Valerie caminhava lentamente ao lado da enfermeira que empurrava a cadeira de rodas até à saída do hospital mas não prestava atenção à conversa desta com a sua mãe. Fazia dois dias que não via Erick e aquela sensação, que ele lhe escondia algo, regressara. Não conseguia deixar de pensar nisso pois sempre que havia uma aproximação entre eles Erick acabava por se afastar dela. Seria possível que...
- Valerie, estás a ouvir?! 
- Desculpa. - Valerie olhou para a sua mãe que olhava seriamente para ela e nesse instante reparou que a enfermeira já não estava ali. - A enfermeira?!
- Caso não tenhas reparado a enfermeira Rose tem outros doentes.
- Desculpa eu não estou nos meus dias.
- Está tudo bem? - A preocupação era evidente na voz de Lana. - É Steven?
- Steven?! Oh. Não!
- Então que aconteceu?
- Eu...
- Desculpa. - Valerie olhou para a sua mãe que olhava seriamente para ela e nesse instante reparou que a enfermeira já não estava ali. - A enfermeira?!
- Caso não tenhas reparado a enfermeira Rose tem outros doentes.
- Desculpa eu não estou nos meus dias.
- Está tudo bem? - A preocupação era evidente na voz de Lana. - É Steven?
- Steven?! Oh. Não!
- Então que aconteceu?
- Eu...
Nesse instante surgiu Tim para as levar até ao solar e durante a viagem a sua mãe preferiu elogiar as enfermeiras e o médico em vez de retomar a conversa. Depois começou o desfile de situações caricatas que aconteceram com a sua companheira de quarto e ela teve que fazer um esforço enorme para se concentrar na conversa. Estava tão confusa mentalmente que quando Maria apareceu para uma visita ela decidiu ir até à casa do lago. Precisava de acalmar os seus pensamentos e um novo projeto era exactamente o que precisava. 
Enquanto caminhava até lá pensava que, isto se a sua mãe não se opusesse, poderia renovar a casa e viver ali. Era o ideal. Estaria perto da sua mãe mas ao mesmo tempo teria privacidade.
Enquanto caminhava até lá pensava que, isto se a sua mãe não se opusesse, poderia renovar a casa e viver ali. Era o ideal. Estaria perto da sua mãe mas ao mesmo tempo teria privacidade.
Abriu a porta e olhou em redor. O espaço precisava de algumas obras mas nada de muito complicado. Primeiramente precisava retirar algumas coisas que ali permaneceram ao longo do tempo. Depois proceder à limpeza da chaminé, renovar janelas e portas. Talvez fazer um jardim nas traseiras... 
Um barulho junto à porta interrompeu os seus pensamentos e por momentos pensou que seria Tim, visto ser a única pessoa que a tinha visto sair. Mas as suas pernas tremeram e o seu coração deu um salto ao ver Erick junto à porta.
- Está tudo bem?
Um barulho junto à porta interrompeu os seus pensamentos e por momentos pensou que seria Tim, visto ser a única pessoa que a tinha visto sair. Mas as suas pernas tremeram e o seu coração deu um salto ao ver Erick junto à porta.
- Está tudo bem?
Valerie olhava para ele sentindo um calafrio percorrer a sua coluna enquanto aguardava a resposta dele. Tinha o olhar vazio, como se estivesse a sofrer. Observou como ele fechou a porta mantendo o olhar nela e sem deixar de a fixar caminhou na sua direção e beijou-a com uma urgência que ela nunca tinha experimentado. Erick apenas se afastou dela para sussurrar " não digas nada" e ela fechou os olhos obedecendo cegamente ao pedido que as mãos dele faziam à medida que percorriam o corpo dela. Primeiro tirando-lhe o casaco e depois introduzindo a mão sob a blusa de lã, o que originou um suspiro de prazer. Como se aguardasse aquele sinal Erick intensificou o beijo e as caricias enquanto a guiava até à parede mais próxima. 
Como sempre ela rendeu-se a ele e no minuto seguinte sentia o corpo ferver de desejo, que contrastava com o frio da parede nas suas costas, à medida que Erick a beijava e lhe retirava as calças com uma mestria impressionante. Era como se vivessem um amor proibido, o que lhe dava um certo grau de excitação. Como se o proibido lhe desse mais prazer...
