quarta-feira, 5 de abril de 2017

À TUA ESPERA 1ª PARTE




- Tens uma carta da tua mãe.
- Uma carta?!

Isabel olhou para Jill de sobrolho franzido. Nos últimos dias uma carta só queria dizer mais despesas e ela não tinha como a enfrentar.

- Bem, não é bem uma carta... um postal. - Jill entregou-lho e fez uma careta - A tua mãe não gosta mesmo de escrever!
- Entre outras coisas. - Isabel sorriu para a amiga antes de olhar para o postal.

Este continha apenas duas linhas:

A viagem foi cansativa, mas Cabo Verde  é lindo. Quem diria!
Lucas está encantado, bem mais que eu.

LISA

Isabel encolheu os ombros e abriu uma gaveta. Num gesto indiferente juntou o postal aos outros que ali se encontravam. Lançou um olhar triste à quantidade de postais que ia aumentando a uma velocidade assombrosa. Infelizmente o valor sentimental de cada um deles era menor que as linhas que cada um continha.

- Se continua assim quando acabar a lua-de-mel tens um postal de cada terrinha que existe ao cimo da terra.
- É...

Embora fossem da sua mãe, cada postal recordava-lhe que não tinham nada em comum, o único laço entre elas era esse facto. Ser sua mãe! Embora nunca lhe desse permissão para a chamar de tal. Para Lisa permitir que lhe chamasse isso era admitir que não era tão nova como pretendia dar a entender! E Lisa era eternamente jovem.
Ela não se recordava de pronunciar o nome mãe uma única vez. Na sua memória estava bem viva a recordação das advertências de Lisa sobre esse facto. Sobre a insistência em chamá-la pura e simplesmente Lisa, como se fossem da mesma idade.

- Onde está desta vez? - Perguntou Jill da cozinha tirando-a daqueles pensamentos.
- Cabo Verde.
- Em Cabo Verde?! - Jill quase que se engasga com o café -  Por essa não esperava.
- Nem eu! - A aversão de Lisa, a todas as pessoas que tinham uma cor de pele diferente da sua, não era segredo para ninguém. Lisa fez questão que todos o soubessem quando a sua avó se casou em segundas núpcias com Billy, o homem que a educou e que ela adorava. O homem que ela recordava com carinho e que tinha um coração, tão grande e generoso, quanto negra era a sua pele. Mas Lisa não via além do aspecto. - Bem, vou arranjar-me. - Isabel afastou aqueles pensamentos - Esperas por mim?!
- Claro!

Isabel tirou a roupa enquanto a água fria caía no fundo da banheira. Olhou a água que desaparecia rapidamente pelo cano, pensando que a vida muitas vezes seguia por caminhos absolutamente imprevisíveis. E muitas vezes desnecessários, ela era prova disso.
 Enquanto ela estava numa situação económica pouco favorável, a sua mãe desfrutava de uma viagem ao redor do mundo, com o seu novo marido, alheia aos problemas que ela enfrentava.
Problemas que iriam aumentar com a aproximação do Outono devido ao eminente fim do seu emprego no bar da praia. Não que albergasse grandes expectativas quanto à durabilidade deste, aliás, quando começou a trabalhar tinha a certeza que não seria por muitos dias. Na melhor da hipóteses seriam meses. E não se enganara muito, três meses depois este era apenas mais um emprego que chegava ao fim! Desde que decidira despedir-se que vivia saltando de um emprego precário para outro!
Apesar de ter casa própria, pois a avó tinha-lhe deixado a casa onde sempre vivera, o pouco que ganhava não dava para suportar as despesas de manutenção do imóvel e viver decentemente. Quando caiu a vedação do jardim percebeu que tinha de fazer algo para aumentar o seu rendimento. Daí a ideia de alugar um quarto para assim dividir algumas despesas. Com o dinheiro do aluguer a situação melhorou um pouco, mas se não arranjasse um emprego fixo, voltaria a ter dificuldades para pagar as contas. Precisava dar um novo rumo à sua vida, como dizia a sua avó: Há que fazer as coisas acontecer. 
E ela queria fazer as coisas acontecer! A vida dela precisava... Não! A vida dela tinha de mudar. Fosse como fosse. E para isso contava com aquela entrevista.

