terça-feira, 4 de julho de 2017

O REFÚGIO 3ª PARTE



Ellen acordou com o som de algo a cair. Ao pensar que Luc podia ter desmaiado novamente, saiu da cama a correr em direcção ao quarto dele. Ao chegar junto à porta entre-aberta parou, Luc tentava alcançar algo, mas ao curvar-se voltava à posição inicial com uma expressão de dor. Sentiu pena dele, horas atrás, quando a pedido dele o deixara sozinho, parecia-lhe mais animado. Ao vê-lo repetir o gesto infrutífero entrou no quarto, olhou para o objecto que ele tentava alcançar, um haltere! Ellen agarrou-o e ficou a olhar para o objecto.

- O seu médico sabe que usa isto?!
- Claro!
- Acho melhor ...

Ellen calou-se ao ver uma mancha vermelha na perna esquerda das calças do pijama dele. Deixou o haltere no chão e ajoelhou-se junto a ele.

- Não me disse que estava ferido na perna.
- Devia?! Não sabia que tinha de te informar!
- Deixe-me ver.
- Claro que não! - Ele tentou levantar-se mas a dor obrigou-o a sentar-se novamente - Amanhã Niel vê isso.
- Está a deitar sangue, não pode esperar até amanhã!

Como ele não fez nenhum movimento, que lhe indicasse que a deixava ver o que tinha na perna, ela levantou-se e colocou as mãos nas ancas.

- Vai deixar-me ver ou terei de o obrigar?

Luc percorreu o corpo dela com o olhar, no regresso ao seu rosto olhou-a nos olhos por uns instantes e voltou a percorrer o corpo dela até parar nos seios dela.

- Acho que te devo isso, afinal nunca imaginei realizar a minha fantasia com uma enfermeira tão rapidamente. Se bem que esperava estar em condições de cooperar mais.
- Seu...

 Naquele instante Ellen tomou consciência que tinha vestida apenas a camisa de dormir, que mal lhe tapava as nádegas e que os botões se tinham aberto deixando a descoberto a parte superior dos seios.

- Ora, não me digas que te ofendi?! Não serei o primeiro doente a admitir que fantasia com uma enfermeira.
- Vocês, homens, são uns porcos chauvinistas. - Ellen voltou-lhe costas e começou a abandonar o quarto. - Nem sei porque senti pena de si.
- Não quero a tua pena!
- Já percebi. Boa noite.
- Não querias ver a minha perna?!

Ellen ainda ouviu a gargalhada dele antes de fechar a porta sentindo uma vergonha imensa, não admirava as enfermeiras deixarem-no em poucos dias! Que homem irritante! Podia ter os olhos mais lindos que ela já tinha visto, mas era insuportável. Bateu a porta do seu quarto e sentou-se na cama, depois daquilo não ia conseguir dormir, agarrou o bloco e começou a escrever o que seria o rascunho do artigo.

"Luc MacKeane, o homem com que todas as mulheres sonham, afinal não é um sonho de homem. O magnata depois de sofrer um acidente refugiou-se na sua mansão em Carlingford. A mansão apesar de sombria é bastante agradável, o mesmo não se pode dizer do proprietário. Segundo fonte segura, após um mês do misterioso acidente tivera ao seu serviço várias enfermeiras, as quais acabavam por abandonar o serviço devido à falta de educação de Luc..."


Pouco a pouco o som de uma campainha fez ouvir ao longe, sentou-se sobressaltada e a caneta caiu ao chão, assim como o bloco. Tinha adormecido a escrever! Passou a mão pela cara e foi ver o que ele queria, a meio do corredor recordou a conversa da noite anterior e regressou ao quarto para apanhar o roupão. Não queria ser alvo de um novo escrutínio tão descarado! Ao pensar no olhar dele a percorrer-lhe o corpo sentiu um arrepio na coluna. Apertou mais o cinto do roupão e empurrou a porta.

