sábado, 22 de julho de 2017

O REFÚGIO 9ª PARTE



Ellen olhava para Gwen. Embora a amiga estivesse num estado de total euforia, ela não conseguia prestar atenção ao que esta dizia.
Gwen tinha telefonado no dia anterior para a convidar para um café, e apesar da sua vontade em ficar na cama e só sair de lá quando esquecesse Luc, acabou por concordar.

Depois de felicitar Gwen pela gravidez, e enquanto esta falava sem parar sobre as coisas que pretendia comprar para o bebé, Ellen apenas sorria sem prestar grande atenção. Por muito entusiasmo que Gwen colocasse, ela perdia-se constantemente no que fora a sua vida desde que deixara Luc.

Tinham passado duas semanas desde que deixara a redacção, e há quase um mês que não via Luc. Nesse espaço de tempo, os dias tornaram-se intermináveis e as noites frias e solitárias, onde as lágrimas eram a sua única companhia. Lágrimas que não aliviavam a saudade, nem a dor que lhe oprimia o peito, chegando a pensar que ia enlouquecer de dor. Se ao menos tivesse um trabalho para se ocupar, talvez não pensasse constantemente em Luc.
Na tentativa de aliviar as saudades, passava os dias percorrendo sites, na esperança de encontrar alguma novidade sobre ele e enquanto o fazia o seu coração disparava com a possibilidade de...


- Que dizes?!
- Desculpa. - Ellen olhou envergonhada para a chávena de café.

Gwen olhou para ela com o sobrolho franzido e bebeu o resto do café sem deixar de a olhar. Colocou a chávena na mesa e sorriu-lhe.

- Não queres contar-me o que se passa?!
- Não é nada.
- Conheço esse olhar. Por muito corretor que uses, não consegues enganar-me. - Gwen segurou a mão dela - Sei reconhecer os sintomas de noites sem dormir. Não te vou pressionar, apenas quero que saibas que se precisares de um ombro amigo podes contar comigo.
- Obrigada. É apenas esta situação. Não consigo arranjar emprego e começo a ficar desesperada.
- É só isso?! - Gwen rodou o anel na mão dela - Não será porque sentes falta de Jim?
- De Jim?!

 Ellen olhou para a sua mão, o anel que Jim lhe dera ainda estava no seu dedo. Era normal que Gwen pensasse que tinha saudade dele.

- Uso-o à tanto tempo que me esqueci de o tirar.
- Vamos-nos acomodando...
- É mais ou menos isso.

Ellen tirou o anel e, sem qualquer emoção, atirou-o para dentro da mala. Gwen sorriu ligeiramente.

- Como sempre desejei vingar-me pelo que me fizeram, nunca te perguntei porque me fizeste aquela proposta para o denunciarmos. No início pensei que estavas furiosa com ele, porque te obrigou a ir para a Irlanda. - Gwen sorriu amargamente ao ver o olhar de espanto dela - Sim, depois de tu partires toda a redacção soube. Jim nunca foi muito diplomático! Numa reunião ele disse que tinha tratado de tudo e dias depois espalhou-se a noticia que tinhas ido... Bem, foi só juntar dois mais dois. Todos sabíamos o que iria acontecer. Era questão de dias até voltares com a entrevista do século. - Gwen encolheu os ombros - Depois disso Jim estaria nas boas graças dos directores.
- Mas não foi assim. - Ellen engoliu em seco tentando controlar as lágrimas ao recordar as noites com Luc.
- Não... Enfrentaste-o e agora estás a pagar por isso. Sem emprego e sem o teu amor... É muito complicado amar uma pessoa como Jim. - Gwen deu-lhe uma palmadinha na mão - Mas vais ver, vai passar.
- Sim, vai. Principalmente porque não amo Jim.
- Não?! - Gwen olhou para ela admirada.
- Não. Estou apenas preocupada porque, graças a ele, não consigo encontrar emprego - Ellen mentiu e tentou sorrir - Mas vamos esquecer Jim. Diz-me, que perguntaste?

Gwen olhou para ela nos olhos e depois formou um sorriso.

- Bem, queríamos saber se aceitas ser madrinha do nosso bebé!
- Seria uma honra!
- Sério que aceitas?!
- Claro. Embora não possa ser uma grande madrinha a nível monetário.
- Oh isso não me preocupa. Oh Deus! Aceitaste!
- Mas porque choras?! - Ellen segurou a mão da amiga.
- Estas hormonas... Pensei que não aceitasses.
- Porque não?! Mas como madrinha vou querer estar com ele e levá-lo a passear aos domingos...

