que não bebia bebidas alcoólicas, mas esta não podia recusar. Fechei os olhos e deixei que a bebida me aquece-se por dentro enquanto o sol me aquecia a pele. Quando terminei devolvi o copo e acenei à mulher do pescador que me sorria ao longe. Realmente era um povo hospitaleiro. Andei ao longo da costa sentindo a água que batia nas minhas pernas. Sempre gostei de sentir a água na minha pele. Subi por umas escadas e fiquei ali olhando o mar que adquiria diversas tonalidades.
- Cris?!
Estremeci, à tanto tempo que ninguém me chamava assim!
- Sim?! - Temi voltar-me. Só duas pessoas me chamaram assim em toda a vida, a minha avó e Luca.
- És mesmo tu. Reconheceria esse olhar em qualquer lugar do mundo.
- Luca! - Murmurei, o meu coração encolheu-se no peito, o meu maior desejo e temor estava ali. Luca , estava à minha frente. As minhas pernas estremeceram a tal ponto, que tive de me agarrar à escadaria.
Não consegui dizer nada mais, Luca transformou-se num vulto imperceptível, devido à quantidade enorme de lágrimas que caíam. O destino não podia estar a pregar-me esta partida. Não nesta idade, não quando já me tinha resignado.
- Não chores, nunca suportei ver-te chorar.
- Desculpa. Como me arrependo, meu Deus!
O choro tornou-se compulsivo e Luca abraçou-me. Voltei ao tempo em que me perdia nos seus olhos negros, em que passava as tardes a ouvi-lo falar de Positano.
- Porque não apareces-te?!
- Desculpa.
Afastei-me dele, não esperava que tantos anos depois, me pergunta-se o motivo. Mas o afastamento foi travado, a mão dele agarrou a minha com força, com demasiada, confesso.
- Não. Outra vez não! Já não tens 15, nem 20 anos. Preciso de saber. Acho que me deves isso. Onde vieste?! De avião?
- Não. Num cruzeiro.
- Óptimo. O cais fica no caminho da minha casa, temos muito que falar.
- A tua casa?
Não me respondeu, andámos uns metros, e entrámos num carro que estava estacionado junto à costa.
- Cris, somos adultos. Bem, eu sempre fui. E tu agias como tal, agora é que pareces uma adolescente apavorada.
- Tenho os meus motivos.
- Não sei se quero saber, mas temos de falar. E preferia fazê-lo em casa.
- Tenho de regressar ao navio.
- Não te preocupes, alguém vai avisar que não voltas para jantar.
- Preferia...
- Eu também preferia, que os planos que fiz naquela altura, dessem certo e no fim não deram.
- Desculpa.
- Pára de pedir desculpa. Não somos necessariamente uns desconhecidos.
Durante a viagem não dissemos nada mais, percebi pelos seus braços tensos que ele estava nervoso, conduzia depressa demais, em Portugal nunca conduziu assim. ajudou-me a descer do carro e indicou-me o caminho até à entrada. A casa era enorme, com quadros lindos de Positano e de Lisboa. Deixou-me sozinha uns minutos depois. Observei com mais atenção as pinturas. Um quadro maior, ocupava a parede central por cima da lareira, era a pintura de um olival com algumas laranjeiras intercaladas, era a pintura do nosso local! Sentei-me numa poltrona, as pernas voltaram a tremer devido ás recordações que aquela pintura trazia. Uma senhora vestida de preto apareceu com um tabuleiro com duas chávenas e um bule que fumegava. Algum tempo depois ele voltou, tinha mudado de roupa e pelo cabelo húmido tinha dado um duche. Serviu os cafés e ficou a olhar para mim em silêncio.
- Não gosto que faças isso.
- O quê?
- Olhar-me, sem dizer nada. Sempre me incomodava quando o fazias.
- Vejo que casas-te.
- Sim.
- Tens filhos?
- Uma rapariga.
- É minha?
- Claro que não! Por quem me tomas?!
- Não sei. Pensei que te conhecia e enganei-me.
- Sei que não fiz o mais correto, mas na altura achei que era o melhor.
- Como o melhor?! Desapareces-te sem dizer nada.
- Eu sei. Como disse, achei que era o melhor.
- Casas-te porque estavas gravida?
- Não.
- Ainda estás casada?
- Sou viúva. À vários anos.
- Eu também casei, mas separei-me pouco depois. Ao contrário de ti, o teu fantasma não me deixou seguir em frente.
- Não era minha intenção
- Não tens culpa se deixas-te de me amar. Se é que alguma vez me amaste.
Ao ouvi-lo dizer isso, percebi o muito que ele sofreu, e tudo por minha culpa, porque tive medo. Sofremos os dois, e as feridas ainda estavam a sangrar. Ele tinha razão, não tinha mais 15 anos, estava na altura de seguir em frente e de o deixar seguir em frente. Mas desta vez não ia deixar o medo vencer.
- Deixar de te amar! Podes pensar o que quiseres, mas nunca penses que não te amei, ou que deixei de te amar!
- Se me amavas porque me deixas-te lá à tua espera?
- Tive medo.
- Medo?! De quê? Dos teus pais? Eras maior, porque pensas que voltei para cá até teres idade?! Não recebeste a minha carta?
- Recebi. Li-a vezes sem fim. Fiz a mala para partir contigo. Mas depois...
Não consegui continuar, mais uma vez deixei-me levar pelas lágrimas. Tinha tanta coisa para lhe dizer e apenas conseguia chorar.
- Não quero ver-te chorar. Bolas, não suporto isso.
Os seus braços envolveram-me carinhosamente, senti-me segura. Abracei-o também, e olhei-o nos olhos.
- Senti tanto a tua falta. Nunca deixei de...
Beijou-me e fiquei sem acabar a frase, o beijo recordou-me o muito que gostava de estar nos braços dele, era com ele que me sentia mulher. Passei os braços pelo seu pescoço e puxei-o para mim, queria tê-lo perto. O beijo ficou mais exigente, Luca afastou-se um pouco e olhou-me nos olhos. Voltou a beijar-me e aos encontrões pela parede, como dois adolescentes, chegámos a uma sala onde tinha um sofá. Só percebi que estávamos noutra divisão, quando abri os olhos ao ouvir o barulho de uma porta fechar-se. À pressa fomos despojando-nos da roupa e beijando o corpo nu um do outro. Não tinha importância se estávamos mais velhos, para nós estávamos de volta à nossa primeira vez!
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