sábado, 6 de janeiro de 2018
ENCONTROS AZARADOS 8ª PARTE
Caterine abriu os olhos ao perceber que todo o seu corpo tremia. Um rosto masculino sorriu para ela.
- Não se preocupe, não demoramos a chegar ao hospital.
- Hospital!? - Caterine tentou levantar-se mas o homem não lho permitiu.
- Não se levante. Foi uma boa queda.
- Queda!? - Ao tentar apoiar o braço soltou um grito de dor.
- Aparentemente está partido.
- Partido?
- Na melhor das hipóteses.
- Tem a certeza?
- Quase, mas o doutor irá confirmar.
Caterine viu o homem agarrar numa espécie de pasta e levantar-se. Pouco depois era retirada da ambulância e transportada pelos corredores do hospital. Enquanto os rostos se voltavam ao ouvir o barulho da maca tentou recordar o ocorrido.
Descobrira abruptamente que Jess e Nathan, ou Harry, eram irmãos! Entre o turbilhão de sentimentos confusos que sentiu, o que mais sobressaía era o de ser enganada. Principalmente quando Nathan a fixou.
Naquele momento apenas queria sair da loja. Recordava ouvir Jess dizer o seu nome, mas continuou a andar. Passava junto à pastelaria quando uma voz gritou "cuidado"! Voltou-se e por breves instantes conseguiu ver uma bola no ar mas de repente tudo ficou negro.
- Ora vamos ver que temos aqui. - Um médico aproximou-se da maca - Parece que sofreu um pequeno acidente.
- Assim parece.
- Vai fazer um rx e depois voltamos a falar.
O médico olhou para ela fixamente e depois para os seus peitos e voltou a fixar o olhar no dela enquanto sorria. Caterine sentiu o rosto ficar vermelho. Que descarado! No mínimo podia ser mais discreto!
- Consegue andar?!
- Claro que sim! - Caterine estava furiosa com o descaramento dele - Não tenho nada nas pernas.
- Perdeu os sentidos.
- E que tem isso a ver?!
- Chamou?! - Uma enfermeira abriu a cortina nesse instante.
- Acompanhe esta menina para fazer um rx e tire uma amostra de sangue.
- Com certeza. - A enfermeira segurou-lhe o braço delicadamente - Vamos?!
- E depois acompanhe a menina até ao meu consultório.
- Sim doutor.
Caterine seguiu a enfermeira pelo corredor, ao passar junto às portas que davam para a sala de espera, viu Jess e Nathan. Sentindo os olhos ficarem húmidos desejou que desistissem e fossem para casa. Não queria falar com nenhum!
Depois de retirar sangue e de fazer o rx esperou no consultório. Enquanto esperava pelo médico pensava no que iria dizer a Jess? A Nathan sabia o que lhe diria, mas a Jess?! Era sua sócia! Tinham um negócio juntas e estava a tratar da festa dos Macgreen. Não podia deixar o trabalho assim tão facilmente, não enquanto...
- Parabéns! Tem uma simples fractura.
Caterine olhou atónita para o médico. Parabéns?! Mas que raio de médico dá os parabéns a uma pessoa que partiu o braço?!
- Desculpe?! - Caterine não se conteve - Está a brincar comigo!
- Podia ser pior. Não se preocupe, em trinta dias estará recuperada.
- Trinta dias?!
- Se fosse exposta seria muito pior ou se fosse dupla. Agora não se mexa. Vai sentir um certo desconforto mas terá de aguentar.
- Desconforto?!
Caterine mordeu o lábio ao sentir uma dor lacerante percorrer-lhe o braço enquanto o médico lhe colocava uma ligadura. Poucos minutos depois tinha o braço imobilizado e o médico prescrevia uns analgésicos, "caso tivesse necessidade". Caso?! Se não tivesse tanta dor teria dado uma gargalhada!
- Com licença. - Uma enfermeira entrou no consultório - Posso mandar entrar o casal que acompanhou a menina?
- Eu não sei...
- Ainda não. - O médico interrompeu-a - Mais alguns minutos.
- Ainda não acabou? - Caterine olhou para ele.
O médico não respondeu imediatamente, continuou a fixar o computador por alguns segundos.