Quando Ellen regressou ao apartamento sentia-se mais animada. Aquele bebé iria ajudá-la a esquecer Luc.
Passou a tarde a ver roupinhas para bebé no computador, e decidiu que no dia seguinte iria ao centro comercial ver as montras. A sua "pesquisa" evitou que pensasse em Luc durante umas horas, mas não evitou que sonhasse com ele e com um bebé de olhos lindos como os dele. Acordou com o coração a bater descompassado.
Sem conseguir conciliar o sono tomou banho e decidiu ir a pé até ao centro comercial. Era meia hora de caminho, mas a manhã estava fresca e o exercício físico iria ajudá-la a clarear as ideias.

Olhava uma caminha de bebé na montra quando sentiu uma mão no ombro.

- Ellen?! Ellen Martin?!

Ellen voltou-se ao reconhecer a voz que não ouvia à mais de sete anos.

- Edson!
- Os anos não passam por ti. Estás linda!
- Não digas disparates. Estou um farrapo.
- Disparates dizes tu.

Ellen aceitou o abraço dele e ao sentir o calor dele, não conseguiu controlar as lágrimas ao recordar outro abraço.

- Mas que se passa?! -  Edson segurou-a pelos ombros - Estás bem?!
- Sim. Não... Oh Deus que faço?!
- Para começar vamos sair daqui. Depois vemos que fazer.

Pouco depois estavam sentados num carro no parque de estacionamento do centro comercial. Ellen chorou até à exaustão e depois contou a Edson sobre Luc e principalmente sobre Jim.

- Esse canalha... Como pode propor algo assim?!
- Jim não olha a meios para conseguir uma boa história.
- Então que vá ele à procura dela.
- Ele agora é o chefe. A nós apenas nos resta obedecer, se quisermos ter emprego.
- Ainda bem que o denunciaram!
- Sim... - Ellen limpou as lágrimas - Mas pelos vistos nunca serei uma repórter de renome.
- Existem outras coisas.
- Sim...

Ellen calou-se a olhar os ténis sem saber o que lhe reservava o futuro. Olhou disfarçadamente para Edson, ele tinha sido seu colega de escola, e apesar da distância e dos anos, permanecia a mesma pessoa afável. Ele tivera uma paixoneta por ela, que não fora correspondida.  Porque não podia amar alguém como ele?! Não tinha o porte atlético de Luc, nem o cabelo farto e os olhos que brilhavam de desejo ao vê-la, mas era carinhoso e podia confiar nele.

- Estás grávida?
- Eu?! - Ellen surpreendeu-se com a pergunta.
- Estavas a ver as camas de bebé.
- Isso! É para o meu afilhado.
- Nesse caso. - Edson olhou o relógio - Tenho de ir comprar uma prenda, se quiseres companhia...
- Agradeço... Podemos beber um café e recordar velhos tempos. Quero saber o que tens feito.
- Combinado. Desde que me ajudes numa situação.
- Uma situação...
- Juro que não preciso saltar o muro da igreja.

Ellen riu ao recordar o dia em que Edson fugiu da catequese, para se encontrar com Lya e rasgara as calças ao subir  o muro...

- Nesse caso diz.
- Preciso de companhia para um baile de beneficência.
- Tu num baile?!
- Agora sou um homem renovado. Bem, não tanto, mas estou comprometido e com a missão de representar a família da noiva nesse mesmo baile.
- Noivo?! Ui...temos mesmo de conversar.

Ellen agarrou o braço que ele lhe deu e voltaram para o centro comercial. Depois de percorrerem as lojas de bebés e de comprar algumas roupinhas, Edson levou-a a casa onde jantaram e recordaram os dias onde as preocupações não faziam parte das suas vidas.
Quando Edson deixou o apartamento, quase de madrugada, ela sentia-se mais animada. Ao fechar a porta lembrou-se que fazia muito tempo que não se divertia assim.


Ellen acordou com o toque insistente da campainha. Vestiu um roupão e meio ensonada foi abrir a porta. Edson entrou com um saco de papel cheirando divinamente a pão acabado de sair do forno.

- Espero que tenhas fome.
- Acabei de me levantar. - Ellen bocejou.
- Já reparei. Vai tomar um duche enquanto preparo o pequeno almoço porque temos de sair. Isto se ainda estiveres interessada em arranjar emprego.
- Se estou interessada?! Dá-me cinco minutos.
- Só?! Quero ver isso.

Ellen tomou um duche o mais rápido que conseguiu e juntou-se a Edson que já tomava o pequeno almoço.

- Demoraste demais.
- Cinco minutos. - Ellen olhou o relógio na parede. - Bem, dez. Tenho tempo para comer?
- Sim. - Edson encostou-se à bancada - Ontem depois de te deixar, falei com Penny, a minha noiva, um dia tens de a conhecer. Ela recordou que a dona do espaço que vai dar o baile, precisa de uma pessoa por alguns meses. Pensei que podias estar interessada. Não é nada demais, acho que são apenas questões de secretariado e assim.
- Isso seria fabuloso!
- Não é jornalismo, mas já é algo.
- Obrigada! - Ellen abraçou-o - Como te posso agradecer ?!
- Uma boa refeição resolve essa questão.
- Combinado. Jantamos logo.
- Logo não posso. Almoço no sábado?! Ou precisas do dia todo para te arranjares?
- Claro que não. Duas horas é mais que suficiente.
- Fantástico. - Edson deixou a chávena na mesa - Quando estiveres pronta.