 Quando Jill, que trabalhava para a P&C, soube que iam contratar novas funcionárias, telefonou-lhe e ela resolveu arriscar. Não percebia nada de electrónica mas precisava de trabalhar, tinha esperança em conseguir algo, nem que fosse no armazém. Um ordenado pequeno era melhor que não saber o que iria receber no fim do mês.

- Uau! - Jill piscou-lhe o olho - Vais candidatar-te a um emprego ou à presidência?!
- Não sejas pateta. - Isabel olhou o reflexo no espelho do hall - Sabes que gosto de estar apresentável.
- As demais candidatas que se cuidem.
- Achas demasiado?
- Estás fantástica. Elegante e bonita. Bem, bonita és de qualquer jeito. E pensando bem, se não fosse estas ocasiões essas roupas chiques acabavam por apodrecer no armário. - Jill apanhou a mala e as chaves do carro. - Vamos no meu?

Isabel concordou com a cabeça e olhou-se mais uma vez no espelho. O elegante fato de saia e casaco preto, assim como a camisa de seda cinza, pareciam feitos por medida. Ela recordava muito bem o dia em que Lisa insistira em comprar o conjunto.
Estavam em Paris quando, sem pedir a sua opinião sobre o assunto, Lisa pediu o número dela como se ela não estivesse ali para rapidamente voltar a atenção para um casaco de peles enquanto a funcionária se apressava a satisfazer o pedido. Sorriu tristemente quando o olhar parou nos sapatos pretos de salto alto igualmente dispendiosos.
Talvez estivesse a exagerar na escolha da indumentária, mas não se podia dar ao luxo de comprar roupas novas. Cada cêntimo era contabilizado e se tinha aquelas roupas porque não usá-las!? Era isso ou as suas jeans desbotadas. Aquelas roupas traziam-lhe uma mistura de sentimentos. Por um lado recordavam-lhe os dias felizes em que vivia com a avó. Mas também lhe recordavam como os seus pais tentavam colmatar a sua ausência com roupas caríssimas e presentes inúteis. Ofertas que se prolongaram até mesmo depois morte da avó... O primeiro duro golpe que a vida lhe reservou.

- O sr. Crost é muito simpático. - Jill parou num semáforo - Se me tivesses deixado falar com ele...
- Não. - Isabel interrompeu-a - Sei que tens as melhores das intenções, mas se conseguir o lugar quero que seja por mérito próprio e não porque sintam pena de mim.
- És boa profissional. - Jill passou por cima de um buraco enorme, o que fez com que ela saltasse no banco - E se aquele idiota não se tivesse metido na cama da...
- Não culpes Phil. A nossa relação estava condenada ao fracasso.
- Nunca percebi o porquê.
- Porque acabámos ou porque me despedi?!
- Não estão relacionadas?!
- Em parte. - Isabel era consciente que nunca amou Phil, apenas tinha a esperança de um dia chegar a gostar dele, coisa que nunca aconteceu. Por isso não lhe guardava rancor, sentia que parte da situação era culpa sua - Achei que a patroa, talvez preferisse ficar com quem lhe suprimia as necessidades na cama e no escritório.
- Então, se foste tu que terminaste, porque não voltaste a sair com mais ninguém?!
- Sou daquelas pessoas que estão destinadas a ficar sozinhas.
- Pelo amor de Deus! - Jill soltou uma gargalhada - Até parece que tens cem anos!
- Tens dúvidas?! - Isabel mexeu-se no banco - Simplesmente desisti de encontrar alguém.
- Nunca é tarde para amar. Olha a tua avó.
- Nem todos temos a mesma sorte.

 Isabel olhou as árvores que começavam a vestir as cores outonais e a perder as folhas. Foi num dia assim que chegou a casa da sua avó e ela nunca esqueceria esse dia...

Brevemente completaria seis anos e a sua mãe não tinha tempo para ela. Até essa idade teve várias amas, não recordava o nome de nenhuma pois não ficavam tempo suficiente. Lisa achava em todas algo para criticar e consequentemente despedir, o que originou um rodopio de amas na sua infância.  Mas como Lisa insistia em acompanhar o marido nas inúmeras viagens, era imperativo que houvesse alguém responsável que a levasse à escola. O que criava um enorme problema para a liberdade de Lisa.
Desesperada pois o marido ia partir numa viagem durante um mês, mês que se transformou em anos, e sem conseguir contratar uma ama, não lhe restou alternativa a não ser recorrer à pessoa que ela evitava a todo o custo. A mãe e o seu actual marido!
Foi nesse dia que Lisa esqueceu o tom de pele do seu padrasto e voltou a dirigir a palavra à sua mãe. Num breve encontro pediu que cuidasse da filha, pois ela tinha de acompanhar o marido. Recordou à mãe que apesar dela não entender, nem acreditar, ela amava a filha e tudo faria para o provar.
Prova que chegava todos os meses, em forma de cheque. Era assim que a sua mãe media os sentimentos dos demais, pelo tamanho da sua conta bancária. Entre lágrimas a sua avó perguntava-se muitas vezes onde tinha errado. Billy abraçava-a e murmurava que ela não tinha errado em lado nenhum. Durante alguns momentos permaneciam assim, até que a sua avó parava de chorar. Depois a avó sorria e regressava para junto dela para continuar a leitura ou o jogo que tinha interrompido com a chegada do correio.
Mas se Lisa demonstrava o amor através de um cheque, a sua avó demonstrava o descontentamento destruindo os mesmos. Estes eram rasgados ou queimados consoante a época do ano.
Por essa altura era Billy que a levava à escola e todos os dias durante o percurso lhe ensinava os diferentes estilos de música e lhe contava histórias. Adorava os momentos que passava com ele e quando Billy morreu seis anos depois, algo dentro dela também morreu. Durante o funeral de Billy não largou a mão da sua avó. Era como se ao fazê-lo esta partisse também. Mas misturada com aquela dor existia outro tipo de dor. A ausência de Lisa. Apesar da pouca idade, ela sabia que a sua avó estava a ultrapassar um momento muito doloroso. Mas nem assim Lisa apareceu, nem tampouco teve tempo para uma palavra de conforto. Eram apenas elas. Elas e a pouca família de Billy. Ela chorou a morte de Billy lado a lado com a avó! O seu pequeno coração tinha um aperto enorme, maior até que aquele que sentia nos Natais que passava sem ver os pais. Apesar da pouca idade percebia que o desgosto consumia a sua avó e esta não tinha forças para sair da cama quanto mais para a levar à escola. Sabendo da situação delas, Mima, a irmã de Billy , mudou-se para junto da cunhada e ficou com essa tarefa. Mima era a sua nova companhia e em pouco tempo amava Mima como se esta fosse realmente da sua família. Durante o tempo das aulas Mima ajudava-a a fazer as tarefas escolares e nas férias ensinava-a a cozinhar, assim como a cuidar do jardim e a limpar a casa. Mima dizia que, independentemente da situação económica, uma mulher deve saber cuidar da casa. Mima cuidou delas até que a sua querida avó abandonou este mundo e se juntou ao seu amado Billy três anos depois.
No dia seguinte, meses antes de fazer quinze anos, recebeu ordens para regressar a casa dos pais na companhia do mordomo. Durante a viagem, que fez no mais completo silêncio, ela estava consciente que não tinha perdido uma avó mas sim uma mãe.

Custou-lhe aceitar a morte da avó, ela não entendia como se podia sofrer por amor de tal forma que se perdia a vontade de viver. Mas o tempo ensinara-a da pior forma. Foram precisos alguns anos para ela perceber tudo aquilo e que existem pessoas, como a sua avó e Billy, pessoas privilegiadas que conhecem aquele tipo de amor. Um amor para a vida inteira. E a sua avó tinha amado Billy até ao último suspiro... Talvez o tivesse amado mais do que alguma vez amou o pai de Lisa, pois as suas últimas palavras foram o nome do seu amado.