A sua mente negou-se a pensar quando sentiu que ele a levantava e suportava o seu peso com o próprio corpo. Quando ele olhou nos seus olhos ela teve a certeza. Algo o preocupava e naquele momento só conseguiu pensar em que se fazer amor com ela, ali naquela casa desocupada, iria ajudar em algo ela não se importava. Afinal ela entendia muito bem o que o levara até ali. Ela também precisava dele. Consciente que estava no lugar que desejava estar entregou-se novamente a ele. O seu corpo ainda tremia de prazer quando ele a beijou na testa e a deixou sem dizer uma palavra que fosse.
Nos dias seguintes evitava ir até à casa do lago. As suas pernas ainda tremiam ao recordar aquele tarde mas sentia saudades dele por isso não conseguia evitar olhar para o jardim na esperança de o ver chegar.
Como sempre ela rendeu-se a ele e no minuto seguinte sentia o corpo ferver de desejo, que contrastava com o frio da parede nas suas costas, à medida que Erick a beijava e lhe retirava as calças com uma mestria impressionante. Era como se vivessem um amor proibido, o que lhe dava um certo grau de excitação. Como se o proibido lhe desse mais prazer...
A sua mente negou-se a pensar quando sentiu que ele a levantava e suportava o seu peso com o próprio corpo. Quando ele olhou nos seus olhos ela teve a certeza. Algo o preocupava e naquele momento só conseguiu pensar em que se fazer amor com ela, ali naquela casa desocupada, iria ajudar em algo ela não se importava. Afinal ela entendia muito bem o que o levara até ali. Ela também precisava dele. Consciente que estava no lugar que desejava estar entregou-se novamente a ele. O seu corpo ainda tremia de prazer quando ele a beijou na testa e a deixou sem dizer uma palavra que fosse.
Nos dias seguintes evitava ir até à casa do lago. As suas pernas ainda tremiam ao recordar aquele tarde mas sentia saudades dele por isso não conseguia evitar olhar para o jardim na esperança de o ver chegar.
- Vais contar o que se passa ou preferes ficar aí olhando o jardim como uma adolescente que brigou com o namorado?
- Não brigámos. - Valerie sentiu o rosto ficar vermelho.
- Ah,ah! Afinal existe um namorado.
- Não! É apenas um amigo.
- Amigo... E ficamos assim com essa cara de quem comeu e não gostou por um amigo?! Deve ser um amigo muito especial.
- Oh mãe! Estás sempre... - Valerie calou-se e olhou fixamente as chamas na lareira. Afinal não tinha porque esconder os seus sentimentos. Não estava divorciada mas não faltaria muito. - Não sei bem o que somos.
- Gostas dele?
- Acho que sim. - Valerie esfregou os braços como se o calor que emanava da lareira não fosse suficiente para a aquecer - Sinto saudades dele mas ao mesmo tempo tenho medo de sair magoada desta "amizade" afinal que sei sobre ele?! Erick é cheio de segredos.
- Erick... Gosto. Tem força! Mas, não me recordo de ninguém daqui com esse nome.
- Pelo que percebi mudou-se para cá à pouco. Conheci-o durante as minhas caminhadas, ele também faz caminhadas.
- Estou a ver... E nunca o tinhas visto antes?
- Bom, já me tinha cruzado com ele anteriormente.
- Não brigámos. - Valerie sentiu o rosto ficar vermelho.
- Ah,ah! Afinal existe um namorado.
- Não! É apenas um amigo.
- Amigo... E ficamos assim com essa cara de quem comeu e não gostou por um amigo?! Deve ser um amigo muito especial.
- Oh mãe! Estás sempre... - Valerie calou-se e olhou fixamente as chamas na lareira. Afinal não tinha porque esconder os seus sentimentos. Não estava divorciada mas não faltaria muito. - Não sei bem o que somos.
- Gostas dele?
- Acho que sim. - Valerie esfregou os braços como se o calor que emanava da lareira não fosse suficiente para a aquecer - Sinto saudades dele mas ao mesmo tempo tenho medo de sair magoada desta "amizade" afinal que sei sobre ele?! Erick é cheio de segredos.
- Erick... Gosto. Tem força! Mas, não me recordo de ninguém daqui com esse nome.
- Pelo que percebi mudou-se para cá à pouco. Conheci-o durante as minhas caminhadas, ele também faz caminhadas.
- Estou a ver... E nunca o tinhas visto antes?
- Bom, já me tinha cruzado com ele anteriormente.
Valerie começou a falar de como conhecera Erick, sem mencionar que o tinha "agredido", e depois desse encontro até se tornar o seu companheiro de caminhadas foi um minúsculo passo.
- Fico feliz por ti. 
- Ficas?!
- Claro! Já estava na hora de te tornares dona da tua vida.
- Não achas que me estou a precipitar?