- Bom dia.
- Só se for para ti!- Luc fez uma nova careta ao mexer-se na cama. - Ontem deixaste-me sozinho.
- Se não fosse mal educado teria ficado.
- Admito que fui inconveniente, mas não estou com disposição de mostrar as minhas debilidades a mais mulheres.
- É preferível esvair-se em sangue.
- Não sejas dramática! É apenas um corte. Vocês procuram pretextos em todo o lado para fazerem papel de mãe. Pois eu não preciso de nenhuma!
- E você ainda se admira que as enfermeiras o abandonem!? Eu é que fico admirada por ficarem mais que um dia!

Olharam-se mutuamente sem desviar a vista um do outro, enquanto se avaliavam Ellen pensava que mesmo aborrecido e furioso era bonito, os olhos brilhavam quando se exaltava, o que os tornava mais escuros. Olhou para a garganta dele, a veia pulsava furiosamente, desceu o olhar até ao peito dele que subia e descia repetidamente com alguma dificuldade devido à pressão das ligaduras. Naquele instante percebeu que estava a discutir com uma pessoa em recuperação. E que não era suposto estar ali, muito menos estar preocupada com ele.

- Peço desculpa, não é assunto meu. - Ellen dirigiu-se à janela para a abrir.
- Eu é que peço. - Ele segurou-lhe a mão - Não devia de te tratar assim.
- Tocou a campainha. - Ellen olhava a mão dele, desejando que a soltasse. - Quer o pequeno almoço?
- Ainda não. Niel é o meu médico e não deve demorar. Quando chegar preferia estar a sós com ele.
- Como quiser.
- Sei que deves ficar, mas preferia que não o fizesses.
- Muito bem.

Ellen deixou-o sozinho mais uma vez, mas desta vez sentiu-se agradecida por dispensá-la. Não entendia nada de medicina, se ficasse para ajudar um médico, este depressa percebia que não era enfermeira e os dias dela ali chegavam ao fim. Mas ela não podia partir tão cedo, ainda tinha de descobrir como ele tivera o acidente e quão graves eram os ferimentos.

Depois de um duche foi preparar o tabuleiro do pequeno almoço. Procurava o leite quando se ouviu um bater metálico, que ela reconheceu como o som que a aldraba fez no dia anterior quando ela bateu na porta.

- Bom dia.
- Bom dia, vejo que conseguiu encontrar a casa.

Ellen olhava para o homem de boca aberta, ali estava o mesmo homem que a tinha deixado na estrada no dia anterior, mas com uma roupa bem mais apresentável. Ele sorriu-lhe e entrou sem qualquer cerimonia.

- Desculpe, não sei se...
- Luc espera-me, e se bem me lembro não tem o melhor humor do mundo.
- Você é Niel?!
- Sim.
- Oh, desculpe mas não sabia. Pensei que fosse...

Ele parou e olhou-a de sobrolho franzido.

- Vocês da cidade dão muita coisa como certa quando não têm certeza de nada.
- Quer que o...
- Sei o caminho, mas depois preciso de si.
- Mas o sr...

 Niel ignorou-a e Ellen seguiu-o com o olhar até ele desaparecer no fundo do corredor.

- Já vi que a simpatia é comum aos irlandeses.

Ellen murmurou sarcasticamente, enquanto pensava que desde que chegara ali não conhecera uma só pessoa que fosse amigável para com ela. Sempre imaginara que um país que acredita em fadas e duendes, as pessoas fossem mais amigáveis e simpáticas. Bem, Niel levara-a até à estrada que levava à mansão, mas não podia dizer que fosse propriamente amigável. Resolveu ir acabar de preparar o pequeno almoço e fez café para ela e para Niel. Era médico, devia de gostar de café.
Esperou algum tempo e depois dirigiu-se ao quarto para perguntar se podia servir o pequeno almoço.
À medida que se aproximava do quarto as vozes ficavam mais perceptíveis, parou perto da porta. Sabia ser errado escutar, mas aquele era um sacrifício que ela estava disposta a fazer. E como repórter devia isso aos seus leitores. Niel não parecia muito satisfeito.

- Eu disse que tinhas de ficar na cama.
- Nada prático para ir à casa de banho!
- Por isso existem utensílios próprios para o efeito.
- Não estou velho. Nem caquético!
- Não. Apenas tens um corte numa perna com vinte pontos, o omoplata fracturado e quatro costelas partidas. Pouca coisa! Podes explicar-me como abriste a sutura?
- Desmaiei. Ei... tens mais cuidado?!
- Tu é que devias de ter cuidado!

Ellen tentou espreitar pela porta do quarto mas apenas conseguia ver as calças do pijama dele no chão e Niel debruçado sobre a cama.

- Não têm verba para as anestesias?!
- O que achas que era o spray?! - Niel ironizou - Desmaiaste outra vez?
- Foi como na semana passada. Inicialmente estava bem e de repente apagou-se tudo.
- E onde estava a beleza de olhos verdes? Não é para te fazer companhia que aqui está?
- Achas que quero uma ama seca vinte quatro horas por dia?!
- Nem aquela beldade?! - Niel assobiou - Estás realmente mal. Por falar nisso, onde está?! Disse-lhe que precisava dela.
- Eu não a quero aqui.
- Luc. Tenta ser razoável. - A voz de Niel soou mais forte - Fui amigo do teu pai durante anos, e só concordei em fazeres a recuperação aqui em nome dessa amizade. Mas tens de cooperar, e isso passa por me obedeceres!
- Mais valia prenderes-me! Passo o dia na cama.
- Apenas te disse para ficares na cama porque precisas recuperar. - Neil fechou a mala - Vou procurar a beleza.
- Chama-se Ellen.


Ellen regressou o mais rápido que conseguiu à cozinha. Quando estivesse sozinha podia ordenar e assimilar aquela informação com mais cuidado. E delinear um plano para a sua estadia naquela casa. Naquele momento tinha de fazer o papel de enfermeira o melhor que conseguisse.


- Está aqui.
- Precisa de algo?
- Sim. Luc não é uma pessoa fácil mas preciso que tente ao menos convencê-lo a cooperar. Não sei o que vos ensinam na escola de enfermagem hoje em dia, mas como usar a persuasão e ter paciência não deve ser.
- Se o sr Mackeane fosse mais simpático...
- O ordenado que ele paga é mais que simpático.

 Ellen olhou para ele. Doutor ou não, era mais um homem como Jim! Niel também achava que as mulheres tinham de fazer sacrifícios em prol do ordenado. Ou que o montante em causa, era suficiente para fechar os olhos a determinadas atitudes. Pois nem ele lhe pagava nada, nem ela era esse tipo de mulher.

 - Desculpe que lhe diga, mas a minha dignidade não está à venda!
- Não disse que estava! - Niel olhou-a fixamente - Vou ser sincero consigo porque pretendo a sua cooperação. Não gosto dos súbitos desmaios, mas os exames nada revelam, resta-me concluir que o corpo ainda se está a recompor do trauma. Na semana passada saiu sozinho e desmaiou no jardim. A enfermeira apenas notou a falta dele quando lhe foi dar a medicação e não estava na cama. Resultado, ele fez um corte ao longo do músculo e ela foi dispensada no dia seguinte.
- Se tiver em conta o que ele diz ás pessoas...
- Diga ele o que disser nada justifica que se abandone um doente! Dei-lhe ordens precisas para o vigiar, nem que fosse à distância, e não notar a falta dele apenas ao anoitecer!
- O que sugere que faça quando ele insiste em estar sozinho?!
- Faça o que quiser. Desde que não o deixe sozinho.
- Ou seja somos dois prisioneiros!
- Claro que não! Ele pode sair do quarto, desde que se movimente com cuidado, para não voltar a abrir a sutura. Nada de passeios longos nem fazer pressão na perna, mas pode ir até à sala ou ao jardim. - Niel forçou um sorriso - Não pertence à minha clínica mas já percebi que se preocupa com ele. Por isso lhe pergunto, posso contar consigo?
- Sim.