- Menina Slade. - A secretária do sr. Crost chamou-a. - Pode entrar.
- Obrigada. - Isabel agradeceu antes de entrar no enorme escritório - Com licença.
- Bom dia menina... - o sr Crost consultou o papel que tinha à sua frente - Slade. Faça favor.

Enquanto caminhava para a cadeira que ele lhe indicou, observou-o. Era mais alto que ela e um pouco forte. O cabelo começava a ficar grisalho, o que a levou a pensar que não seria muito novo. Os olhos verdes e os lábios finos davam-lhe um ar aristocrático. No geral podia dizer que era um homem atractivo. Como ele continuava a ler, o que ela reconheceu como sendo o seu currículo, observou a divisão. Além de dois quadros, um dos quais contendo um diploma, nada mais tinha nas paredes. À sua frente uma estante alta repleta de pastas ocupava a maior parte da parede, do lado esquerdo da secretária as janelas ocupavam toda a parede, oferecendo uma linda vista sobre o jardim municipal. Na parede oposta, um arquivo alto e um sofá preto. Num canto uma mesa pequena com uma garrafa, que lhe parecia whisky,  um jarro de água e alguns copos, era tudo o que havia no escritório.
Olhou novamente para o sr. Crost, ainda lia o seu currículo, aquela demora em dizer algo começou a deixá-la desconfortável, além de receosa. A demora só podia querer dizer que não a considerava apta para o serviço. Mexeu-se na cadeira tentando disfarçar o seu nervosismo. O sr. Crost olhou para ela e sorriu.

- Diga-me. Porque quer este emprego?
- Porque preciso de trabalhar.
- Acho que me expressei mal. O que queria dizer, era porque quer trabalhar num armazém a repor e empacotar material, quando tem um currículo impressionante?
- O mercado de trabalho está muito complicado. - Isabel voltou a mexer-se na cadeira e resolveu ser sincera - Desde que deixei a empresa onde trabalhava, que não consigo arranjar nada permanente.
- Porque saiu de lá?
- Por motivos pessoais.
- Que prefere não comentar...
- Envolve outras pessoas, não seria apropriado.
- Mas se perguntar à sua anterior entidade patronal, ela vai confirmar isso mesmo?!
- Sim. - Isabel não via porque não o fariam, afinal quando ela se despediu certificou-se que a patroa sabia que não tinha comentado o caso com ninguém na empresa nem fora desta. - O número está anotado...
- Sim, eu conheço a empresa, temos alguns clientes em comum.
- Compreendo.

 Isabel tentou lembrar-se da P&C mas não se recordava deles, possivelmente teria sido depois da sua saída. O sr. Crost deu a volta à secretária e voltou a olhar para o currículo dela. Depois sentou-se na cadeira ao lado da dela.

- Diga-me. A sua situação actual não lhe permite aguardar duas semanas?
- Duas semanas?!
- Quero fazer-lhe uma proposta. - Olhou-a seriamente - O meu sócio chegará em breve e certamente quererá uma secretária particular. O ritmo de trabalho dele é alucinante, mas a julgar o seu currículo não terá problemas com isso.
- E o seu sócio não quererá ele mesmo escolher a pessoa com quem irá trabalhar?
- Concordo que talvez lhe queira fazer algumas perguntas, mas a meu ver é a candidata ideal. Penso que ele não vá colocar qualquer obstáculo.
- Candidata... Isso quer dizer que não posso dar por garantido o lugar, que se abdicar do trabalho no armazém posso não ser aceite pelo seu sócio e consequentemente fico sem emprego.
- Dou-lhe a minha palavra que se ele não a aceitar como secretária, eu mesmo a contrato para a central.
-  Central?!
- Receber e efectuar chamadas, aceitar encomendas, agendar a entrega das mesmas... É um trabalho solitário, no segundo piso. Não vê ninguém em todo o dia, apenas atende telefonemas.
- Aceito. - Era bem melhor que trabalhar no armazém por turnos e era um emprego seguro. - Se pretender que comece amanhã...
- Não nos precipitemos. - Ele levantou-se ao ouvir o telefone tocar  - Está a partir do principio que não vai ficar com o lugar. Peço desculpa mas tenho de atender. Vemos-nos em breve?