- O pai é o homem que a acompanhou?!
- O pai?! O pai de quem?! Não estou a...
Caterine calou-se ao perceber o que insinuava o médico. Grávida! Estava grávida! Não podia. Era impossível! Impossível talvez não, mas no mínimo improvável !
Por motivos de saúde não tomava a pílula, mas usava o método do calendário e fizera muito bem as contas. Com a menstruação regular como a dela eram contas bastante simples de fazer e sem erro! Além do mais sempre funcionara com Barry. Porque falharia com Nathan?! Tinha de haver um erro em algum lado!
- Tem a certeza?
- Agora sim. - O médico sorriu e fixou novamente o olhar nos peitos dela- Quando vi os seus peitos suspeitei. Peço imensa desculpa se a deixo desconfortável. Não é minha intenção. Daí pedir as análises - Ele sorriu e olhou-a nos olhos - A minha mulher está grávida de quatro meses e também tem os peitos assim. Talvez um pouco maiores. - Ele colocou as mãos num gesto algo exagerado tentando imitar o tamanho - Por muito bem proporcionado que seja o peito de uma mulher existem características inconfundíveis.
- Estou grávida...
- Sim, de semanas. No máximo um mês.
- Não pode ser.
- Pelo que vejo não é desejado.
- Sim... Não... Não estava à espera.
- Talvez fosse boa ideia falar com o pai. Decidir o que fazer.
- Sim, talvez.
- Tome. - Ele estendeu-lhe um papel - É o número do obstetra da minha mulher. Se precisar falar, esclarecer alguma dúvida. O que for necessário. Vou ligar-lhe para o caso de querer ir falar com ele.
- Obrigada.
Ao chegar ao corredor um enfermeira ofereceu-se para a acompanhar, sorriu-lhe e depois de agradecer disse que iria sozinha. Mas não se juntou a Jess e a Nathan. Precisava estar sozinha, pensar no que fazer.
Apanhou um táxi para casa. Casa... Como ia fazer as mudanças grávida e com o braço partido?! Grávida! Ainda não estava em si. Tinha de ponderar as hipóteses. Embora gostasse de crianças não pensava ser mãe tão cedo. Ter aquela criança era um revés na sua vida. Teria de abrandar o ritmo de trabalho. Reestruturar a sua vida, alterar a casa... Uma volta de cento e oitenta graus! Mas se pretendesse ter aquela criança fazia questão de o educar sozinha.
O que lhe acrescia outro problema. Nathan! Como reagiria ao descobrir que ia ser pai? E que não queria nada dele!? Nem a presença!? Independentemente do que pensava e sentia, não podia trazer aquela criança ao mundo sem lhe dizer. Sorriu tristemente. Apesar dos anos volvidos estava a seguir os mesmos passos da sua mãe. Estava a reviver...
Os pensamentos dela foram interrompidos pelo toque insistente da campainha. Devia ser Jess e Nathan. Ficou em silêncio olhando a porta, pouco depois as vozes abafadas confirmaram o que ela suspeitava. Ficou no sofá ignorando o toque da campainha até que ouviu os passos afastarem-se.
Agarrou a almofada e chorou como há muito tempo não fazia. Amaldiçoando a sua sorte.
Assim como Barry, Nathan também a tinha enganado. Apenas tinham objectivos diferentes. Barry pretendia dinheiro, Nathan uma forma de se aproximar de Jess.
E ela como idiota apaixonara-se por ele sem perceber o que se passava!
Ao tomar consciência do que sentia por ele as lágrimas aumentaram.
Apaixonara-se por um homem que não existia! No fundo Nathan era imaginação sua, o homem que realmente existia era Harry. O homem preconceituoso, que deixara de falar com a única irmã que tinha porque não concordava com a forma de vida dela. O homem que odiava só de saber o muito que fizera Jess sofrer. O homem que ia ser pai do seu filho.
Caterine acordou com uma pontada no braço. Olhou em redor, adormecera no sofá! Sentou-se e ligou a televisão. O pivô lia as manchetes diárias...
" Onda de assaltos aumentou drasticamente" "Trabalhadores entram em greve" " Aumenta o número de abortos" " Liverpool é...