- Mais importante que o que eu acho é o que tu achas. - Lana sorriu para a filha - Se gostas dele não te prendas. Já chega de viver em função dos outros. E depois. - Lana piscou o olho - Sempre podemos perguntar à Maria. Se alguém souber alguma coisa certamente é ela.
- Pelo amor de Deus mãe! Isso não!
- Só quero ajudar.
- Eu sei, mas talvez o melhor a fazer seja aproveitar o momento e ver onde isto nos vai levar.
- Mas pela tua cara não me pareces satisfeita.
- É que ele...
- Ficas?!
- Claro! Já estava na hora de te tornares dona da tua vida.
- Não achas que me estou a precipitar?
- Mais importante que o que eu acho é o que tu achas. - Lana sorriu para a filha - Se gostas dele não te prendas. Já chega de viver em função dos outros. E depois. - Lana piscou o olho - Sempre podemos perguntar à Maria. Se alguém souber alguma coisa certamente é ela.
- Pelo amor de Deus mãe! Isso não!
- Só quero ajudar.
- Eu sei, mas talvez o melhor a fazer seja aproveitar o momento e ver onde isto nos vai levar.
- Mas pela tua cara não me pareces satisfeita.
- É que ele...
Valerie agarrou o telemóvel da sua mãe que tocava uma velha melodia. Sorriu perante a escolha do toque. Sem fazer comentários sobre a melodia, entregou-lhe o telemóvel e dirigiu-se para o quintal. Olhou o céu que ganhava tons de vermelho e laranja. Depois fechou os olhos e desejou sentir na sua pele o frescor da chuva. Ficou ali de olhos fechados sentindo o vento que lhe acariciava o rosto até que umas batidas no vidro da janela interromperam os seus pensamentos. A sua mãe terminara a chamada e pedia a sua companhia.
Valerie colocou o prato de sopa em frente da mãe e começou a servir um prato para si.
 
- Estava a pensar que talvez fosse boa ideia amanhã irmos à missa antes da consulta. 
- À missa?!
- Sim... Ou deixaste de frequentar a igreja?
- Claro que não! Simplesmente pensei que aqui só houvesse missa aos domingos.
- Temos missa todos os dias.
- Não sabia. Mas sim, é uma boa ideia. Achas que dá tempo?
- Minha menina, aqui acordamos bem cedo. A celebração começa às oito da manhã.
- Realmente! Acordam com as galinhas!
- Olha quem fala. A menina que acorda antes do galo para ir correr.
- Touché!
- À missa?!
- Sim... Ou deixaste de frequentar a igreja?
- Claro que não! Simplesmente pensei que aqui só houvesse missa aos domingos.
- Temos missa todos os dias.
- Não sabia. Mas sim, é uma boa ideia. Achas que dá tempo?
- Minha menina, aqui acordamos bem cedo. A celebração começa às oito da manhã.
- Realmente! Acordam com as galinhas!
- Olha quem fala. A menina que acorda antes do galo para ir correr.
- Touché!
As duas riram e terminaram de jantar ao som da voz do locutor televisivo seguido por um programa de entretenimento, que a sua mãe começara a ver no hospital. Algumas horas depois acompanhou a sua mãe até ao quarto improvisado e como continuava sem sono resolveu fazer um chá. 
Folheou uma revista enquanto as labaredas brincavam com o resto da lenha que estava na lareira. Prometeu a si mesma ir deitar-se quando a última labareda se extingui-se mas tal não aconteceu.  
Acordou com o miado de Trash e percebeu que o dia estava a nascer. 
Uma hora depois entravam na pequena igreja da vila. Contrariamente ao que esperava apenas meia dúzia de pessoas se encontravam ali. Quando se ia sentar no último banco uma senhora chamou-as. Percebeu depois que era amiga da sua mãe e, temendo que a mulher ficasse ofendida, achou melhor ficar ali no primeiro banco.
Enquanto esta conversava num suave murmúrio com a sua mãe observou a igreja. Não era grande mas estava bem arranjada e apesar de simples as flores davam um ar elegante ao altar. Um breve olhar em redor foi suficiente para perceber que todas as imagens tinham um pequeno arranjo floral. Tentava perceber que flores eram quando o sacristão entrou dirigindo-se ao altar sinal que o padre estava prestes a chegar. Olhou para a sua mãe que tinha terminado a conversa e levantou-se. Mas ao ver o padre as suas pernas tremeram e foi preciso usar toda a sua força interior para não sair dali a correr.  Não era possível... o padre era Erick!
 
 
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