Sem esperar que ela respondesse, ou mesmo saísse do escritório, o sr Crost atendeu o telefone dando assim a entrevista por terminada.

A secretária levantou a cabeça dos papéis que tinha na sua frente ao ouvir os saltos dela. Isabel acenou com a cabeça e dirigiu-se aos elevadores. Mandou mensagem a Jill avisando-a que ia para casa e que falavam depois. Ela ainda não conseguia acreditar que tinha conseguido um emprego, e desta vez em algo que duraria mais que um mês. Independentemente da decisão do sócio do sr Crost, tinha um emprego, apenas tinha de esperar duas semanas...


- Vamos chegar atrasadas. - Isabel gritava da cozinha.
- Ainda é cedo. - Jill respondeu-lhe do quarto - Temos o mesmo horário, por isso...
- Jill, por favor!

 Isabel estava nervosa, não queria chegar tarde logo no primeiro dia. Recordou a conversa com o sr Crost, ele tivera a amabilidade de ligar lembrando-a que o sócio a aguardava ás nove em ponto e que se não chegasse a acordo com ele, o procurasse no escritório. Olhou o relógio novamente, passavam vinte minutos das oito!

- Jill?!
- Estou aqui... - Jill apanhou uma maçã e abriu a porta - Quantos nervos! Nem que fosses casar!
- Desculpa, mas só vou respirar de alivio quando assinar o contrato. Até lá tudo é incerto.
- Vai dar tudo certo...
- Se não ficar com este emprego nem sei que farei.
- Claro que vais ficar! - Jill sentou-se no carro da amiga que arrancou mal ela se sentou - Nada de pensamentos derrotistas. E se o sr Crost te assegurou o lugar...
- Estás esquecida que não vou trabalhar para ele?
- Não estou, mas ele é um homem de palavra. Se disse que te empregava irá fazê-lo. Quando no ano passado a empresa passou por um mau momento, ao contrário de fechar portas como todos fizeram, falou connosco, prometeu procurar uma solução que não envolvesse o despedimento de todos. E quando estávamos a pensar que íamos para o fundo de desemprego, ele anunciou que tinha vendido parte da empresa. Todos respirámos de alivio, os postos de trabalho estavam assegurados.
- Ter metade da empresa é melhor que não ter nenhuma.
- Menos de metade... - Jill deu uma dentada na maçã - Corre o rumor que vendeu bem mais de metade.
- Mas assim perde poder de decisão. O sócio pode fazer o que entender sem o consentimento dele. E não terá grande património para deixar aos filhos.
- Não me parece que o facto de deixar património seja uma preocupação para ele, não é casado.
- Não?! Pensei que fosse.
- Bom, pelo menos acho que não. Hum... estás interessada nele?!
- Não sejas parva. Apenas acho estranho, tem um certo carisma e não é feio de todo.
- Lá nisso tens razão.

 A conversa tomou um rumo mais leve descontraindo-a de tal forma, que quando se despediu de Jill e entrou no elevador ainda sorria.
A secretária do sr. Crost, que estava ao telefone, assim que a viu sair do elevador indicou-lhe uma porta que estava entreaberta. Respirou fundo, alisou a saia e bateu duas vezes na porta antes de entrar.

- Com...

Isabel não conseguiu acabar a frase, as palavras pareciam presas na sua garganta. Quando ele levantou a cabeça e os seus olhos se encontraram, os dela encheram-se de lágrimas ao mergulhar naqueles olhos ligeiramente rasgados de cor escura.

- Ji Min...

De repente as pernas dela tremeram... O homem à sua frente ficou difuso a tudo começou a andar à sua volta.

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