Caterine deixou de ouvir o pivô. Aborto... Sim, era uma hipótese. Muitas mulheres o fazem. Porque não poderia ela ao menos ponderar isso como resposta aos seus problemas?!
Dois dias depois regressou ao escritório. Durante esses dias Jess tinha entupido a sua caixa de mensagens alegando estar preocupada com ela. Enquanto Nathan insistia em telefonar, obrigando-a a desligar o telemóvel.
Passou no escritório de Jess mas esta ainda não tinha chegado. Decidida a retomar a sua vida, nem que fosse por um breve período, entrou no seu escritório e começou a trabalhar mas depressa percebeu que a simples tarefa de escrever no teclado era ridiculamente complicada. Não poderia trabalhar, não com o braço engessado! Ligou para o hospital e depois de esclarecer a situação conseguiu uma consulta para o fim do dia.
Tinha o telemóvel na mão quando a porta do escritório se abriu.
- Podes explicar porque não respondes às minhas mensagens? - Jess entrou como sempre, falando aos gritos - Imaginas o preocupada que estava?! Que estávamos?! Harry também...
- Não era minha intenção preocupar-te. - Caterine deixou o telemóvel em cima da mesa - Pensei, e tentei, trabalhar. Como podes confirmar. E não é assim tão simples como eu imaginei. Por isso,por muito que me custe, vou meter baixa.
- E vais falar com o meu irmão?
- Não vejo porque. Vocês estão bem. Isso é tudo o que interessa. - Caterine fechou os olhos ao sentir um nó na garganta. - O meu computador está desbloqueado, vou falar com Lori para que ela continue o trabalho. Ainda está no início, penso que será fácil para ela retomar ou se pretender alterar algo ainda tem tempo.
- E Harry?
- Vou aproveitar estes dias para tratar de uns assuntos que fui adiando e talvez vá de férias uns dias.
- Caterine...
- Até à vista.
- Vais regressar?
Caterine olhou para Jess. Iria regressar?! Se tivesse que decidir naquele momento, diria-lhe que não, que a possibilidade de ver Nathan a deixava de coração desfeito mas não isso seria justo para com ela. Tinham um negócio juntas e mesmo que não pretendesse ver Nathan, tinha de pensar seriamente no seu negócio.
- Sim, claro que sim.
Lágrimas silenciosas escorriam pelo seu rosto enquanto abandonava o edifício. Chamou um táxi e ligou a Lori. Depois de evitar as perguntas desta, conseguiu explicar a situação e assegurar que caso precisasse podia sempre telefonar-lhe.
Durante dois dias não saiu de casa, contratou uma empresa para lhe fazer as mudanças e comprou online todo o mobiliário necessário para o seu apartamento.
O sol espreitava timidamente por entre as nuvens cinzentas quando ela desceu do táxi. Tinha decidido visitar a Catedral de São Paulo antes de ir até à aldeia onde a sua mãe viveu.
Juntou-se à multidão que entrava e aceitou o audioguia que entregavam na entrada.
A Catedral de St Paul é um enorme templo em forma de cruz que apresenta uma chamativa decoração, principalmente nos belos tetos decorados com pinturas.
A Igreja Catedral de São Paulo, o Apóstolo, mais conhecida como Catedral de São Paulo (em inglês: St Paul's Cathedral), é uma catedral anglicana localizada em Ludgate Hill, na cidade de Londres, na Inglaterra e é a sede do Bispo de Londres.
O local onde está situada a St. Paul’s Cathedral foi ocupado por edifícios religiosos desde tempos imemoriais, já que foi o lugar escolhido para colocar um dólmen e posteriormente um templo grego. O templo foi substituído pela igreja mais antiga da Inglaterra, construída no ano 604.
A catedral, construída em madeira, foi um dos muitos edifícios afetados pelo incêndio de 1666 e teve que ser reconstruída em diferentes ocasiões até chegar a se tornar o impressionante edifício atual, erigido entre 1676 e 1710.
Desde a sua construção, a St Paul’s Cathedral foi lugar da celebração de importantes acontecimentos, como funeral de Winston Churchill ou o casamento do príncipe Charles e Lady Di.