 Ellen olhou para Niel, preocupou-se quando viu o sangue, mas não era isso que a fazia aguentar o mau humor de Luc MacKeane. Tinha um trabalho a fazer, e se queria escrever aquele artigo não era boa ideia comprar uma inimizade com nenhum dos dois. Nem levantar suspeitas! Sorriu e estendeu-lhe uma chávena de café. Pouco depois agarrou o tabuleiro com o pequeno almoço de Luc e dirigiu-se ao quarto consciente que Niel a seguia com o olhar.

- Quando vai chegar a outra?
- Outra?! - Ellen colocou o tabuleiro na mesa junto à cama.
- A nova enfermeira. Niel foi procurar-te e não regressou, o que quer dizer que pediste para te substituírem.
- Deixe-me informá-lo que se enganou.
- Vais ficar?! Pensei que ias fugir.
- Não me assusto facilmente.
- Teremos oportunidade para confirmar isso.

 Luc bebeu um pouco de café sem deixar de a olhar o que a incomodou ligeiramente. Recordou como Jim olhava para ela enquanto se vestia, fê-lo muitas vezes, mas nunca daquela forma tão intensa. Fingia preparar a medicação dele quando a porta do quarto se abriu.

- Não adianta reclamares, ou usas isto, ou ficas na cama. Tu decides.

Niel deixou uma cadeira de rodas junto à cama e ficou à espera de uma reacção dele.

- Se Ellen me ajudar não preciso...
- Não pretendes que Ellen carregue contigo até ao jardim!
- Se eu...
- Santa paciência! - Niel esticou um dedo ameaçador na direcção dele - Se voltares a abrir a sutura vais para a clínica!

Niel saiu sem esperar resposta e Ellen esperou que ele começasse a dizer algum tipo de impropérios, mas tal não aconteceu. Luc continuou a tomar o pequeno almoço como se Niel não tivesse ameaçado em interná-lo.

- Se pretender sair do quarto diga. - Ellen retirou o tabuleiro - Vou só deixar isto na cozinha, não demoro.
- Vais regressar?!
- Claro. Não pretendo deixá-lo sozinho.
- Agora virei criança!?
- Não virou, acho que nunca cresceu!

Ellen deixou-o sozinho enquanto colocou a loiça na máquina e procurou na sua mala uns livros de passatempos que tinha levado para a viagem. Quando regressou ao quarto ele estava sentado na cama a olhar pela janela.

- Por instantes alimentei a ilusão que me deixavas sozinho.
- Não adianta falar comigo assim, não vai demover-me. Por isso é melhor mentalizar-se que me terá aqui a seu lado.


Por uns instantes Luc olhou-a sem dizer nada, depois fechou os olhos e recostou-se na almofada. Ellen sorriu e sentou-se na cadeira junto à janela. Ellen começou a fazer os passatempos.

- Isso é interessante?
- Desculpe?! - Ellen fingiu não o ouvir.
- Se isso é interessante! Nunca vi utilidade nessas revistas.
- Não pretendem ter utilidade, apenas ajudar a passar o tempo.
- Muito bem. Diz lá a ver se consigo resolver alguma.
- Não é para responder, é sudoku.
- Gostas disso?!
- É relaxante e bom para exercitar a memória.
- Eu não gosto desses jogos modernos!
- O sudoku é bem antigo. Segundo sei e contrariando a ideia, o sudoku não teve a sua origem no Japão mas sim nos estados Unidos. O jogo foi projectado por Howard Garns, um arquitecto aposentado de 74 anos de idade e construtor independente de puzzles. As primeiras publicações do sudoku ocorreram nos Estados Unidos no final dos anos 1970. Se bem que foi mais apreciado no Japão, daí as pessoas terem a ideia de que é original de lá.
- Assimilei a informação. Agora, e já que insistes em ficar aqui, mostra isso.