Quando Edson parou o carro junto ao abrigo para animais, ela olhou para ele sem entender. Ela tinha feito uma reportagem ali e até era madrinha de um gato. Ele devia de ter esquecido o seu pavor, ela nunca conseguiria trabalhar num local cheio de cães!

A dona do abrigo, Amelie,  recordava-se bem dela e mostrou-se bastante amistosa e compreensiva com a situação em que se encontrava.
Pouco depois de entrarem no escritório Amelie pediu a Edson que as deixasse a sós para discutirem certas questões. Este olhou para elas desconfiado, mas acabou por sair. Amelie abriu uma gaveta e tirou uma agenda, começando a folheá-la como se ela ali não estivesse. Depois fechou-a e olhou para ela.

- Vou ser directa. O emprego depende da resposta que me deres. Apenas te peço que sejas sincera.
- Claro. - Ellen mexeu-se na cadeira ligeiramente incomodada.
- Sei o que se passou. - Amelie levantou a mão ao ver que ela ia falar - Não quero detalhes, apenas quero saber porque deixaste a redacção.
- Porque me sentia desconfortável com certas situações.
- Desconfortável... Isso diz respeito a algo em particular?!
- Amelie. - Ellen levantou-se - Agradeço imenso a sua disponibilidade para me ajudar, mas se para ficar com o emprego tiver de revelar detalhes que não são apenas meus, prefiro...
- Não. - Amelie sorriu - Não precisas de dizer nada mais. O emprego é teu.

Três horas depois Ellen apertava a mão de Amelie. Começaria após o baile, na semana seguinte, pois a secretária desta estava de licença de maternidade. Amelie precisava de alguém por uns quatro a cinco meses, o que lhe dava tempo de procurar algo mais permanente.


Ellen enrolou-se na toalha ao sair do duche e olhou o seu reflexo no espelho. Os comprimidos que comprara na farmácia, a conselho de Edson, ajudaram-na a dormir e em resultado disso as olheiras estavam menos vincadas. Bastava um pouco de base para dissimular o que restava delas. Secou o cabelo e com a ajuda de uma escova, prendeu o cabelo num elegante coque. Ao sentir a toalha deslizar pelo corpo recordou as mãos de Luc percorrendo o corpo dela, fechou os olhos e obrigou-se a pensar em Edson, que não tardaria a chegar, e no baile. Acabou de se limpar e vestiu a roupa interior, olhou para o vestido que tinha escolhido para essa noite. Algo simples mas elegante, pois queria causar boa impressão. E aquele vestido causava isso, sem esquecer que era confortável o suficiente para trabalhar se fosse preciso. Pois quando se despediram Amelie colocou a hipótese de precisar dela, e perguntou-lhe se nesse caso, ela estaria disposta a ajudar. Visto ter aceite, acabou por escolher um vestido azul marinho, não demasiado justo que terminava nos joelhos, com decote barco que deixava parte das costas a descoberto. Optou por umas sandálias de salto, que usava com alguma regularidade, e que sabia poder andar com elas sem ter vontade de as tirar. Quando estava a terminar de se maquilhar tocaram à campainha.


 Ellen sorriu ao ver Edson. Estava elegante, o fato preto e a camisa branca davam-lhe um ar distinto, não se recordava de ver o amigo assim tão elegante.

- Entra.
- Estás linda. Bem, mais linda que o normal.
- Obrigada. Tu também estás muito bonito. Bonito e elegante!
- Agradecido menina! - Edson fez um vénia teatral - Dormiste melhor?
- Sim. Os comprimidos ajudaram-me imenso.
- Ainda bem. Penny, diz que fazem milagres.
- Agradece-lhe por mim.
- Assim farei. Estás pronta?! Não quero chegar atrasado.
- Deixa-me só apanhar um casaco.

Durante o trajecto Edson falou-lhe de Penny, de como a conheceu na praia e da forma como se apaixonou perdidamente por ela. Do medo que sentiu ao descobrir que o pai dela era o dono da cadeia de hotéis que estavam ao correr da praia. Da forma como o receberam carinhosamente e de como ela ficou aborrecida por não poder estar presente no baile. Uma forte gripe tinha-a atirado para a cama e estava complicado recuperar. Daí ter-lhe pedido a ele, como noivo, para representar a família e entregar o cheque.

- Acho louvável esta iniciativa, mas não seria melhor ajudarem primeiro as pessoas?
- Como assim?!  - Edson olhou para ela de soslaio.
- Com tanta criança e não só, a passar dificuldades, porque ajudar cães e gatos?! Não que não mereçam os cuidados necessários!
- Mas... não entendo. Não tinhas dito que entrevistaste Amelie?
- Sim. À alguns anos.
- Então é por isso. - Edson fez uma pausa - Não sei precisar bem quando começou esta iniciativa mas ela mudou à alguns anos. A ideia original era ajudar os animais abandonados, mas depois mudou. Agora faz-se o leilão para se arranjar um lar para os animais mas o dinheiro final reverte para uma instituição. Se não quiseres adoptar o animal, podes doar uma verba inicial e apadrinhá-lo. Nesse caso ele fica no abrigo e podes visitá-lo sempre que quiseres.
- Isso eu sei. Apadrinhei um gato.
- Basicamente é isso. Podes ajudar de várias formas. Doar directamente sem adoptar, adoptar um animal e o valor reverte para a instituição ou podes apadrinhar por uma verba inicial. É como se estivessem a vender um cão ou gato por uma barbaridade, mas esse dinheiro é usado para ajudar outras pessoas.
- Não sabia.
- Se bem que ache que eles gostam de vir e competir entre eles, mostrar qual tem mais dinheiro. Sem esquecer que aproveitam para mostrar as amantes ou as mulheres demasiado novas para eles...
- Tu és terrível!
- Não... Sou realista!


Edson estacionou o carro e um jovem abriu a porta de Ellen e ajudou-a a sair do carro. Ellen esperou que Edson se juntasse a ela e depois de passar a mão pelo braço dele entraram.

A sala estava decorada com alguns balões e arranjos de flores estrategicamente colocados pelas mesas, que estavam encostadas a uma parede com as mais variadas iguarias. Alguns jovens serviam bebidas entre os convidados.
 Ellen observou os casais que conversavam pelo espaço, enquanto outros dançavam. A música estava num tom que permitia, tanto o baile como o convívio entre os convidados.
Amelie dirigiu-se a eles sorrindo e depois de os cumprimentar, arrastou Edson para o apresentar a uma pessoa. Ellen observou as restantes pessoas e percebeu que Edson tinha razão. A maioria deles pareciam vir acompanhados das filhas e não das mulheres. Um deles sorriu para ela e baixou a cabeça ligeiramente. Ellen sorriu e dissimuladamente começou a procurar Edson ou Amelie por entre as pessoas.
Nesse instante um senhor de cabelo grisalho segurou-lhe o braço e arrastou-a para o meio das pessoas que dançavam.

- Espero que desculpe a ousadia. Mas uma mulher tão bonita não espera por homem nenhum, faz-se esperar.
- Obrigada. - Ellen sentiu-se envergonhada com o à vontade do desconhecido.
- Minha cara, não agradeça um elogio quando ele é verdadeiro. Muito menos vindo de um velho como eu.
- Não é assim tão velho!
- Acha?!

Ellen abriu muito os olhos quando sentiu que ele a apertava com mais força.

- Estás aqui! - Edson colocou a mão no braço dela - Peço desculpa mas a menina está acompanhada.
- Então sugiro que não a deixe sozinha!

Ellen conteve o riso ao ver a forma como ele batia os calcanhares e baixava a cabeça antes de se afastar.

- Ainda saís daqui com um marido rico.
- Assim parece.
- Pelo menos acabavam-se alguns dos teus problemas.
- E recomeçavam outros.
- Olha que ele podia fechar os olhos a muita coisa. - Edson apertou-a junto a ele quando a música mudou para algo mais calmo e segredou-lhe ao ouvido - Dizem as más línguas, se o repetires vou negar tudo, que ele casou com uma jovem de vinte anos e durante os dois anos que durou o casamento deixou-a fazer de tudo. Desde cruzeiros a fins de semana em estâncias de esqui. Férias nas ilhas baleares, com direito a cartão sem limite de crédito e até fechou os olhos a um ou outro cavalheiro, que acompanhou a esposa a casa. Mas no ano passado, assim sem mais, deu-lhe o divorcio. Ah, e ainda paga uma boa pensão.
- O que correu mal?!
- Cansou-se dela.
- Cansou-se?!
- Sim...

Imaginar aquele homem, de idade avançada, a cansar-se de uma jovem de vinte anos, levou-a a rir. Tentando dissimular a indiscrição, encostou a cabeça no peito de Edson. Quando a música parou ela levantou a vista ainda sorrindo, mas o seu sorriso desapareceu quando o seu olhar se cruzou com outro que ela conhecia demasiado bem e que lhe atormentava as noites. Tentou fingir indiferença e sair dali apoiada em Edson, mas o seu corpo não obedecia, permaneceu no mesmo local, sentindo o olhar dele, frio como gelo congelando o seu coração.

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