Caterine teve alguma dificuldade em subir os 257 degraus que davam acesso à grande cúpula e à primeira das três galerias, a galeria dos Sussurros, situada a 30 metros de altura. Trata-se de um lugar com uma acústica incrível onde se pode escutar o menor som produzido no extremo oposto da cúpula.
Após pensar na enorme descida, negou-se a subir os 376 degraus até à Galeria da Pedra, que oferecia agradáveis vistas do exterior da cúpula, embora a Galeria Dourada, a 85 metros de altura, fosse ainda melhor para ver a cidade.
Enquanto os demais subiam ela ficou junto à galeria dos sussurros lendo um folheto que tinha comprado sobre a Catedral.
Além do que já tinha ouvido e visto o folheto informava que as entranhas da St Paul’s Cathedral são perfuradas, formando uma grande cripta onde se conservam alguns fragmentos dos templos anteriores e de diferentes monumentos e memoriais, além dos restos de alguns grandes personagens britânicos, como Nelson, Wellington ou Churchill.
O folheto terminava contando os vários incidentes que sofreu a Catedral:
A Catedral de São Paulo sobreviveu ao blitz de 10 de outubro de 1940 e de 17 de abril de 1941. Em 12 de setembro de 1940, uma bomba-relógio foi descoberta e removida da catedral. A bomba tinha poder de fogo o suficiente para destruir completamente a catedral e deixar uma cratera de 100 pés de profundidade no local.
A catedral correu perigo novamente em dezembro de 1940, quando foi encontrada uma bomba alojada na concha de chumbo do domo e foi removida com sucesso e a bomba veio a se incendiar fora da catedral.
Desistindo de esperar pelos demais regressou à entrada da catedral e ficou ali deambulando até que um senhor a abordou avisando que tinha de sair.
Sentiu um certa melancolia ao deixar a catedral, aquele local transmitia-lhe serenidade e paz. Coisa que precisava com desespero.
No dia seguinte apanhou o autocarro para a aldeia da sua mãe. Ficou numa pequena pensão e ficou um pouco desiludida por não encontrar nenhum familiar. Embora recordassem vagamente a sua mãe, a sua avó tinha ficado na memoria de todos como sendo uma mulher autoritária e fria.
Passava os dias no parque ou na pastelaria que ficava junto à escola primária. Via as crianças sair da escola e ir para casa acompanhadas pelos pais ou a brincar no parque.
Uma mulher sentada na mesa ao lado repreendia o filho por derrubar o copo do leite. Ao perceber que estava a ser observada a mulher olhou fixamente para ela.
- Abdicamos de tanta coisa por eles e é assim que nos agradecem. - A mulher sorriu-lhe - Na primeira oportunidade estragam o nosso melhor vestido. E logo hoje que tenho um encontro!
Olhou para a mulher enquanto esta saía da pastelaria arrastando a criança.
- Não leve a mal. - A empregada aproximou-se para limpar o leite - Por aqui já estamos habituados às divagações dela. Mas não deixa de ter razão, os filhos... Absorve-nos de tal forma que deixamos de ter vida própria. - A mulher olhou para a porta quando entrou um casal - Peço desculpa.
- Claro.
Caterine olhou para o parque onde as crianças brincavam e limpou a lágrima que correu pelo rosto quando acariciou a barriga.
Ao ver as crianças a brincar percebeu que mesmo inconscientemente tinha tomado a decisão.
Faltava poucos dias para o mês terminar quando regressou a casa. Depois de ter passado uns dias na aldeia foi para uma pousada junto à costa. Aqueles dias afastada deram-lhe o tempo que precisava para decidir que fazer da sua vida. Naquele momento não tinha qualquer dúvida quanto ao que queria. Iria sofrer, ela era plenamente consciente disso, mas esperava que o tempo, aliado à distância, curasse as feridas.
- Parece que recuperou bem. - O médico olhava para o rx. - Consegue fazer todos os movimentos?
- Com alguma dor.
- A fisioterapia vai ajudar. Em pouco tempo estará recuperada totalmente.
- Assim espero.
- Desejo-lhe as melhoras. Se precisar de algo não hesite em procurar-me.
- Não me esquecerei.