Ellen puxou a cadeira e sentou-se junto à cama mas Luc não conseguia ver o livro.

- Se te sentares na cama talvez consiga ver algo sem partir o resto das costelas.
- Podemos fazer outra coisa. - Ellen evitou o olhar dele.
- Nunca te sentaste na cama de um doente?!
- Não é muito ético!
- Acho que ninguém vai apresentar queixa.

 Ela olhou para ele indecisa, mas acabou por ceder e sentou-se na cama do lado esquerdo dele. O seu braço tocou no dele e sentiu como o calor se dispersava pelo seu corpo pouco a pouco. Tentou concentrar-se no passatempo e não dar importância ao formigueiro que se instalou no seu estômago. Uma hora depois Ellen terminava o último sudoku daquela revista.

- Pensei que não soubesse.
- Nunca fiz nenhum. - Luc mexeu-se na cama quando ela saiu - É matemática básica.
- Sim, é bastante simples quando se percebe a lógica. - Ellen deitou a revista no lixo - O que lhe apetece para o almoço?
- Qualquer coisa.
- Quer comer aqui?
- Acho melhor ficar por aqui mesmo. Amanhã tentamos ir até lá fora.

Luc recostou-se na almofada e fechou os olhos. Quando Ellen regressou com o almoço ainda estava de olhos fechados. Comeu pouco e depois de tomar a medicação pediu-lhe para fechar a janela pois sentia-se um pouco cansado.
Ellen fez o que lhe pediu e aproveitou a tarde para escrever um pouco mais do seu artigo.

" Luc, parece ter sido abandonado pela sorte. Após o acidente que lhe fracturou as costelas e o omoplata acabou por cair no jardim da sua mansão...!

Permaneceu no quarto a rever as notas que tinha sobre ele, fazendo apenas paragens periódicas para ver como ele estava. Quando olhou para a janela percebeu que estava a anoitecer, arrumou as suas coisas e foi ver como ele estava.
Confirmou, mais uma vez, que permanecia deitado, abriu a janela um pouco para o despertar.

- Sr. MacKeane?! Está na hora da medicação.
- Deixa-me dormir.

Ellen tocou o braço dele, mas assim que lhe tocou retirou a mão! Estava a arder em febre!

- Está com febre!
- Sim!?
- Como falo com o doutor?
- Está de férias.
- Mas esteve aqui esta manhã.

Ellen olhou para ele, insistia em fechar os olhos. Levou a mão à testa dele. Estava muito quente, que fazia?! Precisava de falar cm Niel, mas como?! O telemóvel dela não tinha rede ali e ainda não tinha visto um único telefone! Mas alguma forma ele tinha de comunicar com a vila! Depois procurava o bendito telefone, por agora teria de resolver sozinha aquela situação ou depressa seria descoberta se Niel soubesse que não sabia que fazer. Procurou nos medicamentos dele algo que lhe pudesse baixar a febre. Apenas encontrou antinflamatórios e o antibiótico que ele já tinha tomado. Precisava de um antipirético, ou outra coisa que ajudasse a baixar a febre.
Lembrou-se que tinha comprado uma caixa. Correu para o quarto e procurou na mala. Regressou o mais rápido que pode e deu-lhe o comprimido. Ficou sentada na cama a olhar para ele, levando a mão à testa dele vezes sem fim, até que percebeu o ridículo da situação e se sentou-se no cadeirão junto à cama.
Uma hora depois voltou a colocar a mão na testa dele, respirou de alivio ao notar que estava mais fresco. Sentou-se no cadeirão e fechou os olhos, podia descansar um pouco, apenas o suficiente para recuperar energias.

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