Depois de sair do hospital dirigiu-se a casa de Jess. Precisava avisar que tinha regressado e que iria vender a sua parte da sociedade. Respirou fundo ao tocar a campainha.
- Caterine! - Lori abriu a porta admirada. - Quando regressaste? Só te esperávamos para a semana.
- Cheguei ontem ao anoitecer. Como estás?
- Bem. Fez-me bem regressar ao serviço. - Lori fechou a porta - Jess ainda não chegou. Ficas para jantar.
- Agradeço mas não. Ainda me doí um pouco a cabeça. Queria apenas avisar que regressei e que decidi vender a minha parte da sociedade.
- Como?! Não podes!
- Claro que posso! Não existe nada que me impeça.
- Não, claro que não. Mas vais deixar-nos?! Assim?!
- Pensei muito no assunto e é o melhor a fazer.
- Dizes por Harry?!
- Harry, Nathan... - Caterine soltou um suspiro - As coisas nunca mais serão iguais. A situação vai ficar constrangedora para todas nós.
- Não tem porque ficar.
- Jess nunca vai deixar de insistir para que fale com Nathan.
- Coisa que não queres fazer.
- Vocês não entendem.- Caterine começou a chorar.
- Entendo sim. - Lori abraçou-a - Entendo muito bem. Apenas não entendo porque não lho dizes na cara. Sempre foste frontal.
- Porque não consigo. Percebes?! Não consigo olhar para ele sem que...
- O amor tem dessas coisas. Doí para caramba, arrasa o nosso coração e dilacera a nossa alma.
- É...
Caterine abraçou Lori quando esta a acompanhou à porta. Esperava que Jess fosse assim tão compreensiva.
Quando acordou na manhã seguinte doía-lhe a cabeça. As noites me branco a pensar nas consequências da sua decisão, aliadas ás saudades de Nathan não lhe permitiam conciliar o sono. Se continuasse assim teria de procurar ajuda médica, não podia passar as noites sem dormir.
Caterine olhava o céu através do vidro da janela do seu escritório. A chuva que tinha começado na noite anterior teimava em ficar.
Tinha chegado cedo ao escritório para organizar a agenda antes de a entregar a Lori.Mas ao entrar no escritório sentiu um aperto no coração. Iria sentir imensas saudades daquele lugar.
Ao ouvir um barulho nas suas costas forçou um sorriso e voltou-se preparada para enfrentar Jess, mas o sorriso morreu ao ver Nathan.
- Que estás aqui a fazer!? - Caterine sentiu as pernas fraquejar.
- Parece óbvio!
- Não estou a ver o motivo.
- Precisamos falar.
- Não temos nada a dizer!
- Não!?
Caterine levantou-se e dirigiu-se à porta decidida a sair mas ele segurou-lhe o pulso.
- Deixa-me!
- Apenas depois de falarmos.
- Não tenho nada a dizer-te.
- Não?! Nem sobre a tua gravidez?!
- Vou ser tia?! - Jess entrou naquele momento e ficou olhando para eles.
- Podes largar a minha mão!?
- Alguém me responde?! Estás grávida?!
- Sim, está. - Nathan falou sem desviar a vista dos olhos dela - Por isso temos de falar.
- Vou deixar-vos a sós.
Jess saiu fechando a porta. Caterine tentou retirar a mão, mas Nathan apertou-lhe mais o pulso.
- Não pensavas dizer-me?
- Sobre?! - Caterine reviu mentalmente o que tinha preparado para dizer a Jess e percebeu que não estava preparada para falar com ele.
- Quero fazer parte da vida dessa criança. - Nathan fixou a barriga dela - E quero acompanhar a gravidez.
- Não há gravidez para acompanhar!
Mal proferiu as palavras sentiu um frio apoderar-se do seu coração e olhou para ele. Estava branco, parecia que lhe tinham dado um murro no estômago ou lhe tivessem arrancado a alma.
- Como pudeste?!
- Nathan, eu ...
Mas Nathan saíra sem olhar para trás uma vez sequer. Com os olhos cheios de lágrimas Caterine procurou o apoio da parede e levou uma mão à barriga.
- Desculpa... Desculpa...
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário